É já do conhecimento público que o Director da TVI Porto, Júlio Magalhães, foi sondado pelo FCPorto para incorporar o futuro projecto do Porto Canal na qualidade de Director. É certo, que esta foi apenas uma primeira abordagem no sentido de auscultar a disponibilidade do jornalista. Mas, independentemente da decisão final, parece uma excelente escolha. Júlio Magalhães, disse hoje ao semanário Grande Porto estar aberto a conversações, desde que o convite envolvesse um bom projecto...
Além de se ter mostrado satisfeito com a ideia, pelo facto de o projecto contemplar a criação de um canal quase generalista a nível de informação geral, JM enfatizou [e bem] a questão orçamental bem como os custos elevados que este tipo de projectos comporta, para terem viabilidade. Até aqui, tudo bem. Agora, a única parte destas declarações que me deixa com a pulga atrás da orelha, é não ter bem a certeza do que é que Júlio Magalhães entende por um bom projecto. É aqui que entronca um problema comum a um grande número de jornalistas, isto é, descobrir o que estão dispostos a fazer sem correrem o risco de servirem o público alvo com um prato requentado em lugar de um prato novo... Passo a explicar.
Um bom projecto, na óptica de um jornalista, pode cingir-se à ganância das audiências a qualquer preço, como sucede nas televisões centralistas, o que nem sempre reflecte qualidade e diversidade. Em Portugal, os canais generalistas, não sabem inovar, limitam-se a concorrer entre si, copiando-se reciprocamente... É muito comum, estações diferentes, transmitirem ao mesmo tempo as mesmas notícias, e mesmo a programação só difere [ou nem isso] nos figurantes e nos adereços . Ora, sem pretender ser mais papista que o papa, não era este tipo de televisão que pessoalmente gostava de ver implantado no Porto Canal. O Porto e o Norte, carecem de mais e melhor. Não podem, nem devem, cometer o erro de copiar a medíocridade do que já se produz. Tendo em conta a importância das audiências, convirá não cairmos no "clássico" mais do mesmo. Importa aqui relembrar, o triste fim da NTV que por ter sido lançada no mercado deficientemente estruturada, acabou sugada pelas goelas gananciosas da RTP centralista.
Em primeira análise, o lado mais interessante da iniciativa, é o facto de não pretender confinar o novo Canal à área metropolitana do Porto, embora, como pioneira do projecto que é, lhe seja dedicado mais amplo destaque. O que importa, é que cubra todo o Norte do país, do litoral ao interior, o mais abrangente possível, de modo a tornar-se em pouco tempo, a voz e os olhos, de todos os nortenhos. No fundo, trata-se de fazer aquilo que nenhum dos canais generalistas existentes fez até hoje. O mercado do Porto Canal será esse, só pode ser esse, e não aquele outro, falido e subserviente, que prometia janelas viradas para "mundos" cujos destinos já todos sabemos onde iam parar: a Lisboa...
Esperemos então, que Júlio Magalhães traga ideias novas, e tenha pensado no assunto com a especificidade e atenção que o Porto e o Norte em geral, merecem e precisam.
desde que me conheço, sempre verifiquei que delegações, comissões, e outras feitorias, nunca serão do interesse das Regiões onde se implantem.
ResponderEliminarA começar logo pelos "dirigentes", que usualmente são comissários do Poder Central.
De modo que este projecto tem tudo para triunfar. Primeiro por que é totalmente independente dos centralistas. Depois porque tem gente, e não estou a ver onde esta é diferente de outras. Nem quantativamente...
Irá ser alvo de ataques? Nada a que não estejamos habituados, logo caldeados por longos anos de colonização.
Rui, espero que o Porto Canal não seja nunca uma pimbalhada como a Benfica Tv, mas também não queira ser mais papista que o papa. Querer agradar aos de lá de baixo, ser um canal nacional, é o primeiro passo para o insucesso.
ResponderEliminarNão tenhamos medo de ser como somos, não tenhamos medo de queimar os dedinhos, como está bom de ver, vale a pena.
ABRAÇO
O Julio Magalhães, é o director certo pelo grande conhecimento que tem em televisão.
ResponderEliminarUm canal que seja a voz do FCP e também da cidade e do Norte.
Não queremos um canal igual aos dos Lampiões: pimba e arruaceiro.
Este Porto Canal tem pernas para andar, haja vontande e bom senso e gente capaz.
O PORTO È GRANDE VIVA O PORTO.