A intervenção do FMI em Portugal é considerada por muita gente como uma vergonha nacional. Pessoalmente, se há algo que me envergonha, não é propriamente o recurso à chamada troika.
Envergonha-me sim que os portugueses tenham re-eleito em 2009 um partido e um primeiro ministro que levaram o país à bancarrota numa continuada acção de saque das finanças públicas, perante a indiferença da generalidade dos portugueses, mesmo daqueles, como o presidente da república, que para além da responsabilidade do seu cargo, até é economista. Os poucos que gritavam que "o rei vai nú", como Medina Carreira, foram apoucados como se de loucos e velhos caturras se tratasse.
Envergonha-me se o partido cuja equipa governativa nos arruinou e nos mentiu descaradamente durante anos consecutivos, em vez de ser pesadamente castigado nas urnas, tiver em Junho resultados que lhe permitam cantar vitória.
Envergonha-me que tenhamos uma Justiça que se arrasta pela lama, um sistema de educação que forma ignorantes quase analfabetos, uma promiscuidade criminosa entre o poder político e o poder económico de meia-dúzia de "amigos" e que em consequência tenhamos certamente os niveis mais altos de corrupção da Europa.
Envergonha-me, já agora, que sejamos o único país da UE não regionalizado, e também que seis ou sete milhões de portugueses aceitem passivamente o esbulho levado a cabo pelos restantes três ou quatro milhões que vivem na capital do império.
Vergonha pela vinda da troika? Que ideia! O meu sentimento é de esperança. Já que não somos capazes de nos governar, talvez a UE consiga por-nos no caminho certo. A menos que, mais uma vez, se cumpra a profecia do general romano sobre a nossa ingovernabilidade...
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Os portugueses têm o que merecem. Ainda há 3 meses atrás escolheram para o mais alto cargo uma pessoa que demonstrou cabalmente não ter qualidades, nem capacidades para um bom desempenho do lugar e que tem a cabeça povoada de fantasmas ligados aos seus amigos do BPN e da quinta da Coelha.
ResponderEliminarEm 5 de Junho, não tenho dúvidas, vão escolher mais um grupo de rapazitos que alegremente vão se encarregar de destruir o que ainda resta de país.