Estou dividido. Por um lado, continuo a considerar prioritário o envolvimento da população na vida pública [que não é bem o mesmo que militância político-partidária], mas por outro, ando cada vez mais decepcionado com a forma como essa população reage à irresponsabilidade dos agentes políticos, antes, e sobretudo depois, de acederem ao governo. O povo queixa-se dos maus governos [e com muita razão], mas também não está disposto a mexer uma palha para inverter a situação.
As gerações dos anos 50 e 60 não souberam transmitir aos filhos a importância de acompanhar a actividade política da mesma forma como a necessidade de lutarem por uma boa formação académica para garantir o futuro profissional. Não perceberam, que sem um bom país, desenvolvido e competentemente governado, de pouco lhes havia de valer a formação. Hoje, há montes de licenciados no desemprego à procura de futuro no estrangeiro, tal como os não licenciados e analfabetos. E mesmo assim, com a crise internacional de lideranças a juntar-se à crise económica e financeira, não é certo que a solução esteja na emigração.
Só temos duas alternativas: plantar um sorriso idiota nos lábios e brincar aos optimistas, ou assimilar de uma vez por todas, que se o comunismo falhou, o capitalismo selvagem também já está morto há muito tempo, apesar dos constantes balões de oxigénio que o sistema lhe vai impingindo para tentar esconder o cadáver...
Só temos duas alternativas: plantar um sorriso idiota nos lábios e brincar aos optimistas, ou assimilar de uma vez por todas, que se o comunismo falhou, o capitalismo selvagem também já está morto há muito tempo, apesar dos constantes balões de oxigénio que o sistema lhe vai impingindo para tentar esconder o cadáver...
Neste contexto, começo a dar-me conta que pouco adianta tentar convencer as pessoas a olharem para o fundamental quando elas estão masoquistamente viradas para o acessório. Assim, não querendo ser contraditório, mas apenas realista, vou optar no futuro [aliás, como já vinha fazendo], por realçar as poucas coisas boas que no Porto vão acontecendo, ainda que seja no futebol, ou melhor, no Futebol Clube do Porto, que elas mais incidem. Muito mais, do que num grande número dos seus adeptos, que antes de o serem, são cidadãos, se é que isso lhes diz alguma coisa...
Rui, não se divida, há muitos portistas que ainda não despertaram para estas realidades e como têm ganho, nem se dão ao trabalho de assinar uma simples petição. Mesmo com poucas vergonhas a acontecerem todos os dias...
ResponderEliminarUm abraço