28 setembro, 2011

Um FCPorto, sem fôlego nem alma

O que vou dizer a seguir, é para ser avaliado à luz da opinião de um fervoroso adepto portista, orgulhosamente habituado a viver muito mais a alegria das victórias, que a decepção das derrotas. Pudesse esse adepto sentir o mesmo orgulho pelo(s) Governo(s) do nosso país, e a felicidade ganharia  o estatuto de eterna, e absoluta...

Hoje, o FCPorto foi perder à Rússia, coisa que também não tem sido habitual nos últimos anos. Apesar do Zenit ser uma equipa poderosa, em circunstâncias normais o FCPorto não deixaria escapar mais uma victória. Já sei que o FCPorto não pode ganhar sempre, que as outras equipas também lá andam com o mesmo fito, só que, o FCPorto habituou-nos há muito a reduzir a equação 1X2 a um singelo, mas consolador 1 no Dragão, e 2 fora. Também não vou dizer que me irritou solenemente a saída de James Rodriguez, que é para mim o melhor jogador do plantel do momento, nem confessar o que senti com a asneirinha da praxe de Fucile, e tão pouco o aparente défice físico e anímico do grupo de trabalho, porque essas são conjecturas das quais me posso vir a arrepender no caso de um rápido regresso às performances desejadas.

Não falarei tão pouco, sobre tácticas e estratégias, apesar de ter a minha própria opinião sobre os timings que definem as opções e a liderança de um treinador. Mas vou só dizer, que a pré-época, com o tardio fecho do mercado, foi para mim a mais preocupante a que assisti, desde há muitos anos. E preocupante por quê? Porque, começar a preparar uma época com alguns jogadores com a cabeça numa hipotética transferência milionária [Rolando, Fernando, Falcao e A.Pereira] e outros contratados a recuperarem de lesões [o caso de Alex Sandro], e outros ainda que só vão chegar em Janeiro [Danilo], e ainda mais outros que precisam de se adaptar ao futebol europeu [Iturbe e Kelvin], diga-se de passagem, não é o quadro mais brilhante!

Acresce a estes "pormaiores", que o facto de alguns jogadores terem chegado ao clube quase sem tempo para descansar [Álvaro Pereira e James R.] por obrigações com as respectivas selecções, mais a saída inesperada de um treinador, que dizia estar no seu banco de sonho e que acabou por capitular aos petrodólares de Abramovich, são problemas pesados demais para qualquer administração, mesmo das mais organizadas, como é a do FCPorto. 

Bem podem os adeptos mais inconformados argumentar que a culpa é do sistema de jogo, da falta de um ponta de lança creditado, ou que o treinador não serve, mas todos estes factores juntos podem explicar por si só o menor rendimento da equipa por esta altura. Creio que a razão desta insegurança - que acredito irá ser brevemente ultrapassada -, tem a ver com a indefinição angustiante vivida na pré-época, onde normalmente o plantel já está definido, incluindo o próprio treinador. 

Antes de criticarmos a SAD e Pinto da Costa por, ocasionalmente, o clube  passar por estas situações, devemo-nos lembrar é da facilidade com que certos atletas e treinadores [Mourinho e Villas Boas], faltam aos seus compromissos com o clube e o abandonam assim que algum milionário lhes pisca o olho... É para esses "ídolos" de pés de barro que devem apontar as espingardas, porque Pinto da Costa, esse, nunca vai trocar de clube.

PS-Este post não visa desresponsabilizar, quer as prestações do técnico, quer dos jogadores, mas apenas avivar a memória dos adeptos para uma ocorrência nunca antes vista, e para a qual não é justo responsabilizar a Direcção do Clube, pois não foi da sua responsabilidade a decisão de prolongar a abertura do mercado de transferências até 31 de Agosto, quando a pré-época já estava lançada desde o início do mês. Se me disserem que esta situação é irrelevante para construir uma equipa, então, deixem os mercados funcionar à vontade [sem prazos]. 


6 comentários:

  1. Há uma coisa que no futebol se paga muito caro; é inventar.
    É o que sr treinador do FCPorto anda a fazer a alguns jogos... é inventar.
    Quando se nasce para ser um bom adjunto, não se pode ser um bom treinador.
    Discurso barato, e substituições que só ele sabe.
    Vamos ver o futuro, mas não me parece infelizmente muito bom.
    Se ele ficar, que seja muito feliz a nível desportivo, para que eu também seja.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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  2. Zé da Póvoa29/09/11, 12:53

    Houve, de facto, erros cruciais e também muito azar. A lesão do Kleber mexeu com a equipa que até aí se estava a portar bem. A expulsão de Fucile, em mão desnecessária, liquidou a equipa que nunca mais se reencontrou. Depois as substituições não me pareceram felizes. De qualquer maneira, somos 1ºs no campeonato, na Champions continua tudo em aberto, não vamos pôr-nos agora a lamuriar e a arranjar culpados. Domingo temos mais uma prova de fogo em Coimbra que temos de vencer.

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  3. manuel moutinho29/09/11, 17:05

    Concordo com a análise que fez,excepto na data do fecho do mercado que é 31 de Agosto.

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  4. Manuel Moutinho,

    não é discordância o seu comentário, é uma legítima correcção, que será imediatamente executada.

    Obrigado!

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  5. «Um FCPorto, sem fôlego nem alma»

    Concordo com a falta de alma, discordo do folêgo e explico.

    Mais que técnico, táctico, físico, etc, parece-me um problema mental.
    Enquanto as coisas estão bem a equipa vai correspondendo, quando há um contratempo, falta-lhe aquela capacidade de superação, de trancendência, de "comer a relva", que era a imagem d emarca do F.C.Porto.
    O discurso que me parece bago, cinzento, sem chama, não apela à motivação, mobilização, muito menos à galvanização.

    Um abraço

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  6. Ó Vila Pouca,

    podemos resumir tudo ao factor psicológico, mas depois o "mal" espalha-se para todos as outras componentes, sejam elas de carácter técnico, físico ou táctico. Não lhe parece?

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...