21 outubro, 2011

Lima abandonado há 40 anos e sem solução à vista

Campo do Lima
Paredes-meias com o pavilhão e a sede do Académico, que comemora em 2011 o seu centenário, estão as ruínas daquele que foi um dos maiores símbolos desportivos do desporto nacional. O Estádio do Lima começou a ser construído em 1923 e até inícios da década de 60 foi a casa do Académico, que o cedia a uma série de outros clubes da cidade, bem como palco de vários campeonatos de atletismo e de inícios e finais da Volta a Portugal em ciclismo.

O FC Porto jogou lá nos anos 30 e 40 os seus jogos grandes, inclusivamente aquela partida frente ao Sporting que ficou imortalizada pelo filme “O Leão da Estrela” (1947). O Boavista fez dele sua casa no campeonato de 1971/72, naquela que foi a última época de utilização do estádio, que então já havia sido perdido em tribunal pelo Académico. “O Boavista fez a sua última partida a um domingo e na segunda-feira a Santa Casa da Misericórdia, que era proprietária dos terrenos, meteu lá retroescavadoras e partiu aquilo tudo, para que ninguém mais tivesse a pretensão de usar o estádio”, explica Eduardo Rego, vice-presidente do Académico, que lamenta o estado a que o Estádio do Lima chegou: “É inacreditável como está aquele terreno ali há quase quarenta anos. Tudo abandonado e à mercê das ratazanas. Em minha opinião, a Câmara podia expropriar e fazer um parque desportivo.”

Essa hipótese até chegou a ser defendida recentemente nas comemorações do centenário do clube. No entanto, a intenção nem sequer chegou a ser proposta concreta e não motivou mais do que um sorriso do presidente da Câmara, Rui Rio, como resposta.

Actualmente, o velho Lima, que é recordado pelo historiador Hélder Pacheco como o melhor estádio da Península Ibérica nos anos 20 e 30 (com duas bancadas de madeira a circundarem um relvado com pista de atletismo e de ciclismo) é apenas um terreno baldio propriedade de uma empresa de construção civil insolvente. Foi vendido pela Santa Casa da Misericórdia à Vidor, que entretanto passou a ser Habiserve, mas nunca se avançou com qualquer projecto para aquele local, que viveu tardes de glória do desporto portuense.

[Fonte: GP/Sérgio Pires]

2 comentários:

  1. Cheguei a jogar lá, num jogo de juvenis contra o Boavista. Também cheguei a ver lá um Boavista/Porto, com o Boavista a ganhar até aos últimos minutos, a fazer a festa e depois, Flávio e Abel, deram a volta ao texto...

    Quanto às pretensões do Académico, que esperem sentados, o Boavista é o que se vê, o Salgueiros, idem, assim como o Fluvial. Só o Porto é que resiste, mas que ele - o rio - tentou, tentou.

    Abraço

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  2. Aquele buraco que ficou do saudoso estádio do Lima, e que a Santa Casa da Misericórdia como tem muito dinheiro deixou ao abandono, é mais um nojo residente nesta cidade.
    Nos tempos mais próximos nem rio (porque não tem voz, nem força) nem Santa Casa vão resolver coisa alguma.
    Fica a Saudade e o buraco.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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