22 outubro, 2011

Hélder Pacheco e a Porto Canal [no JN]



Pinto da Costa na Porto Canal
Lamento que o JN tenha indisponível on-line as extraordinárias crónicas do professor Hélder Pacheco, porque, a par de Germano Silva, é dos poucos portuenses que ainda preservam intacta a fidelização às origens, e que escrevem, sem aqueles rodeios hoje muito em voga na comunidade portuense.  Gosto de gente assim, é nelas que me revejo e gostaria que se revissem todos os meus conterrâneos, independentemente do seu estatuto social. E lamento também por não poder publicar o  artigo de hoje, porque nele reli muito do que eu próprio já tenho escrito no Renovar o Porto, o que - perdoe-se-me a imodéstia -, me deixa orgulhoso, e muito confortável no meu sentido crítico. Talvez amanhã possa publicar o referido artigo.

Adianto contudo, a quem não teve ensejo de o ler, que a crónica gira à volta do massacre a que as televisões nos têm  submetido com a crise, talvez para nos ensandecer, e da dificuldade que temos em sair desse autêntico sufoco, sem ter de desligar o aparelho. A alternativa é, diz HPacheco: o Porto Canal.

Hélder Pacheco, aponta como referências, exactamente os mesmos programas que já aqui aconselhei a manter pela nova administração da Porto Canal. Parece que combinámos o tema, mas infelizmente nem sequer nos conhecemos pessoalmente.

Mas, o que realmente queria destacar prende-se com o receio de que, o bom senso não impere, e que a nova direcção do Porto Canal acabe com o que de bom se produzia antes, e enverede por aquele tipo de programação popularucha e imbecilizante para concorrer com os canais centralistas. Que cometa o erro de convidar para seus colaboradores pessoas de competência e idoneidade duvidosa, que nos momentos difíceis que a cidade [e o FCPorto] atravessou, nunca deram a cara para a defender, colando-se, por omissão ou puro oportunismo, às directrizes centralistas. No dia em que isso acontecer, será o princípio do fim do Porto Canal, não tenho a menor dúvida. Digo isto, porque apesar do FCPorto não ter traçado ainda toda a programação, vislumbrei sinais dessa inexplicável tentação num programa que, começava a dar mais protagonismo a figuras públicas de Lisboa, do que às do Norte e do Porto. O maior sinal de provincianismo, será esse, de querermos agradar a Lisboa como se tivéssemos que nos redimir de algum crime. Crime sim, cometeram todos os que nos [des]governaram quando decidiram desrespeitar constitucionalmente a implantação da Regionalização no país .  

O caminho a seguir pela Porto Canal, e o único que lhe poderá garantir o sucesso, é preencher o muito espaço ainda vazio, com conteúdos vários, sempre assentes na qualidade e nos interesses da região, sem esquecer nunca a vocação regionalista.

Resumindo: mesmo tratando-se de um canal propriedade de um clube de futebol [FCPorto], a Porto Canal tudo deverá fazer para não ser acusada de portocentrismo, como alguns idiotas centralistas gostam de dizer, mas sem qualquer seriedade.

4 comentários:

  1. Rui, também tenho uma grande adimração por Hélder Pacheco, portuense e portista ilustre e que paga o preço disso mesmo.

    Quanto ao Porto Canal, se for por esse caminho, cá estaremos para lhes dar nas orelhas, lhes chamar aatenção, lhes dizer que os exemplos de querer agarrar o sul, já fez perder o Norte a muito boa gente.

    Abraço e bom domingo.

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  2. Sou da mesma opinião,para agradar aos gajos de Lisboa,já basta os que escrevem na bola .
    PORTO PORTO PORTO

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  3. São estas ilustres personagens que fazem a cidade mais rica.
    O jN está Lisbonado, resta, o Porto Canal. Esta estação de televisão, que tire de lá alguns programas que não têm qualidade e deixem-se de copiar os canais centralistas, e dê oportunidades à gente de cá com valor.
    Sem centralismos nem provincianismos vamos enfrente.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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