25 janeiro, 2012

Eusébio...e os oportunistas da capital do império

Eusébio
Para quem, como eu, teve oportunidade de ver Eusébio jogar e até congratular-se com os dois únicos êxitos europeus do clube que representou, por nessa altura me encontrar fora do país, não precisa - como tentam fazer certos fundamentalistas benfiquistas que nem sequer o viram dar um chuto -, de o meter à força pelos olhos e ouvidos do povo.

Eusébio não carece da hiper-propaganda centralista para ver reconhecido o seu valor, porque ela já foi sobejamente vendida. Nem tão pouco de enaltecer a sua qualidade enquanto futebolista, ou a sua dignidade, enquanto Homem. Bem pelo contrário. Ao querer impingir Eusébio ao país, de forma sensacionalista, como se fosse um ícone nacional, o centralismo mediático pode até estar a manchar a imagem do jogador. Sendo eu portista, como é público, digo aqui, sem sofismas, que admiro e gosto de Eusébio, sobretudo pela sua simplicidade, tão diferente do clube que representou, arrogante e desrespeitador...

Por isso, gostar e admirar Eusébio, não deve, nem pode ser confundido com o clube onde jogou e mostrou a sua grande qualidade. É que o centralismo, ao pretender elevar Eusébio à condição divina de património nacional, está a aproveitar o seu 70º aniversário para, através do homem glorificar o Benfica, tentando ofuscar o valor de jogadores igualmente talentosos de outros clubes.

Enquanto português, endereço os meus parabéns pessoais sinceros a Eusébio, porque não sendo ele português de origem [é Moçambicano], à época era cidadão do império colonial, podendo assim representar o país na selecção nacional.

Parabéns pessoais, foi o que atrás escrevi... Porque, ao Benfica e àquilo que esse clube representa, antes e depois do 25 Abril/74, não desejo nada de bom. Goste-se ou não, o Benfica como clube, simboliza o centralismo crónico e discriminatório de que o resto do país e o Norte em particular, tem vindo a ser vítima. A esse símbolo, desejo justamente o mesmo que o doente deseja ao mal de que padece: que morra no inferno. E se for no da Luz, tanto melhor.

Agora, leiam isto:

Já imaginaram a quantidade de programas ditos desportivos e de "verdade desportiva" se produziam nos vários canais das televisões e dos jornais centralistas, se em vez do Eusébio, fosse um jogador do FCPorto a fazer as mesmas declarações? Já? Vá lá, não é preciso queimar os neurónios...Você já sabe.

Não, não serei eu quem vai seguir o exemplo da má-língua e da sacanice lisbonária e começar a malhar nas palavras que Eusébio, na sua ingenuidade característica de homem simples proferiu há muito tempo. Mas, só de imaginar a bagunça, os processos e as ameaças que por aí andariam se o mesmo se passasse com alguém ligado ao FCPorto, dá-me vontade de os esganar...

2 comentários:

  1. Rui, o aproveitamento do aniversário do Eusébio é obsceno, uma manifestação de propaganda que nem nos tempos antigos se viam.
    Todo o cão e todo gato dão o seu bitaite, mas ninguém falou na exploração vergonhosa que o clube do regime fez dele e da forma como o chutou quando ele já não era útil.

    Uma vergonha!

    Abraço

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  2. E o mais engraçado é que isso é público, jogar torneios de merda com 8 infiltrações só para receberem um chorudo cachet...viva a verdade desportiva...viva a democracia...

    PS: e ouvir o Simões a falar sobre o Eusébio terminando com "ossanas" ao benfica é de ir ao vómito...cruzes canhoto!

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...