Como não gosto de criticar sem fundamentar, volto ao tema do meu post anterior, para que não existam dúvidas quanto às razões do meu desapontamento em relação ao mau jornalismo que se continua a fazer em Portugal. O curioso, é que são os próprios jornalistas e as suas incorrigíveis incongruências, quem mais fortalece os meus argumentos.
Vejamos então porque falo assim. Na página dedicada à política do JN de hoje - que lamentavelmente não está disponível na Net -, que usou como título de um artigo da autoria da jornalista Ana Carla Rosário, uma frase do deputado Manuel Pizarro ["Porto Nunca Se Ajoelhou Ante Quem o Quer Diminuir"], aparece em rodapé, juntamente com a respectiva foto, a opinião de 6 figuras públicas, entre as quais a do conhecido psiquiatra do Porto, Júlio Machado Vaz, também a do socialista Augusto Santos Silva, ex-Ministro da Defesa, que é afinal a peça que está a mais neste grupo de apoio ao Movimento "Fazer Ouvir Porto" da iniciativa do também socialista Manuel Pizarro.
Augusto Santos Silva não só é uma peça a mais, como é também o elemento que descredibiliza o artigo em questão, e talvez o próprio Movimento, porque todos sabem que este senhor, sendo natural do Porto, quando estava no Governo, foi um dos que desprezou todos os problemas de índole regional e regionalista, com o estafado pretexto de "não ser oportuno", engrossando a fileira dos tais protagonistas político-partidários nortenhos que batem a pala aos senhores do Terreiro do Paço a que se referiu o director-adjunto do JN, Fernando Santos, aqui, e que pelas mesmas razões, mereceu a minha crítica, aqui. Haja memória, e coerência, é o que se lhes pede!
Augusto Santos Silva não só é uma peça a mais, como é também o elemento que descredibiliza o artigo em questão, e talvez o próprio Movimento, porque todos sabem que este senhor, sendo natural do Porto, quando estava no Governo, foi um dos que desprezou todos os problemas de índole regional e regionalista, com o estafado pretexto de "não ser oportuno", engrossando a fileira dos tais protagonistas político-partidários nortenhos que batem a pala aos senhores do Terreiro do Paço a que se referiu o director-adjunto do JN, Fernando Santos, aqui, e que pelas mesmas razões, mereceu a minha crítica, aqui. Haja memória, e coerência, é o que se lhes pede!
Afinal de contas, se a ideia é, como eles gostam de dizer, credibilizar a informação, porque é que em vez de ignorarem e votarem ao silêncio aqueles que traíram o povo, prometendo uma coisa, quando estavam na oposição [e a cena repete-se com este fidalgo], e fazendo outra, quando chegam ao Governo, publicam as suas opiniões? Por quê, se estão a difundir a opinião de um simples aldrabão? E para quê, se depois andam para aí a criticá-los ambiguamente, sem terem a coragem de lhes citar os nomes? Assim é fácil, qualquer badameco critica, mas não deixa de ser uma grande hipocrisia e também uma punhalada nas costas infligida aos poucos jornalistas que ainda honram a profissão.
Depois, armem-se em vítimas e digam que é um exagero culpar os jornalistas de certos abusos. Têm culpa, sim senhor, e não é pouca! Isto, já para não falar dos pasquins desportivos, não é...
Depois, armem-se em vítimas e digam que é um exagero culpar os jornalistas de certos abusos. Têm culpa, sim senhor, e não é pouca! Isto, já para não falar dos pasquins desportivos, não é...
PS- Enviei este post por e-mail a Ana Carla Rosário. Já sei que não me vai responder. Por que será?
Este é o jornalismo que os tem mantido no poder, às 2ªs,4ªs,e 6ªs são do PS às 3ªs,5ªs e sábados são do PSD/CDS,nem são carne nem são peixe, para não arreliar os senhores e para manter os empregos.
ResponderEliminarE nós cá vamos indo como se não fosse nada connosco, nós salvo seja!
Abraço
manuel moutinho
Meu caro, confundiu no segundo parágrafo ARTUR Santos Silva com augusto Santos Silva. Não pode criticar o jornalismo e depois fazer tão grosseiro erro.
ResponderEliminarÓ caro anónimo, terei de lhe agradecer por me ter "corrigido", ou também de lhe lembrar as frequentes asneiras cometidas pelos jornalistas? Só por isso não posso criticar os jornalistas? O que vale é que o anónimo aqui não risca nada.
ResponderEliminarSerá o anónimo jornalista? Cheira-me que sim...
Off the topic
ResponderEliminarO Norte é vítima de apetites centralistas mas as insuficiências próprias facilitam o abocanhar. E a inexistência de quem lhe dê dimensão e peso político nacional agrava o problema.
A última década é paradigmática. Os figurantes político-partidários do Norte têm andado mais preocupados em bater a pala aos decisores do poder da capital, aspirando a dele fazerem parte, do que em vincarem um estatuto acima do reservado aos políticos anões. E o fechamento, tipo concha, é mais um atavismo do que virtude.
A Região Norte precisa de dar um murro na mesa, mas o impacto só será garantido se protagonizado por alguém cuja dimensão não se limite a fronteiras regionais e se disponha a não ter preocupações de agradar à capital e aos mordomos dos privilégios, sejam eles traduzidos em fundos comunitários ou, de modo mais banal, pelo cirandar por restaurantes e discotecas alimentadoras de uma socialite postiça mas bem parecida.
Uma nova metodologia a norte está, de alguma forma, facilitada pela existência de um exemplo a copiar: o do F.C. do Porto. Exagero? Não! Graças à visão estratégica de um dirigente, Pinto da Costa, o F.C. do Porto investiu na competência própria, quebrou a cerviz ao poder instalado há décadas e deu-lhe xeque-mate! Teve arte e engenho para se tornar numa marca internacional a partir da região. Pinto da Costa recusou andar de chapéu na mão a pedir batatinhas à postura dos defensores do Terreiro do Paço e zonas satélites - e obteve resultados.
Aí está: também na dimensão política o Norte precisa de um Pinto da Costa! Até lá continuará triste, enxovalhado e agradecido nas esmolas. Entregue, sobretudo a partir da cidade do Porto, a quem tem trocado a afirmação da região pela preocupação de agradar às gentes da capital.
Fernando Santos - in J.de Noticias
Uma das coisas que mais me irrita e não tenho pachorra, é quando a nossa classe política é sempre muito crítica quando estão lá os outros e depois, quando estão os nossos, as mesmas coisas, não merecem críticas nenhumas.
ResponderEliminarInfelizmente, há muitíssimos exemplos por aí. Nem preciso de os citar.
Abraço