12 março, 2016

Quem esteve melhor? O Presidente, ou os tripeiros?

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Marcelo Rebêlo de Sousa e Rui Moreira
A minha resposta: ambos!

Como qualquer pessoa normal, tenho a minha sensibilidade humanista, emociono-me com a bondade, com as atitudes que distinguem um homem extraordinário (ou mulher) de uma pessoa vulgar. Comovo-me com tudo que promova o bem, sem demagogias. Mas a experiência da vida ensinou-me a esperar, antes de retirar ilações sobre a coerência do carácter das pessoas, sabendo embora, que não há ninguém perfeito (eu incluído, como é óbvio). 

Vem isto a propósito do recém-eleito Presidente da República, Marcelo Rebêlo de Sousa, e da recepção calorosa que o povo lhe ofereceu no bairro do Cerco do Porto. Digam o que disserem, ninguém pode condenar Marcelo pela extasiante aproximação ao povo do Porto, do mais importante magistrado da nação. De mais a mais, quando nunca outros, antes dele, se disponibilizaram a fazer algo de semelhante. Marcelo foi inteligente. Claro que, num país onde o escárnio e maldizer faz escola, não vão faltar os perfeccionistas do costume. Vão acusá-lo de populismo, que é o adjectivo mais traiçoeiro para quem dele abusa - porque são quase sempre eles próprios os mais populistas -, e arranjar um sem número de argumentos para criticar este novo estilo de fazer política.  Aliás, ainda que possa contradizer-me, populistas, uns mais, outros menos, são quase todos os políticos. Isto é uma realidade. E se a estes juntarmos os jornalistas, nunca mais saíamos daqui, até completar a lista.  

Portanto, gostaria muito que Marcelo soubesse aliar à sua arte de comunicar com o povo, uma verdadeira preocupação com as suas condições de vida, e mostrasse coragem e vontade institucional, para intervir junto do governo (este, ou outro qualquer) sempre que tal se justificar. De outra maneira, ninguém vai acreditar na política do beijo e do abraço com que habilmente venceu as eleições. Correrá o risco de passar por impostor. Como quer que seja, gostei que se tivesse despido de preconceitos, de não se ralar com a infinidade de beijos e abraços oferecidos por mulheres e homens visivelmente carenciados de alguém que saiba (e queira) liderar ou influenciar, os seus proprios destinos.

Devo acrescentar, que aquela gente tripeira, sem papas na língua e exemplar na autenticidade, me emocionou também a mim, pela forma calorosa como recebeu o novo Presidente da República. Ele, soube para já, merecê-lo, e espero que nunca mais esqueça esta fantástica recepção. Agora, só tem de continuar. 

Por sua vez, Rui Moreira, também esteve muito bem, assim como Manuel Pizarro. O discurso do nosso autarca foi assertivo e eloquente quante baste. Discursou curto, mas disse o mais importante. A tentativa de cumplicidade com o PR na luta contra o centralismo, foi a mais relevante para os portuenses,   e para todos os que não vivem em Lisboa.

PS-Não gostei nada da atitude do BE e do PC, na cerimónia de posse do Presidente na ARepública, de não aplaudirem unanimemente Marcelo. Que diabo, era uma questão de cortesia protocolar. Talvez no futuro venham a ter motivos para o criticar, mas numa altura daquelas, pareceu-me feio. Só coloco a seguinte pergunta: se o eleito, fosse um simpatizante comunista, o que diriam os comunistas? Não me revejo nas políticas direitistas, mas há coisas que não decidem nada e caem muito mal, como foi o caso. 

5 comentários:

  1. Querido Rui, se a tal o posso tratar.
    Perdi o seu endereço de e-mail, de facto, mas sigo, atentamente o seu "blogue" atrevendo-me, até, antes de partir, definitivamente, para a Old Albion, lhe sugerir, mesmo, que o senhor se torne um avatar da Independência do Norte, mesmo. E, tal considerando, aceite-me, por favor--aprendi com o meu pai, de facto, com as "laundries" das Mercearias, quer em Vila do Conde, "Flor do Carmo", quer, frente ao Quartel do Carmo, no amado Porto, que "Dinheiro é Sangue e Sangue é Dinheiro". Puto, ainda, ia com uma prima, mas de facto empregada doméstica, ao que soube, comprar, no Amorim, cimento de secagem muito rápida! Para que o meu avô e pai, mesmo, o queria? Para por num balde, os, chamavam-lhe ele "anti-patriotas", mas, antes de secar, benefeciavam-os com um tiro na nuca...
    E tŕáfico negro de bacalhau?
    Mais doente, acompanho-o, com toda a sinceridade do Homens do Norte e tomei a Liberdade, pois a Cidade Invicta é e será sempre, no dizer americano, "Home of the Braves, Land of Freedom"!
    Cordialmente, sem qualquer hipocrisia, seu,
    Júlio

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  2. Prezado Rui,
    Sobre o que, em tempos lhe disse, receio não ter sido claro, quanto baste. O senhor é completamente livre, se assim o entender, de me dar o prazer, de publicar no seu, num blogue, que para mim, me dá bem mais que um bálsamo para a alma: o ver que há mais pessoas a assim pensarem, contra qualquer centralismo, apele-se ele de democrático ou, até, com paredes de vidro, "plus ça change, plus ça reste la même chose". Aí está, centralismo e, contra o depleção de uma cidade e zona, de que, estou certo, tanto amámos!
    Mas, há mais, querido amigo, ao publicar no "Renovar o Porto", está de facto a enlevar-me a uma distinção que não tenho por merecida.
    Só uma correcção, a SAD não foi aumentada em dois, como referi, enganando-me, e, sim a mais um, Antero Henriques...
    De passagem, quando em tempos, o Rui se referiu a um comportamento distinto, no programa "Campeonato Nacional", na TVI24, de Bernardino Barros, por oposição ao que apresenta no Porto Canal, num programa por ele apresentado, aí, tinha toda a razão: no Porto Canal, até Bernardino Barros o deve sentir, sem o admitir, pois claro, numa expressão sua maravilhosa, é quem lhe dá "aquilo que o faz rir". Mas ver, qualquer coisa, por mínima que seja, no Porto, que nos traga o receio de ser despedido, numa censura não explícita, para mim é aterrador... Mas, gosto do seu blogue, Rui, porque ao contrário do resto da "bluegosfera", o Rui, irreverentemente, chama os bois pelos nomes, sem uma indevida, por deslocada, submissão ao Senhor Presidente. O do FCP, não o autarca, que felizmente vejo à frente da CMP, Rui Moreira...
    Continue a gozar de um -- com um Céu tão límpido, sem a falsidade de que só em Lisboa, há tanta luz; falsa, porque a única coisa que se devia afirmar é que Lisboa é calcária, não granítica, como o Porto -- relaxante fim de semana...
    Júlio

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  3. Sabe caro Rui o problema desta esquerdalha em relação ao Prof.Marcelo é que este foi a confirmação de que o eleitorado não votou á esquerda nas legislativas!Veja meu caro amigo,o PS não gannhou as eleições apenas se aproveitou de uma conjuntura para se apoderar do poder nem que para isso tenha de ter vendido a alma ao diabo como qualquer Fausto desta vida! O povinho na sua incomensoravel ignorancia deu uma lição a esta esquerdalha sem vergonha ao eleger o candidato conutado com a direita,esta besta monstruosa de sete cabeças e logo á primeira volta!Quer dizer,o povinho ignorante não tem duvidas como não tem duvidas em relação a qualquer assunto todo aquele que não percebe nada do mesmo!Eu por exemplo não tenho duvidas nenhumas em relação á fusão nuclear!

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  4. Eu também não tenho nenhuma dúvida sobre a qualidade da direitalha "lobista" e vendida do meu Portugal. E também não tenho dúvidas da ignorância do meu povo ao ver Marcelo ser eleito e uma 'paf' do mais ladra que existe neste mundo, perpetuar políticos criminosos.
    A tal esquerdalha tem ladrões como tem a direitalha ignóbil e usurpadora.

    Gostei da atitude de Marcelo, veremos agora, como diz, se é autenticidade ou populismo. Acho que é um bocado de ambos.

    Quanto a Rui Moreira, desiludiu-me muito no inicio do seu mandato e no período pré-eleição. Estou a gostar da sua luta e da sua humildade, no fundo é o admitir que estava errado antes. Fá-lo por amor ao Porto, assim parece, assim espero. Mas já vai tarde. É que esta ignorância das privatizações dos sectores energéticos e de transportes tem custos muito elevados. Um deles é o centralismo desmesurado na busca de um lucro que não se reflecte em riqueza do país. Apenas das carteiras de meia dúzia de indivíduos, a quem foi oferecida uma empresa que foi construída com o dinheiro de todos.

    Um abraço

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  5. Creio ter sido claro no que ao Marcelo R. de Sousa diz respeito.

    Gostei do estilo, da aproximação ao povão, mas agora, é preciso transformar o calor humano em algo mais pragmático, ou seja: a melhoria da qualidade de vida e a definição de uma política mais virada para o povo do que para os donos do grande capital.

    Isto, é que não é demagogia, isto, é a essência do que é importante. Porque fartos de actores andámos nós. E, no que me diz respeito, quero que os actores sejam encaminhados para os lugares certos, que são os teatros.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...