03 abril, 2017

Bernardino Barros, um comentador à Porto

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Bernardino Barros
Se deixei de acreditar na rectidão dos jornalistas e generalizo demais essa ideia, foi porque eles se puseram a jeito, anos e anos a fio. E com isto, não quero repetir-me, porque já exemplifiquei o que os bons jornalistas podiam ter feito, e não fizeram, para se demarcarem do lixo fétido produzido por alguns (muitos) dos seus colegas de profissão. É assim, na permissividade, que se "destroi" a reputação de uma classe. Tal, como os políticos...

No que compete o acesso à comunicação, se há profissão privilegiada, é evidentemente, a de jornalista. Usá-lo para o mal é o que os oportunistas fazem, mas para o bem, só depende da vontade de cada um, porque meios é coisa que não lhes falta.

Da televisão à rádio e aos jornais, é por aí que eles passam a mensagem das suas ideias, e até hoje ainda não vi um único* a opôr-se claramente ao trabalho soez e anti-democrático que esses seus companheiros de profissão vêm públicando, sobretudo em Lisboa... E não é de agora, acontece há muitos anos. Daí que, por mais que tente compreender a costela corporativista, é difícil acreditar numa classe que vivendo da informação a coberto dos valores da democracia e da liberdade, pactue com esta situação que só pode ser explicada numa palavra:  medo. Um medo que ultrapassa a minha compreensão, por não ver nele algo que possa perigar a sua integridade física. A outra versão, pode atribuir-se ao comodismo, à remissão, ao deixar correr o marfim, de molde a assegurar a manutenção do posto de trabalho, mesmo que num clima de paz pôdre. Enfim, algum dia terão de mudar as coisas, é insuportável "respirar" a plenos pulmões a vida inteira num ambiente tóxico. Esperemos que esse dia esteja a chegar. 

Vale isto por dizer que no mundo do jornalismo desportivo, e dos comentadores de futebol, um oásis parece estar florir, tráz o nome de um jornalista: Bernardino Barros. Dos comentadores desportivos portistas da actualidade é o único que corresponde àquilo que se espera de um comentador sério, acutilante e corajoso. Ontem, mais uma vez deixou o filho do freteiro de pareceres jurídicos, Domingos do Amaral, a fazer aquela figurinha de parvo, muito típica dos benfiquistas, com réplicas e argumentos impossíveis de contrariar, sem o recurso à táctica da perfídia.

Caro Bernardino, só espero que não seja o FCPorto a coartar-lhe a liberdade, porque neste momento está a ser preponderante o seu papel de portista num covil dos abutres. Bravo! Considere-se uma execepção à regra da opinião que mantenho sobre muitos da sua profissão. E, sem exagero, sinta-se honrado com isso. Mostre-lhes o que é a fibra de transmontano.

*   Só a partir da emissão do Porto Canal, através do programa Universo Porto da Bancada, é que começamos a ver jornalistas [Tiago Girão (moderador), Francisco J.Marques, e José Cruz e Bernardino Barros (comentadores)] a censurar o trabalho de jornalistas publicado n' A Bola, no Record e Correio da Manhã. Antes, não se disse nada, além de frases evasivas.

3 comentários:

  1. Realmente, Bernardino Barros é o único comentador portista que é objectivo, que fala curto e duro, sem pinças nem mariquices, nem medos de perder a avença. E isso hoje em dia é quase um acto de heroísmo.

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  2. Na minha opinião a imprensa em Portugal está nas mãos dos fascistas e dos benfiquistas, basta ver quem são os comentadores em todos, repito todos os canais de televisão, e nos jornais é a mesma coisa, o Porto canal que devia ser um canal ao serviço do nosso clube andou a dormir durante este tempo todo, só agora com o programa referido pelo Rui e que dá às Terças-feiras, é que se vê alguma resistência ao clube do regime, mas na minha opinião já vem tarde, mas mais vale tarde do que nunca.
    Abraço
    Manuel da Silva Moutinho

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  3. Este vai aos programas televisivos altamente preparado e identificado e chama o nome aos bois. Há outros, que a bola para eles é um penico, só lá vão para ganhar o deles, uns são uns TóTós e outros uns palhaços que pouco ou nada defendem o FCP.

    Abílio Costa.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...