15 dezembro, 2007

Elites falhadas

Transcrevo este comentário retirado do Público que subscrevo na quase totalidade. Este episódio da guerra dos "seguranças" permite-nos avaliar a imensa mediocridade das elites que nos dirigem. Começando no procurador, passando pelo "comentadeiro" Pacheco, pelos ministros da tutela, inspectores do MAI e acabando no senhor presidente da Câmara do Porto. Prova disso foram as declarações néscias feitas por estes figurões e a imensa palhaçada da operação especial desta noite com 500 agentes e enorme aparato. Estas coisas fazem-se todos os dias, sistematicamente, discretamente e com eficácia. Este tipo de operações só servem para os jornalistas colherem umas imagens que ficam sempre bem nos telejornais. É folclore!


15.12.2007 - 00h43 - Anónimo, Ribeira-Porto


Se a democracia fosse directamente proporcional ao sentimento “opinativo”, Portugal, resolveria o deficit a vendar democracia em pacotes. Ler os comentários a esta notícia, é viajar nos meandros da ignorância, entre o ingénuo, e o intencionalmente malicioso na sua demagogia. Duas ou três considerações. Não há nenhum problema de insegurança na Ribeira do Porto, a não ser quando jogam alguns tipos menos simpáticos contra o club da terra, e que acaba com umas cadeiras pelo ar, e meia dúzia de corridas. Nada comparável com Paris, Atenas, Berlim, Milão, ou até a pacata Oslo. No Porto, morreram uns tipos, que se queriam matar entre si, e não tem nada a ver com a populaça da cidade, a noite de copos e cervejola, a noite das danças e dos fumos. Nada. A morte de 6 tipos, resume-se a um animal que deu um murro mal dado noutro, e por isso o matou. Do mesmo animal, que fez mais uma dúzia de sacanices, até que algum mais corajoso resolveu resolver o assunto. A mais uns tiros que a partir dessa historia, foram acertando no tipo que estava ao lado. E de lado em lado, despacharam 6. Há polícias nos negócios dos streep, e da importação de umas bailarinas, e de uns avisos às rusgas etc.? Há de certeza. Onde? No Porto, em Lisboa, em Freixo de Espada à Cinta, em Alcagoitas de cima. Desde quando? Desde o tempo do Vasco Santana, e do Aniki Bobo. Os polícias do Porto, sabem o que investigam? Sabem tudo, onde estão, com quem estão, quem mandou, quem disparou...Sabem eles, e sabe qualquer tipo que tome 3 cafés na Ribeira, entre as 7 da matina e a hora de almoço. Como sabem os catraios que jogam a bola nas ruas do património mundial. Toda a gente sabe. Então porque não fazem nada? Claro que fazem, só não os arrecadam... Para quê? Perguntem aos políticos que fazem as leis, e aos “corporativistas” do sistema judicial, porque é que as fazem. Porque raio há-de um polícia, sujeitar-se a levar com uma rajada, para arrecadar um tipo que vai para a rua passado 24 horas, porque o “flagrante” não existiu? Porque raio, há-de um policia, interferir no andamento de uma situação, que melhor que qualquer tribunal, vai resolver questões há muito adiadas? Mas oh gente de Lisboa, da câmara, do parlamento de onde quiserem...Alguém avalia a perda para o país da “partida” destes 6 cavalheiros? Terrível, são os que ficam nas passadeiras, quando vão para a escola... Os investigadores de Lisboa, vão resolver tudo? Nada, de nada. È mais um episodio na guerra Porto-Benfica, ou Poder central-regiões, ou algo similar, que outra coisa. Sabem o que é aquele sentimento de tentativa de diminuir uma cidade, uma região, uma entidade, seja de que forma for? Os Policias do Porto, coitadinhos foram ofendidos? Não. Têm simplesmente uma reacção corporativa. Num pais que nunca saiu do corporativismo. Que está nos juízes, nos advogados, nos médicos, nos farmacêuticos. E só não está nos sapateiros, nos arrieiros, nos caldeireiros, porque, a despeito de manterem as ruas com os seus nomes, os que o eram, hoje são...policias, médicos, advogados etc... Basta de tanto delírio. Opinem menos e resolvam os assuntos com competência. Começando por dar condições efectivas à policia, por exemplo. E não só armas, carros, e telefones, mas também, leis que se cumpram que coloquem os criminosos nas cadeias, fazendo das cadeias não estancias de ferias e escolas de crime, mas lugares, onde quem quer comer, que o produza, quem quer ser inserido socialmente, que comece a investir nisso.

14 dezembro, 2007

VÁ DE RETRO SATANÁS!!!

Caros conterrâneos

Este é o rosto da CALÚNIA, mascarado de Nossa Senhora da Purificação, também conhecida por Nossa Senhora da "LUZ", hoje travestido em S. Domingos Amaral...


Humilhar o Porto, as suas instituições, a sua gente mais dedicada, é o que está a dar, lá para as bandas da nossa diligente capital.


Descobrimos mais um franchisado no negócio de Mal-dizer-o-Porto. Reparem bem nas semelhanças entre a imagem da Santa aqui representada e a do autor deste honestíssimo artigo e digam-me se não é caso para desejarmos o Inferno.

A polícia do Porto não presta?

Saúdo todos os participantes nesta Bússola e faço-o na consciência de uma ausência relativamene longa e pela qual começo por me penitenciar... Assim sendo, também teria que ter um motivo forte para recomeçar a minha "postulação" - prometo que serei assíduo - e ele foi-me dado hoje pelo presidente da Câmara do Porto.

Pois o edil atira-se de "faca nos dentes" à Polícia Judiciária portuense - "não é a primeira vez que a PJ/Porto falha", afirma. De facto, não é a primeira vez que Rui Rio mostra desagrado pela actuação das autoridades policiais do Porto, seja porque não tratou os arrumadores tão severamente como pretendia quer porque noutros casos as suas investigações não foram tão longe como desejaria...

O que me faz impressão não é propriamente a crítica à autoridade policial que, desde que seja legítima e dentro do enquadramento cívico necessário, é obviamente aceitável e até ´alutar. O que me incomoda é que seja o presidente da Câmara do Porto, o presidente da Junta Metropolitana do Porto, a trazer para a praça pública uma crítica tão mordaz e claramente excessiva a quem tentará o melhor que pode cumprir a sua missão.

Parece-me até que caberia a quem representa o poder político autárquico do distrito o papel de "estranhar" que para resolver casos tão difíceis e mediáticos como este da "Violência ligado aos negócios da noite" ou até do Apito Dourado seja preciso entregá-los a alguém da capital... O problema é relativamente simples: ou no Porto não há polícias capazes ou eles são de algum modo coniventes com a situação. E, então, há que pedir responsabilidades a quem ao longo dos anos foi montando a máquina policial no distrito, lhe foi nomeando responsáveis e formando agentes... Não foi no Porto que isto aconteceu nem é sua a última responsabilidade. De certeza.

O que há que exigir é mais e melhores agentes e inspectores, mais meios e condições, e melhor direcção. Atacá-los, humilhá-los na praça pública não me parece razoável e muito menos proveitoso...

A não ser politicamente, especialmente junto da opinião pública mais a Sul sempre pronta a juntar a sua voz a quem critique o Porto e o Norte.

Publicado por Rogério Gomes (no Bússola)

13 dezembro, 2007

Quo Vadis Pacheco?

Lê-se hoje no Público que Pacheco Pereira, portuense, intelectual sempre pronto a botar opinião sobre tudo e mais alguma coisa, professor universitário numa instituição conceituada na área das ciências sociais, historiador com muitas obras publicadas, enveredou pela demagogia mais básica. Num registo populista, bem ao gosto dos leitores do Correio da Manhã, público que aliás conhece bem, resolveu estabelecer uma ligação directa entre a onda de violência na cidade do Porto e os Super Dragões. Tal como um tal de Domingos Amaral que não tem pejo em fazer insinuações torpes e tirar conclusões espúrias, Pacheco deixou-se levar pelo ressentimento.

Fernando Madureira, famoso líder dos também famosos Super Dragões - uns tipos que ululantes e enjaulados assistem aos jogos do FC Porto -, mais conhecido como "o macaco", também ele autor duma coisa a que chama "livro", demonstrou, apesar da ausência de títulos académicos e obra publicada que possam ser comparados a Pacheco, possuir um maior lastro sociológico que o grande intelectual. Lapidar disse que a " claque é grande", que engloba diversos "grupos e classes sociais" e que nela coexistem "polícias e ladrões... não somos mais do que uma micro-sociedade". Não se pedia que Pacheco tivesse o discernimento de João Cardoso Rosas, mas esperava-se mais. A sorte de Pacheco é defrontar-se semanalmente com Jorge Coelho e não com o Madureira. Era uma abada!

Entretanto o procurador acordou e chegou à conclusão que pelo menos a PJ do Porto não é a "melhor do mundo". Falta saber se a emenda não é pior que o soneto.

Noticias JN

Região Norte TV

Dentro do pouco que posso fazer pela região faço. Deixei a TVCabo para passar para a TVTel. Motivos? O primeiro, por estar descontente com o serviço (e preço) da TV Cabo. O segundo, pela TVTel ser uma empresa do Norte. Até agora não estou arrependido.
Só se espera, é que o novo canal agora anunciado, se deixe definitivamente de subserviências centralistas e que aposte na prata da casa porque há muito potencial e temática por aí.
Falem do Norte, do interior transmontano, do Alto Douro, de Braga, de Guimarães, enfim de toda a região e esqueçam Lisboa. Invistam aqui, porque é aqui que está o futuro.

Novo Bolhão para 2009

Se o plano sair do papel é de aplaudir, porque já vem tarde. As eleições aproximam-se, não é...


Pinto Monteiro entrega a Lisboa homicídios no Porto

Dizia o Director do JN, ontem - carregado de razão - que o Poder no Porto já não é o que era. Está domesticado, cordato, irreconhecível. Continuo a pensar que o Porto precisa de um Líder. Um Líder mesmo, porque de amostras estamos bem servidos.

De novo, o ódio de Pacheco Pereira

Outra dúvida que não tenho, é sobre o desprezo que Pacheco Pereira dedica à terra de onde consta ser originário.

Este político arrogante, tal como o seu fiel amigo Rui Rio, é dos portuenses mais atípicos que a cidade já conheceu.

Hiper-convencido dos seus dotes intelectuais (que alguns lhe reconhecem), deixa-se trair amiúde pelo seu perfil ressabiado contra os portuenses, em particular contra aqueles que tiveram o azar (a felicidade, digo eu) de gostar do clube mais representativo da cidade, o F. Clube do Porto.

Da mesma forma se trai, quando se vê compelido a comentar algum acontecimento desagradável de claques ou de dirigentes de futebol afectos à zona da capital, sendo fácil notar-lhe muita contenção nas palavras e uma suavidade tolerante que nunca usa quando a crítica tem como alvo o clube azul e branco.

Raramente o ouvimos referir-se, com a contundência que o notabiliza, a barbaridades perpetadas em recintos desportivos da capital e quando o faz tem sempre o cuidado de não se exceder para não cair em desgraça na plateia e no palco que lhe mima o ego e abastece a carteira.

Recordo aqui há uns anos, a agressão bárbara sofrida por atleta de hóquei-em-patins do FCPorto, em que sofreu traumatismo craniano provocado por adeptos benfiquistas em Lisboa e nunca me dei conta de ter feito um comentário categórico de repulsa ao acontecimento. Passa-lhe sempre ao lado, são minudências...

Ontem vi, como vejo muitas vezes, o programa "Quadratura do Círculo", e de novo Pacheco Pereira extravazou no azedume que nutre pela cidade que o viu nascer. De novo, os seus comentários roçaram os limites da calúnia e da insinuação, dando claramente a entender (quase levando Lobo Xavier a perder a compostura) que os recentes crimes ocorridos no Porto estariam ligados às claques dos super-dragões e ao F. Clube do Porto.

Em suma: nem os adversários do clube portuense conseguem ser tão insinuantes quanto este produto híbrido do Porto.

Se há palavra que lhe assenta que nem uma luva, só pode ser esta: DIFAMADOR

O Tratado do Centralismo

Em tempos idos, Cavaco Silva lançou uma frase que se tornou célebre, disse: "raramente me engano e nunca tenho dúvidas!"

Longe de mim emitá-lo, mas entre esta frase e aquilo que penso, é que às vezes, tenho dúvidas.

Neste momento, por exemplo, tão tenho dúvidas em desligar as televisões onde estão a tentar convencer-me que algo de extraordinariamente importante está a acontecer em Lisboa. Ao que parece, trata-se de uma cerimónia onde será assinado um tal Tratado de Lisboa do qual (como sempre) muito pouco se sabe das suas vantagens para nós e para a Europa. Tal como a entrada para a Comunidade Europeia não se reflectiu na qualidade de vida dos portugueses, este deve ir pelo mesmo caminho. Adiante.

Apesar disso e como vem sendo costume, há muita vaidade em LISBOA (parece que orgulho mesmo), rejubila-se com o feito e até já se compara o acto à partida das caravelas dos descobrimentos...

Há um pormenor nesta cerimónia do qual não duvido, que a classe política se sente realizada nestes palcos, mesmo que no futuro se venham a revelar inconsequentes.

12 dezembro, 2007

"Nós por cá"

Para alguns "optimistas" militantes do burgo esta crónica será ficção ou prazer masoquista?

Mais uma "malandrice" de Pinto da Costa...


Parabéns ao F.C.Porto e a Jorge Nuno Pinto da Costa!


O Futebol Clube do Porto, é a única equipa portuguesa ainda em prova na Liga dos Campeões Europeus e acaba de passar aos oitavos de final em 1º lugar no seu Grupo.


Os clubes de Lisboa perdem. Contudo, fazem capas de Jornais e abrem Telejornais...


É a "normalidade d e m o c r á t i c a de Lisboa em todo o seu esplendor

RENOVAR A LINHA DO DOURO






Pela reabertura da linha ferroviária Pocinho/Barca de Alva e reabilitação da Linha do Douro






Subscreva aqui petição online

Nunca o C......o foi tão "certeiro"

Parece que o Primeiro Ministro terá dito que desta vez os sacrifícios serão distribuídos de forma mais justa. Mais Justa é o C...........o!!!!

São 23 horas, cheguei agora a casa e trabalhei hoje doze horas. O meu filho já está a dormir. Este ano já paguei em impostos e multas dezenas de milhares de euros. Todos os meses pago um balúrdio de TSU, tenho custos financeiros indescritíveis por causa da forma como é cobrado o IVA, pago o PEC sobre um rendimento que pode não acontecer e este f...o da p...a vem-me dizer que os sacrifícios serão distribuídos de forma mais justa ? O C........o!!!

Tenho semanas durante o ano em que trabalho 20 horas por dia. Este fim de semana não sabia sequer que dia era, no dia da greve de uma chusma de pan...eiros andei na estrada a pagar portagens e a trabalhar para poder pagar impostos, comecei numa p...a duma garagem sozinho e dei trabalho a uma carrada de gente a quem pago o IRS, a Segurança Social, Seguros de Trabalho e todas as taxas que o estado me exige. Não negoceio salários brutos, por isso que vão para o C.......o com as contribuições dos trabalhadores.
Pago salários decentes e recuso-me a pagar o salário mínimo, seja a quem for, investi e perdi, arranjei-me, voltei a investir e falhei de novo, recuperei e investi de novo e consegui, e estes pan....eiros do C........o vêm agora dizer-me que os sacrifícios são distribuídos de forma justa?
Como o Guterres que f.....eu o pais todo com o rendimento mínimo garantido, a pior opção económica de sempre. Nem sabem sequer o que é não dormir, desesperar, cair e levantar sem pedir um tostão que seja ao f da p... do Estado?! Nem subsidio de desemprego nem o C.......o?! E tenho que ouvir todos os dias as queixinhas dos policias, dos funcionários, dos professores com horário zero (!), dos funcionários dos correios, dos anacletos e afins, que fujo ao fisco, que exploro os trabalhadores, que tenho que pagar mais impostos, que sou um parasita?!

Já paguei todos os impostos de facturas que até agora não consegui cobrar (IVA e IRC), paguei IRC sobre stocks que não sei se algum dia conseguirei vender e os sacrifícios são distribuídos de forma justa?! Justo é o C.......o!! Os 2000 funcionários da CM de Albufeira trabalham das 9h às 15h com intervalo para almoço e de caminho a mesma CM entrega e paga serviços a empresas privadas; decidiram mudar a escada da parte velha, fecharam-na, derrubaram a antiga e colocaram a estrutura em metal, e após quinze dias retiraram a mesma estrutura e colocaram-na em madeira! E ainda queriam fazer um elevador até à praia!!! E eu pago.

Num qualquer Instituto mais de 50 chulos tratam de 9(!) putos. E eu pago. Inventam Institutos e Fundações. E eu pago. Inventam as SCUTS. E eu pago. O PEC. E eu pago. O Presidente apela ao patriotismo. E eu pago.

Sr. Presidente, com todo o respeito que me merece: Vá s f...., você e os camaradas no avião fretado que foram passear para a China. A CM de Paredes de Coura faz Parques de estacionamento sem trânsito. E eu pago. O anacleto Sá Fernandes rebenta com o C........o do orçamento da CM de Lisboa. E eu pago. O Sócrates vai á borla de avião Falcon da Força Aérea. E eu pago. Sacrifícios?! De quem, o C......o?!

Prestam-me um serviço de merda na saúde, a educação é tão miserável que sou obrigado a por o meu puto num colégio privado, nem me atrevo a cobrar dividas em Tribunal devido à miséria que é a Justiça. E pago. Preciso de uma cirurgia e tenho dezasseis mil pessoas em lista de espera, pelo que se não tivesse um seguro de saúde estaria como milhares de desgraçados que se calhar já morreram. E eu e eles pagamos. Os sacrifícios são distribuídos de forma justa? Como??!! O C........o!
E aquela esfinge pa.....eira de óculos que preside ao Banco de Portugal, que ganha mais que o secretário do tesouro dos E.U.A., está à espera de colectar mais 0,03% do PIB com o aumento do IVA? Pois tenho uma pequenina novidade para o reconhecido génio. Talhos, advogados, lares, lojas de moveis e outros pequenos negócios que conheço já têm a contabilidade e pagam impostos em Espanha e eu, assim que seja possível, no ano da graça de 2008 pagarei todo o IVA, IRC e contribuições em Vigo.

A chulice destes f... da p.... que vão cobrar ao C.......o! E quero que se f.... a solidariedade e a conversa de merda porque não me sai do corpo para o dar a chulos. Por alma de quem? Mais Justo?!

Pois é, meus amigos, Justo é o C..... que os F......!!!!!!!!!!!


(Desabafos de um cidadão anónimo revoltado)

11 dezembro, 2007

Os 99 anos de Manoel Oliveira

«O mais premiado cineasta português de todos os tempos, Manoel de Oliveira, que hoje completa 99 anos, disse à agência Lusa que está determinado a realizar todos os filmes que ainda tem em projecto.

"Continuo enquanto me deixarem e enquanto tiver saúde", disse à Lusa Manoel de Oliveira, garantindo que quer realizar todos os projectos que tem, sem dar prioridade a nenhum em especial."Não quero chegar a parte nenhuma, [o cinema] foi só a minha paixão, foi quase que instintivo", afirmou o cineasta.Manoel de Oliveira escusou-se a falar sobre o seu passado, sublinhando que está concentrado apenas nos planos para o futuro."Não olho para os filmes que fiz", frisou.Manoel de

Oliveira nasceu no Porto em 11 de Dezembro de 1908, mas foi registado como se tivesse nascido no dia seguinte.Com 76 anos de cineasta e 99 de idade, Manoel de Oliveira é o mais velho realizador de cinema do Mundo em actividade e o mais premiado do cinema português."Douro, Faina Fluvial" (1931), "Aniki Bobó" (1942), "Benilde ou a Virgem Mãe" (1974), "Amor de Perdição" (1979), "Francisca" (1981), "Le Soulier de Satin" (1985), "Os Canibais" (1988), "Vale Abraão" (1993) e "o Quinto Império" (2004) são alguns dos mais de 40 filmes que realizou."Belle Toujours" e "Cristóvão Colombo - O Enigma" (com estreia marcada para 10 de Janeiro) são as obras mais recentes de Manoel de Oliveira, que tem em projecto "O estranho caso de Angélica" e a adaptação para cinema do conto de Eça de Queiroz "Singularidades de uma rapariga loira".


PARABENS!

Duas notas positivas contra quatro negativas (do JN)

Contra o silêncio (de David Pontes)
Haverá, evidentemente, quem leia este artigo e o considera 'populista'. Nada mais artificial. Vale a pena ler e reavivar a memória da historinha da cena do Metro de Lisboa com a actriz contratada para derrubar Fernando Gomes, com sucesso, diga-se.

A sala de visitas (de Alberto Castro)
"...que a crítica à ousadia da ACP tenha, em alguns casos, vindo do... Porto é demonstrativa do Estado de indigência em que certos círculos nortenhos se deixaram encurralar".
"este raciocínio é paradigmático da mesquinhez e do medo dos que, habituados a ter mercados cativos, convivem mal com o potencial aparecimento de concorrência."
Mais populismo? Tudo manifestações provincianas...

Noite à 8 anos sem o contolo das polícias
Pois é, se calhar, o tempo é curto para encontrar uma pista convincente para condenar Pinto da Costa ( o grande vilão do Norte) e não chega para tarefas "menores"...

Universidade do Porto está nas 500 melhores do Mundo
Maior Universidade portuguesa, maior produtor de ciência no país (de Portugal, entenda-se), são alguns dos pontos positivos que nos fazem manter a esperança.

Trabalhadores da Unicer em greve
a empresa liderada por Pires de Lima eliminou em 2006, mais de 400 postos de trabalho. Este é mais um político, entre muitos, que não lhe chega a macrocefalia lisboeta. Político e ex-deputado,acentue-se, desce à província - como se por cá não houvesse gestores competentes - para comer a "chicha" de uma empresa do Porto e despedir pessoal. Um exemplo a 'seguir' e imaginar o que faria se fosse Poder...

4 Ligações novas e Linha Amarela estendida até Vila d'Este
Se este estudo da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) for para diante é uma boa notícia para o Porto

10 dezembro, 2007

... e o resto é paisagem

Acabei de ver no noticiário da RTP2, uma notícia acerca do lançamento de uma campanha governamental, baseada num audio-visual, destinada a dar uma nova imagem de Portugal no estrangeiro. O chefe da orquestra é o inefável ministro da Economia, o mesmo que patrocinou a parolíssima e idiota ideia de transformar o Algarve em allgarve. Sem rir, e com o ar mais solene possível, afirmou que se pretende que o país dê uma imagem de inovação, capacidade empreendedora, e não sei mais o quê.

Até aqui tudo bem, é o habitual show de irrelevâncias e fantasias a que os nossos governantes nos habituaram e que ninguém cá dentro leva a sério: é mesmo para inglês ver, só que estes também não vão acreditar. Basta olhar para as estatísticas, económicas e outras.

Mas o que sinceramente mais me irritou foi que, além de todas as figuras (menos uma) apresentadas como símbolos deste tal Portugal renovado, serem figurões de Lisboa, a banda sonora é um fado cantado por uma qualquer fadista lisboeta.

Por muito que queiram na capital, o fado não é a canção nacional. Nada tenho contra quem gosta dele, apenas apresento aqui o meu protesto (inofensivo e inóquo infelizmente) contra mais um abuso centralista: reduzir todo país à área da capital e pretender que os símbolos locais lisboetas sejam forçosamente símbolos nacionais.

Nada disto é novidade, eu já devia estar habituado. Mas não consigo!

PORREIRO, PÁ!!!

Porreiro pá! Como nós somos bons, pá! Como podemos sentir vaidade por estarmos a governar tão bem, pá. Tu, viráste as costas às responsabilidades que assumiste perante o teu povo para arranjares um bom emprego que te dá prestígio e dinheiro, embora nada de importante realmente faças e apesar disso, ainda há portugueses que se orgulham de ti. Vê lá, pá!

No fundo, o nosso povo até é porreirinho pá! Então,se até um treinador brasileiro o convenceu a pendurar bandeirinhas nas janelas sem nada ter ganho e a desprezar os portistas, como é que nós não havíamos de tocar no seu orgulho nacionalista por termos conseguido trazer a Lisboa tanta gente ao mesmo tempo? Ó pá, isto é como lhes dar uma laranja sem sumo, porque o que realmente importa é mostrar-lhes a laranja. Quando derem conta que a laranja afinal não existe entretanto, já cá não estamos e os que nos sucederem que se safem que aprendam a aldrabar com classe e com porte de estadista que isto não é para todos. Não é pá? Porreiro.

Os ditadores é que vieram comprometer um bocado os nossos princípios democráticos, mas nestas ocasiões já sabes pá, temos de fazer uso da técnica do palavreado que aprendemos quando éramos novatos e chapamos-lhes com aquela da "real politik" e toda a gente engole pá! Tás a ver pá?

É preciso também, falar-lhes de optimismo pá, sobretudo quando os assaltos aumentam na razão directa das ondas crescentes de desemprego que é para eles se sentirem "comprometidos" com o regime. Vê lá tu pá, que há alguns que até já comeram aquela do "todos somos responsáveis" que tantos debates e crónicas de propaganda nos custou. Sabes pá, isto dá algum trabalho pá, mas vale a pena. É que sem conseguirmos alterar uma vírgula ao estado das coisas - a não ser para pior - somos tidos como pessoas importantes e confessa lá que isso não te realiza? Anda lá, confessa pá.

Porreiro, pá.


O mundo do avesso

Enquanto o nosso primeiro-ministro, com aquele sorriso de provinciano deslumbrado consigo mesmo, reunia com o maior ajuntamento de facínoras que jamais foi feito na Europa, as coisas cá pelo Porto, e não só, pioraram.
Enquanto os nossos governantes andam entretidos a "resolver" os problemas de África, precisamente com aqueles que são os principais responsáveis pela infame situação dos povos desse continente, a incompetência das nossas polícias ganha contornos de record europeu. A famosa Polícia Judiciária - "uma das melhores do mundo" - depois de meses a ser literalmente gozada pela imprensa britânica, continua a sua incomparável saga de incompetência mostrando-se absolutamente incapaz de travar a onda de criminalidade violenta que assola o Porto. Depois de seis assassinatos em apenas 4 meses, vídeos na Internet e entrevistas nos jornais, a PJ continua às aranhas. Parece que só é capaz de sacar confissões às mães das infelizes joanas deste mundo. O senhor presidente da Câmara, nos intervalos da sua vida entre o gabinete da Câmara e os fins-de-semana em Viana, diz umas vacuidades sobre a situação.
Mas nada disto admira num país cujo procurador geral ouve ruídos estranhos no telemóvel, pensa que não é necessário um esforço suplementar na investigação do caso Casa Pia, apesar dos fortes indícios de continuada actuação de redes pedófilas em volta da instituição. Mas para fazer uma entrada de leão, e dar circo aos famosos "seis milhões" de cidadãos, nomeou uma procuradora especial para investigar a batota no jogo da bola. Esta, por sua vez, veio cá com grande aparato, usou três automóveis, e deslocou-se em grande velocidade pela cidade em holliwoodescas manobras de diversão.
Aquilo que interessa, aquilo que verdadeiramente afecta a vida dos cidadãos, ninguém mostra vontade de querer resolver. O senhor Sócrates e um tal de Durão (o tal que viu, com aqueles que a terra há-de comer, documentos que provavam a existência segura de armas de destruição maciça no Iraque, e mais tarde desertou do cargo de primeiro-ministro quando se apercebeu que não tinha arcaboiço para a dureza da tarefa), convivem com cleptocratas como o senhor presidente de Angola, déspotas como o senhor Mugabe e ditadores senis e ridículos como Ghadaffi (parece que é assim que o homem se chama agora) e esquecem-se dum país real que se afunda e onde cada vez mais, particularmente nesta região, os seus melhores voltam a ter que emigrar aos milhares.
A festarola parece que custou largos milhões de euros. Não faz mal, fecham-se mais umas escolas, maternidades e urgências no interior.
Tirem-de daqui!!

09 dezembro, 2007

Já acabou esta palhaçada da cimeira Euro-africana?

Uf! Até que enfim. Acabou esta feira de vaidades inconsequentes no esplendoroso palco de Lisboa.

Pelo menos agora, fica mais atenuada a imagem ridícula que os políticos dão quando se esforçam por nos convencer que estão a tratar de coisas sérias. Haja estômago para tanto cinismo.

Filhos de um deus menor

A primeira fase do Metro do Porto está a terminar pelo que, compreensivelmente, se começam a lançar ideias concretas para a segunda fase. Cada uma delas é acompanhada por uma reticência: "se o governo estiver de acordo e autorizar".

Este condicionalismo provavelmente não choca muita gente, por considerarem normal que seja o governo a decidir. A mim choca-me, e choca-me porque corresponde a passarem-nos um atestado de menoridade intectual e cívica. Pergunto-me porque raio uns supostos "patrões" que estão em Lisboa, é que vão decidir se para nós, portuenses, é mais conveniente termos uma linha circular, uma ligação entre Senhora da Hora e Hospital de S. João, ou outro qualquer percurso? Nós aqui no Porto damos porventura palpites sobre a expansão do metro deles?

Eu sei qual é o argumento que o governo considera decisivo para justificar esta interferência. "O dinheiro é dado por nós, portanto cabe-nos decidir o que vocês vão fazer".

Eu penso, e gostaria que uma grande maioria pensasse da mesma forma, que o dinheiro não é "deles". O governo deveria ser apenas considerado como uma espécie de fiel depositário do dinheiro dos impostos que são pagos por todos nós, que é nosso, e que portanto o governo não deveria nunca arrogar-se o direito de se considerar o seu légítimo proprietário, dispondo posteriormente dele segundo lhe dá na sua real gana. Quando muito, seria admissível que fosse negociado um limite máximo de investimento para a segunda fase. Mas uma vez acordado esse valor, a decisão quanto ao desenho de expansão da rede, deveria ser uma competência exclusivamente local, em moldes que estariam préviamente definidos.

Estou perfeitamente consciente de que, nas circunstâncias actuais, este desiderato é perfeitamente quimérico, mas é nesse sentido que deveríamos caminhar. O primeiro passo, sem dúvida, será conquistar uma regionalização que efectivamente descentralize e delegue poderes. Daí, a importância transcendente que o próximo referendo irá ter.