15 dezembro, 2007

Elites falhadas

Transcrevo este comentário retirado do Público que subscrevo na quase totalidade. Este episódio da guerra dos "seguranças" permite-nos avaliar a imensa mediocridade das elites que nos dirigem. Começando no procurador, passando pelo "comentadeiro" Pacheco, pelos ministros da tutela, inspectores do MAI e acabando no senhor presidente da Câmara do Porto. Prova disso foram as declarações néscias feitas por estes figurões e a imensa palhaçada da operação especial desta noite com 500 agentes e enorme aparato. Estas coisas fazem-se todos os dias, sistematicamente, discretamente e com eficácia. Este tipo de operações só servem para os jornalistas colherem umas imagens que ficam sempre bem nos telejornais. É folclore!


15.12.2007 - 00h43 - Anónimo, Ribeira-Porto


Se a democracia fosse directamente proporcional ao sentimento “opinativo”, Portugal, resolveria o deficit a vendar democracia em pacotes. Ler os comentários a esta notícia, é viajar nos meandros da ignorância, entre o ingénuo, e o intencionalmente malicioso na sua demagogia. Duas ou três considerações. Não há nenhum problema de insegurança na Ribeira do Porto, a não ser quando jogam alguns tipos menos simpáticos contra o club da terra, e que acaba com umas cadeiras pelo ar, e meia dúzia de corridas. Nada comparável com Paris, Atenas, Berlim, Milão, ou até a pacata Oslo. No Porto, morreram uns tipos, que se queriam matar entre si, e não tem nada a ver com a populaça da cidade, a noite de copos e cervejola, a noite das danças e dos fumos. Nada. A morte de 6 tipos, resume-se a um animal que deu um murro mal dado noutro, e por isso o matou. Do mesmo animal, que fez mais uma dúzia de sacanices, até que algum mais corajoso resolveu resolver o assunto. A mais uns tiros que a partir dessa historia, foram acertando no tipo que estava ao lado. E de lado em lado, despacharam 6. Há polícias nos negócios dos streep, e da importação de umas bailarinas, e de uns avisos às rusgas etc.? Há de certeza. Onde? No Porto, em Lisboa, em Freixo de Espada à Cinta, em Alcagoitas de cima. Desde quando? Desde o tempo do Vasco Santana, e do Aniki Bobo. Os polícias do Porto, sabem o que investigam? Sabem tudo, onde estão, com quem estão, quem mandou, quem disparou...Sabem eles, e sabe qualquer tipo que tome 3 cafés na Ribeira, entre as 7 da matina e a hora de almoço. Como sabem os catraios que jogam a bola nas ruas do património mundial. Toda a gente sabe. Então porque não fazem nada? Claro que fazem, só não os arrecadam... Para quê? Perguntem aos políticos que fazem as leis, e aos “corporativistas” do sistema judicial, porque é que as fazem. Porque raio há-de um polícia, sujeitar-se a levar com uma rajada, para arrecadar um tipo que vai para a rua passado 24 horas, porque o “flagrante” não existiu? Porque raio, há-de um policia, interferir no andamento de uma situação, que melhor que qualquer tribunal, vai resolver questões há muito adiadas? Mas oh gente de Lisboa, da câmara, do parlamento de onde quiserem...Alguém avalia a perda para o país da “partida” destes 6 cavalheiros? Terrível, são os que ficam nas passadeiras, quando vão para a escola... Os investigadores de Lisboa, vão resolver tudo? Nada, de nada. È mais um episodio na guerra Porto-Benfica, ou Poder central-regiões, ou algo similar, que outra coisa. Sabem o que é aquele sentimento de tentativa de diminuir uma cidade, uma região, uma entidade, seja de que forma for? Os Policias do Porto, coitadinhos foram ofendidos? Não. Têm simplesmente uma reacção corporativa. Num pais que nunca saiu do corporativismo. Que está nos juízes, nos advogados, nos médicos, nos farmacêuticos. E só não está nos sapateiros, nos arrieiros, nos caldeireiros, porque, a despeito de manterem as ruas com os seus nomes, os que o eram, hoje são...policias, médicos, advogados etc... Basta de tanto delírio. Opinem menos e resolvam os assuntos com competência. Começando por dar condições efectivas à policia, por exemplo. E não só armas, carros, e telefones, mas também, leis que se cumpram que coloquem os criminosos nas cadeias, fazendo das cadeias não estancias de ferias e escolas de crime, mas lugares, onde quem quer comer, que o produza, quem quer ser inserido socialmente, que comece a investir nisso.

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