09 julho, 2010

Parabéns ao semanário Grande Porto e respectiva Direcção

Cumpre hoje o seu primeiro ano de vida.

É, de facto, um oásis no panorama nacional e regional, um exemplo de coragem. Que tenha muito sucesso e que, nunca se desvie do caminho traçado.

Lobos com pele de cordeiros

Os espanhóis José António Lopez, Conselheiro da Presidência da Junta de Castela e Leão e Alfonso Valenzuela, conselheiro da Presidência, Administração Pública e Justiça da Junta da Galicia , foram convidados pela CCRN para opinar num seminário sobre a Regionalização sem saberem que uma grande parte dos anfitriões não estava ali para os ouvir, mas para fingirem que os ouviam. 

Este convite, está na cara, não passa de mais um embuste centralista para atrasar o processo da Regionalização. É fundamental denunciar  esta estratégia para tentar travar a dinâmica de um Movimento cívico com fortes possibilidades de afirmação nacional. Como há dias escrevi, daqui em diante vão multiplicar-se os "programas/debates" sobre a causa regional, vão levantar-se novos fantasmas e  inventar-se novos perigos separatistas. 

Não há nada mais previsível do que o criminoso voltar ao local do crime.  Os centralistas são os criminosos, os locais do crime os media, e  a Regionalização a vítima. Já está a acontecer. Tudo, o que destes protagonistas vier, não vem por bem. Não tenhamos a menor dúvida.

Das declarações de José António Lopez, queria destacar estas:  Em Espanha, ditadura é igual a centralismo,  democracia é igual a descentralização. Eu gostaria de acrescentar que em Portugal, também. Só com uma grave diferença entre as realidades dos dois países: é que em Espanha a ditadura é passado, em Portugal está a acontecer. Mesmo decorridos 40 anos após a morte de Salazar. Quem melhor que os nortenhos, o poderá confirmar?

Ps-É da maior importância acelerar a dinâmica do Movimento PPNorte. Não tarda, teremos a tribo pró-anti regionalista invadindo tudo  quanto é comunicação social centralista para "debater" a Regionalização e quando dermos por ela ainda vão dizer que fomos nós que chegamos depois...

08 julho, 2010

O Bolhão e o Porto

Num destes últimos fins de semana fui à baixa do Porto, coisa que não faço frequentemente. A baixa não está muito agradável: os grafitos, que vão sendo cada vez em maior quantidade sem que nenhuma entidade se preocupe, poluem a paisagem de modo que pessoalmente considero intolerável. Sinto-me num daqueles subúrbios sombrios e degradados que existem à volta das grandes cidades europeias. Infelizmente aqui não estou num subúrbio, estou na cidade propriamente dita, e esta cidade é a minha. As flores e as árvores desapareceram. Os Aliados, a praça D. João I, os Poveiros, até a Batalha, parecem tristes e incompletos, como que esperando qualquer coisa que os embeleze. Prédios degradados com montras que foram montras e agora mostram interiores vazios e sujos, não ajudam a melhorar o panorama.

As minhas ocasionais idas à baixa não são, como poderá parecer, exercícios de masoquismo. Considero quási como um dever cívico, uma espécie de (insignificante) contribuição para ajudar. Por pouco que se gaste no comércio local, penso que é importante pois que se os portuenses abandonarem a baixa à sua sorte, então ela morre mesmo. Será um sentimento idiota ou infantil, mas é o que sinto.

Mas nem tudo está perdido. Julgo que se detecta uma reanimação do centro do Porto, e não falo da "noite" que não frequento, mas durante o dia. Há uma coisa que é indiscutível : a quantidade de estrangeiros que se vêem, caminhando, visitando monumentos ou viajando nos autocarros turísticos, hoje em dia é maior que nunca. Ninguém terá dúvidas que esta afluência é sobretudo devida às low-cost (Ryanair à cabeça) que voam para o ASC. Tem o Porto argumentos suficientes para manter e incentivar este fluxo? Espera-se que sim mas gostaria de ver uma Câmara Municipal mais dinâmica e mais interventiva. Provavelmente isso não ocorrerá enquanto não mudar a presidência. Haja paciência, já faltou mais!

Entrei no mercado do Bolhão..Era sábado de manhã, estava buliçoso, com boas frutas e legumes (e azeitonas também!) e bastantes turistas. Mas quanto ao mercado em si, ao edifício, que tristeza! Decrépito, abandonado por quem devia cuidar dele, com escoras(!) que evitam que aquilo venha abaixo mas que dificultam a circulação das pessoas. Uma espécie de espírito jovem num corpo decadente.

De repente ocorreu-me se não haveria ali uma simbologia! O Bolhão representa o Porto. Ambos tiveram uma época áurea de que os portuenses se orgulhavam. Uma conjunção de causas negativas em que se pode incluir o desleixo, o desinteresse, a incompetência, práticas de estrangulamento provenientes do poder central, teve como consequência um declínio não combatido. O Bolhão com riscos de desmoronamento. A cidade, em sentido figurado, na mesma situação. O Bolhão é o reflexo do Porto.

Não sei o que vai acontecer ao Bolhão. Estará afastado o risco de se transformar num Centro Comercial (?!) ou haverá ainda um iluminado qualquer, cheio de ideias prá-frentex, que decida que um mercado assim não é "moderno", que dá prejuízo, e que em consequência destrua irremediavelmente o Bolhão e o seu espírito? Enquanto a actual Câmara estiver em funções, não me sinto tranquilo, não confio neste presidente. Mas pensando no movimento que nasceu quando a IURD quis tomar conta do Coliseu, acredito que destruir o Bolhão seria um crime que os portuenses nunca permitiriam.

Ai, se Vale e Azevedo fosse presidente do FCPorto!

Nuno Miguel Maia é o nome do jornalista de serviço para os casos de Polícia e Tribunais do Jornal de Notícias. Foi um dos que acompanhou com mais obstinação os famosos Processos Apito Dourado e Noites Brancas. Sempre que Pinto da Costa é chamado a Tribunal, ele não falha, sobretudo se a notícia for passível de apimentar com uns pózinhos acusatórios. Estou em crer que outros leitores já se terão dado conta da singularidade...

O que me intriga é que ainda me lembro do argumento apresentado pela direcção do JN  face  aos protestos de muitos portuenses que a acusavam de ser demasiado centralista, defendendo que para o jornal portuense se livrar do estigma provinciano teria de ser uma janela para o Mundo... Sendo assim, presumo que a edição de Lisboa tenha uma página exclusiva para os casos de Polícia e Tribunais da região, tal como tem o Porto, dando menor destaque a problemas similares de outras regiões.

Hoje, a eleita pelo cioso jornalista-justiceiro foi a autarca de Felgueiras,  Fátima do mesmo nome. Não, não esperem que venha para aqui servir de advogado de defesa desta senhora, até porque  ela provou saber defender-se, e primeiramente porque reprovo com indignação o estilo de gestão oportunista da autarca socialista. O que gostaria era de perceber por que é que sendo o JN uma janela para o Mundo com complexos centralistas, é dada tanta atenção a casos e pseudo-casos de polícia regionais, e continua a ignorar ou a omitir casos de maior gravidade no todo nacional. Esse é o grande mistério.

Vale e Azevedo! Sim, o próprio. É um exemplo. O ex-Presidente do Clube dos "bons chefes de família", o homem que mais ridicularizou [e continua a ridicularizar] a Justiça portuguesa. Será por isso que  o JN não fala dele? É por ter dirigido o Benfica que está imune às notícias e à Justiça?

Senhor Nuno Miguel Maia: Vale e Azevedo é um vigarista compulsivo, corrupto e falsificador. É mesmo! Não há dúvidas nem apitos, nem filmes, nem carolinas, nem pareceres freitas-amaralados, nem túneis, nem stwards, nem pneus. Só há factos. O homem é um criminoso.  A justiça assim o qualificou. Anda a monte, quiçá lá paras as Grã-Bretanhas. De que está o cavalheiro à espera para nos informar do andamento das investigações?

Não, não se preocupe, eu não cobrarei nada ao JN pela dica. A crise toca a todos. A sugestão é gratuita.

Desconfiem



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No rescaldo do seminário promovido recentemente pela CCDRN, é a opinião do Conselheiro da Presidência da Junta de Castela e Leão, talvez a única, do conjunto dos participantes, que merece ser considerada. Porque sabe do que fala e detém o know-how no terreno da realidade regional do seu país.

Os outros presentes [com reservas de respeito para alguns] recomendo seriamente que não os levem muito a sério. São sobretudo especialistas em ficção e gostam demasiado da pesca à cana. Andam a pescar há 36 anos, pescam mal e todos sempre para a mesma cesta... Desconfiem.

Formidável, a capacidade de afirmação do autarca portuense



E cá vamos, cantando e rindo, de fracasso em fracasso, até à "desportização" total.
Viva Rui Rio! É um homem sério, é o que nos vale...

07 julho, 2010

Cá estão eles, os regionalistas sintéticos!

Eu não disse que nos próximos tempos não iriam faltar seminários de génios para discutir a Regionalização?

Agora, é o Rui Rio, sempre ao estilo "sim, mas, talvez" que o caracteriza, a botar faladura sobre o tema. Ler aqui.

Os media centralistas

Haverá alguém que não tenha ouvido [pelo menos uma vez na vida], os senhores jornalistas defenderem o direito à liberdade de informação quando lhes é dito que se excedem no exercício desse direito? Haverá alguém que não os tenha visto a puxar pelos galões da Democracia quando se passam das marcas e  os acusam de difamar o bom nome das pessoas, muitas vezes infundadamente? Haverá alguém que não tenha interiorizado que os senhores jornalistas se acham uma classe profissional à parte, inimputável e acima de qualquer suspeita? Eu, atrever-me-ia a garantir que não há ninguém, sem correr o risco de os imitar.

Pois bem. Estes senhores da comunicação social centralista, que pautam por chegar antes dos seus colegas da concorrência ao local onde está a notícia, que amiúde nele se agrupam e atropelam como cachorros atrás do osso, ainda não sabem nem ouviram falar do Movimento Pró-Partido do Norte! Por que será?

Será por sentirem ameaçada a liberdade de informação, ou por excesso de zelo democrático?  Que mistério... 

06 julho, 2010

El regionalismo rebrota en el Norte de Portugal

La falta de atención y de recursos del Gobierno causa indignación en la zona
 
Voces respetadas y respetables del norte de Portugal han dado la voz de alarma y advierten de que la región fronteriza con Galicia está al borde de la revuelta. Lo ha dicho, por ejemplo, Rui Rio, alcalde de la segunda ciudad del país, Oporto, desde 2001, reelegido por mayoría absoluta en 2005 y 2009, presidente de la Junta Metropolitana de aquella ciudad y dirigente del conservador Partido Social Demócrata (PSD). El malestar contra el centralismo lleva años en la incubadora, como consecuencia de la sensación de olvido que padecen muchos de los casi cuatro millones de habitantes de aquella región. Un área que el historiador Rui Ramos compara con el sur de Italia o el este de Alemania, con menos ingresos, más desempleo y peor sistema de salud que el resto de Portugal. Y con el PIB per cápita más bajo del país, 80 frente al 138 de Lisboa, sobre la base de 100 como valor de referencia.


Cinco pueblos de Portugal piden usar un hospital de Vigo

La región dominada por Oporto y Braga es la menos rica y la de mayor desempleo


Ha bastado la propuesta del Gobierno, todavía en discusión en el Parlamento, de declarar de pago las tres autovías del norte (en zonas más ricas como el Algarve son gratuitas), para pasar del malestar a la indignación. Las protestas han dado nuevos bríos a los defensores del regionalismo, cuyo exponente más destacado se llama Pedro Baptista, dirigente socialista que promueve el Movimiento Pro-Partido del Norte. "Portugal es el único país europeo que no permite partidos políticos regionales", dice este antiguo diputado del PS. La prohibición figura en la Constitución, vigente desde 1976, aprobada tras la revolución de abril de 1974. Eran otros tiempos y otra realidad, cuando en Lisboa inquietaban las ansias autonomistas de Madeira y Azores. Ahora, la mayoría de fuerzas políticas considera desfasado el impedimento de crear partidos regionales. Por ello, Baptista cree que es hora de exigir "una revisión constitucional".

El principal promotor de un partido del norte asegura que "el espíritu de revuelta se está generalizando" por una razón muy simple. "Es la única región que en los últimos 10 años ha retrocedido en todos los indicadores económicos. Ha habido un desvío sistemático hacia la región de Lisboa de fondos europeos que pertenecen al norte, y una política de concentración de inversión pública en aquella región". Oporto y Braga, los dos grandes núcleos del norte, no tragan con que grandes proyectos de obras públicas -el AVE, el segundo aeropuerto, la plataforma logística- estén previstos en Lisboa.

La lista de agravios es larga. El norte tiene el índice de paro más elevado de Portugal, 12% frente a la media de 9%, y el mayor número de pequeñas y medianas empresas que han cerrado las puertas. El 90% de los empleos públicos más cualificados están en la región de Lisboa. La competencia de los países asiáticos y la ampliación del mercado europeo han tenido efectos devastadores en la región. No ha sido solo la quiebra de pequeñas y medianas empresas del calzado, madera o textil, que absorbían mucha mano de obra. El cierre de Qimonda, compañía alemana de componentes informáticos que exportaba 1.000 millones de euros al año, ha sido un golpe muy duro para la región, al desaparecer un pilar de la balanza tecnológica portuguesa.

La combinación de regresión económica y social es explosiva. "Para colmo, aumenta el sentimiento de que el Gobierno no gobierna Portugal, sino solo su territorio y sus propios Ministerios, lejos del norte del país", lamenta Pedro Baptista. "No nos dejan tener una política regional autónoma, ni la tiene el Gobierno".

Ricardo Jorge Pinto, coordinador del semanario Expresso en la región de Oporto y profesor de la Universidad Fernando Pessoa de aquella ciudad, sostiene que muchos ciudadanos del norte están cansados de las promesas incumplidas sobre la regionalización de Portugal de los dos grandes partidos, socialista y socialdemócrata (conservador). "El primer ministro, José Sócrates, del PS, prometió durante la campaña electoral de 2002 Gobiernos con cierta autonomía en cinco regiones, que corresponden a las actuales comisiones de coordinación y desarrollo (norte, centro, Lisboa y Val do Tejo, Algarve y Alentejo). Ganó los comicios y nunca más habló del asunto". En las filas conservadoras pasa tres cuartos de lo mismo. "Pedro Passos Coelho, líder del PSD, habla de crear una región piloto -no especifica si en el norte o el Algarve-, y si funciona, ya se ampliará", explica Jorge Pinto.

El descontento ha contribuido al rebrote del regionalismo y de la idea de un partido regional, que defienda un proyecto propio para el norte. El alumbramiento del futuro Partido del Norte ya tiene fecha, entre finales de octubre y la campaña presidencial, con el objetivo de estar a pleno rendimiento para las próximas legislativas de 2011. "Comenzamos hace poco más de un mes y ya tenemos mil militantes. Esperamos llegar a 10.000 en octubre", asegura convencido Pedro Baptista. "Tenemos gente de todos los partidos e independientes, y muchos jóvenes que entran por primera vez en política". Si el nuevo Partido del Norte no puede ser inscrito con esta denominación, Pedro Baptista tiene un nombre alternativo, Partido Portugués de las Regiones, para el que ya ha recogido 7.000 firmas.

Los regionalistas reclaman "un recorte del gasto político centralista, de 15 a ocho ministerios", y una amplia reorganización administrativa territorial, pero no renuncian a sus objetivos máximos, que incluyen "autonomía regional, un Gobierno y un Parlamento propios". El norte no tiene una lengua propia, pero el regionalismo embrionario reivindica "una historia, una identidad y una forma de ser". "Portugal empezó aquí, en el norte", recuerda Baptista. "No somos un movimiento nacionalista, pero si Lisboa continúa con la política de ojos y oídos cerrados, el regionalismo puede transformarse en nacionalismo".

[No El País]
 

Debater a Regionalização agora, cavalheiros?

O momento em que esta notícia podia constituir-se  num  motivo de regozijo para os nortenhos,  passou. Não só passou, como expirou todos os prazos razoáveis de expectativa e tolerância. Agora, cheira a um prato requentado que os governantes, verdadeiramente,  nunca  quiseram comer: é o prato da Regionalização.  

Este seminário, mais não é do que um "novo" acto de uma interminável peça teatro com os protagonistas do costume, para tentar baralhar as mentes inocentes, e travar as investidas de um Movimento menos inócuo do que os habituais.  O facto de se tratar de um Movimento com ambições mais alargadas, de ousar constituir-se em Partido político por detrás de um estandarte tão caro aos nortenhos como é a Regionalização, faz toda a diferença. E eles [os acomodados] sabem-no. Não nos espantemos portanto, se nos próximos tempos continuarmos a vê-los com a lição bem estudada, a multiplicarem-se em seminários, fóruns, e outras nulidades, para dissertar sobre a Regionalização, seus perigos e inoportunidades... 

Criar uma região piloto para testar os respectivos  resultados não passa de mais um atestado de menoridade que a inspiração do neo-líder do PSD foi descobrir no baú dos seus brinquedos de infância   para passar aos nortenhos. O desaforo das Scuts, não lhes consola o ego. Agora, a originalidade é criar Regiões-Piloto. Entretanto,  vão ganhando tempo e pretextos para mais tarde voltar tudo à estaca zero. 

Vá-se lá saber porquê, o facto de saberem que os países mais atrasados da Europa são precisamente aqueles que renunciaram à Regionalização, como são o caso da Grécia e Portugal, não lhes serve de bússola para os orientar. Da mesma forma como  não lhes serve de bússola o facto de a governação centralista ser responsável pela ruína do país e ameaçar desintegrá-lo. É estranha, irresponsável, no mínimo, esta maneira distorcida de raciocinar.. Desde que haja sempre à mão uma crise [mas alguma vez deixamos de a ter?] para atirar como areia para os olhos dos eleitores, não têm de procurar mais argumentos.  Quão cerebrais são estes homens!

Foi uma pena que Pedro Passos Coelho - ou qualquer outro génio -  não se tivesse(m) lembrado há mais tempo desta ideia iluminada das regiões-piloto, caso contrário sugeria-lhe(s) que  testasse(m), em Lisboa, as vantagens do Centralismo para mais tarde aplicar(em) ao resto do país. Só que, inesperadamente, dei-me conta que a experiência já está a ser aplicada há mais de três décadas, e os resultados não têm sido brilhantes...

Afinal de que estarão eles à espera para centralizar o resto do país? 
 

05 julho, 2010

Cepticismos...

Das auto-críticas que de vez em quando faço sobre algumas coisas que tenho escrito aqui,  noutros espaços da blogosfera e mesmo na imprensa, existe uma, da qual, não me posso acusar, que é de ser politicamente correcto ou simpático com o Poder e respectivos representantes. Faço-o, não pelo prazer de denegrir ou achincalhar quem tem ou teve essas responsabilidades, mas porque tendo-as, não fez muito para as merecer. 

Os governantes não sabem conviver com as suas limitações, ou não querem. Não percebem que o efeito das suas decisões disparatadas está a lançar o país para o caos e para a violência e são incapazes de, por moto próprio, se demitirem e dar o lugar a outros. Perderam essa nobreza, talvez por terem perdido o carácter antes, ou simplesmente por desconhecerem o que isso possa ser.

Quem se agarra ao Poder quando o país regride compulsivamente e a qualidade de vida da população é das piores da Europa [apesar da crise], não está a usar da obstinação dos corajosos,  dos fortes, está apenas a querer salvar a pele e os interesses pessoais. Só isso. E é também por isso, que perdem o meu respeito e provavelmente o de muitos outros cidadãos.

Haverá pois que ter alguma tolerância com aqueles que revelam algum excesso de cepticismo pela implantação de um novo Partido político. Cabe-nos a nós, a todos os que de algum modo decidiram colaborar com este projecto, fazer a triagem daquilo que é um boicote puro e duro à criação do Partido para o Norte, e o que é o estado de espírito dos abstencionistas. Os abstencionistas - nos quais eu me incluo -, por já não acreditarem nas performances dos partidos do quadro do Poder e da oposição, têm toda a desculpa para desconfiar do futuro, mas isso não pode constituir um pretexto para o renunciar, nem para ver seitas e máfias em todas as esquinas. Não é razoável levantar fantasmas sem fundamento credível.

O Movimento Pró Partido do Norte, é, tem de ser, uma janela de esperança para a nossa região que não se  deve confinar ao Porto. Tem de contemplar com o mesmo empenho o nordeste Transmontano e todo o espaço que limita o Norte. O Partido do Norte, terá de ser diferente, terá de ser exigente desde logo. Deve rejeitar com veemência os métodos trauliteiros da velha política, e de se afirmar como um Partido verdadeiramente novo, sobretudo no rigor executivo. O que prometer, terá de cumprir. Esta terá de ser uma das suas imagens de marca. Talvez, a mais importante.