Por uma vez, Viseu foi palco do programa "Quadratura do Círculo" produzido pela SIC Notícias, com a presença dos habituais participantes, mais o convidado especial, Fernando Ruas, Presidente da Câmara local, para debater a Regionalização. Vá lá, já não foi mau de todo, este assomo de boa vontade descentralizadora da parte de uma televisão privada lisboeta. Soube a pouco, muito pouco mesmo, mas a verdade é que o Estado não faz melhor.
Pacheco Pereira, foi igual a si próprio. Voltou a mostrar jeito para tudo (vulgo, lábia), excepto para perceber o óbvio e substancial, que é a realidade da crise por que passam as gentes do Porto e de todo o Norte de Portugal. As suas prioridades são outras, passam mais pela vontade de brilhar, de provar que é diferente mesmo que essa diferença o faça defender o indefensável e fazer figura de parvo.
Numa época malfazeja e já longa para o Porto e Norte do país, gerada por práticas centralistas sem paralelo, antes e pós 25 de Abril, Pacheco Pereira continua a tremer como varas verdes com o fantasma da Regionalização e a confiar com segurança e paciência dúbias na descentralização. De vez em quando, dá muito jeito inventar fantasmas, e quando a verosimilhança dos argumentos falha, é como um pronto-socorro.
Só ele, e alguns avulsos "portuenses" como ele, que já perderam o olfacto às ruas do Porto, que deixaram envenenar as suas raízes de origem - quiça por efeito de um deslumbramento pacóvio
com as longas estadas na capital -, é que não conseguem ver e sobretudo sentir, o que qualquer tripeiro sente: o tratamento abaixo de cão, consagrado ao Porto. Nem será preciso ouvi-lo para adivinhar a sua resposta a estas declarações. A culpa é toda nossa (minha, também)! Muito provavelmente a única excepção será ele mesmo, que foi para a política para se governar com a suprema elevação dos seus debates mediáticos. Deve ser deste modo que pensa contribuir para o desenvolvimento do país como político, podemos presumir.
A ele, como a todos os anti-regionalistas locais, recomenda-se um período de jejum, um prudente retiro de reflexão. Não especificamente para tirarem dúvidas sobre as suas convicções anti-regionalistas, mas para perceberem ao certo se sabem o que é a Democracia.
Uma outra questão que deviam esclarecer, era tornar público o prazo de validade que estão dispostos a conceder aos Govêrnos para descentralizar o país.
Ao que parece, tudo aponta para que seja vitalício, mas seria bom que o dissessem.
17 janeiro, 2008
A fé sem prazo de validade dos "descentralizadores"
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