18 janeiro, 2008

O banco dos palhaços ricos e dos pobres de espírito

Para muitos a novela do BCP conheceu o seu epílogo esta semana com a eleição por larga maioria dos seus novos corpos gerentes encabeçados pelo ex presidente da Caixa Geral de Depósitos.

Lamento informar que a estória está muito longe de acabar.

O BCP começou no Norte e foi com o dinheiro dos industriais e gente de dinheiro e coragem desta região que o BCP nasceu , contra ventos e marés e contra a banca nacionalizada de então que dava pouca segurança aos investidores nacionais e estrangeiros.

Como sempre acontece em Portugal e a nossa História está repleta de exemplos destes, quando é preciso tocar a rebate e reunir gente ou recursos para salvar a Pátria, é à porta do Norte que vêm bater.

O que se passou nos últimos dias no bcp é a negação de tudo o que foi acordado entre pessoas de bem. A maior instituição bancária privada nacional foi nacionalizada sob um pretexto ridículo de irregularidades que já se percebeu que radicam em práticas seguidas pelos grandes bancos europeus.

Mas mesmo que assim não fosse , uma coisa é obrigar os gestores a assumirem as suas responsabilidades e outra bem diferente é usar esse pretexto para montar uma estratégia ofensiva sem precedentes, para colocar sob a alçada do Estado e dos seus amigos da capital , o banco que com todos os seus defeitos ousou pôr em risco a liderança da CGD.

Não sou desde há muitos anos cliente do bcp ou seu accionista. Entendi que o banco se desvirtuou com a voragem do crescimento orgânico e deixou de me servir.Mas nem por isso deixo de me incomodar quando o vejo a ser assaltado desta maneira ignóbil.

A fuga dos grandes capitais para a capital é um filme da série B que ainda está para contar pq os nossos cineastas andam mais preocupados com as meninas do alterne do que com a alternância do dinheiro no período que se seguiu ao 25 Abril até aos nossos dias.

Perdida a guerra do bcp , a minha sugestão para os nortenhos é que cerrem fileiras no bpi para ver se adiamos por uns anos a repetição do processo de compra hostil ou negociada
que já deve fazer parte das congeminações desta cambada que quer que todo o poder tenha sede em Lisboa.

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