Há quem veja o Centralismo e as profundas mazelas que ele comporta, como uma espécie de pai irresponsável que os 'filhos' têm o dever de tolerar para não se incomodarem demais. Defendem que, se o 'pai' é mau pai, então os 'filhos' só têm é que arrepiar caminho, fazerem-se à vida, na conquista de um lugar ao Sol na sociedade e esquecer sequer que o 'pai' existe.
Em teoria, o princípio até contém algum realismo porque, na verdade, é um pouco assim que deveríamos todos pensar para ultrapassarmos os múltiplos problemas que a vida sempre nos reserva, para atalhar caminhos, e estabelecermos objectivos, sem desperdício de energias.
Mas, afinal de contas não será isso, que cada um a seu jeito, procura fazer? Como noutras situações, há uns que descobrem esses atalhos mais depressa e melhor que outros, e outros há que, por variadíssimas razões, levam mais tempo ou até nunca chegam a encontrá-los. É a vida.
Mas muita calma, não confundamos a história do pai apadastrado com a história de um país orfão de quem o governe, porque isso é o mesmo que passarmos um salvo-conduto de irresponsabilidade a quem tem a obrigação de o administrar a contento de todos. Não é tarefa simples, sabemos, mas também ninguém é forçado a desempenhá-la. Só para lá vai quem quer. A partir do momento que alguém se disponibiliza para o fazer, deve estar ciente da enorme responsabilidade que a decisão acarreta porque é apenas para isso e só para isso que lhe entregamos o Poder. Para o bem e para o mal.
Numa época em que a corrupção invadiu todas as áreas da sociedade, incluindo a política e judicial, não faz muito sentido deixarmos o país entregue a si mesmo, sem uma permanente exigência de optimização das instituições públicas, sem reclamarmos igualdade de tratamento e de oportunidades.
Num país moderno e democrático, não é recomendável nem justo que a Sul os atalhos pareçam auto-estradas e que a Norte se assemelhem a caminhos de cabras e que tenhamos de fazer muito mais esforço para ter muito menos. Desistir de reclamar seriedade à governação nacional, é sermos co-responsáveis pela proliferação da mediocridade.
Os governantes têm de uma vez por todas de estar à altura do cargo que assumem. Se não estão (como é o caso em Portugal), devemos arranjar forma de os afastar do Poder. O que não podemos, é continuar a aceitar nos govêrnos, reguilas e miúdos com tantas (ir)responsabilidades. É uma insconsciência suícida!
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