OS HÉLIS
O Estado gastou, há três anos, 450 milhões de euros na compra de 12 helicópteros Merlin para, essencialmente, melhorar a capacidade do país nas missões de busca e salvamento. O investimento fez todo o sentido, na medida em que os velhinhos Puma já não deixavam descansadas as equipas que procuram e resgatam pessoas em situações de risco.
Volvido este tempo, o que se passa? Isto que o JN conta hoje na página cinco a Força Aérea está a recuperar os velhinhos Puma para ter capacidade operacional, ou seja, para garantir que há helicópteros nas missões de busca e salvamento.
Causa desta aparente loucura negocial os novinhos Merlin foram comprados (por 450 milhões de euros, recorde-se) sem que ficasse acautelada a sua manutenção a longo prazo. A empresa que os vendeu continua à espera de uma boa parte das contrapartidas definidas aquando da celebração do contrato. E por isso vai atrasando a entrega de peças necessárias para os helicópteros. Compreende-se.
Consequência desta aparente loucura negocial dos 12 Merlin comprados (por 450 milhões de euros, recorde-se), só três continuam operacionais. E para continuarem operacionais, a Força Aérea anda a tirar peças de uns para colocar noutros. Uma coisa tipo Lego, mas um bocadinho mais séria. Desde logo porque o Estado gastou, recorde-se, 450 milhões de euros.
Esta trapalhada deve ter responsáveis. O mínimo que o Governo pode fazer é dizer aos contribuintes quem são os autores de tão brilhante negócio. O Estado não pode pedir aos indígenas para rapar os orçamentos de modo a pagar todas - e são tantas - as obrigações fiscais para, depois, esbanjar dinheiro em negócios ruinosos como este.
Paulo Ferreira
Subdirector do JN
COMENTÁRIO:
Nunca é demais denunciar à exaustão estas situações, para que não existam dúvidas sobre as reais competências da nossa classe política. Que isto sirva para, futuramente, pensarmos melhor, antes de nos deixarmos embalar pelos previsíveis apêlos ao voto desta nossa classe política.
Se, quiséssemos testar a fiabilidade de determinadas instituições públicas e desportivas para com os seus cidadãos, como - por exemplo -as dos partidos políticos e govêrnos com as dos clubes de futebol, depressa concluiríamos que, afinal, o nosso agradecimento seria devido ao futebol, e no caso dos portistas, à pessoa de Pinto da Costa. Pelo menos a este, é impensável não lhe reconhecermos competência, dedicação e - o mais importante - sucesso.
Irónica e paradoxalmente, é com Pinto da Costa que os patronos da justiça "nacional" se preocupam...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...