02 abril, 2008

RUI MOREIRA, SERÁ O LÍDER QUE O PORTO PRECISA?

Aqui, neste espaço de cidadania, e onde quer que seja nunca escondi o profundo descrédito que a classe política me merece. Tenho portanto, plena consciência que esta postura não é propriamente simpática para quem me leia e viva directamente ligado à actividade política. Mas paciência, é o preço a pagar por quem nela se envolve levianamente e se lança para uma fogueira (a política) sem antes ponderar que é para apagar os incêndios (resolver os problemas do país) que a população lhe delega poderes.

Por conseguinte, as minhas críticas não são gratuitas nem derivam de fobias preconcebidas, são o resultado de uma longa e sucessiva desilusão pelos resultados práticos conseguidos, que são, como é reconhecido, paupérrimos, o que, aliás, está bem à vista.

Aparentemente, esta forma contínua, meio "inquinada" de analisarmos a política e os políticos pode levar os cidadãos a um descrétido crónico, o que será gravíssimo, mas isso só dependerá dos próprios políticos e do tempo que levarem a restaurar a própria imagem e a alterar esta péssima situação.

Pela minha parte, ainda não perdi totalmente a fé. Não tanto nos partidos políticos, mas mais concretamente na vontade dos (alguns) homens. Oiço pessoas, defenderem a tese de que "só com os partidos é que a democracia faz sentido", e por princípio até estarei de acordo com a redundância, mas o problema é que são certos homens quem frequentemente desvirtuam os ideários políticos traçados e raramente aqueles que os honram sobrevivem às pressões do aparelho e têm coragem para as denunciar.

Mas, como diz o povo, "o mundo dá muitas voltas", estranhas voltas... É caricato, anedótico até, vermos agora um partido político (PSD) a queixar-se da televisão estatal (RTP) acusando-a de manipular a opinião pública e de monopolizar noticiários em favor do partido do Govêrno (PS).

Esta reacção, prova bem o quanto os partidos vivem afastados do eleitorado e dos seus reais problemas. Não fora assim, já teriam há muito tomado posição idêntica para situações de arbitrariedade noticiosa tão ou mais gravosas do que as que agora motivam o seu descontentamento.

Nós sim, os portuenses e nortenhos em geral, temos muito mais razão de queixa da RTP do que o PSD! Porque nós, nem sequer beneficiamos da alternância da informação como os partidos beneficiam da alternância do Poder. Nós andamos a sofrer esta acintosa descriminação desde sempre - e para pior - cada dia que passa!

Por arrasto de uma macro-centralização dos media na capital, vem tudo o resto. A cultura, as obras públicas, o desporto, o empresariado, enfim, todas estas vertentes, em Lisboa, gozam de uma visibilidade e de uma promoção que o resto do país, incluindo a sua 2ª. maior cidade, não tem.

A isto, chama-se concorrência desleal, mas com a agravante de ser praticada e desenvolvida pelos partidos do Poder, pelas instituições que mais a deviam condenar, incluindo o agora "choroso" PSD.

O Dr. Rui Moreira (que já nos honrou com o seu comentário), pessoa que me inspira confiança, e cujo trajecto acompanho com especial interesse, tem sido a única excepção à regra neste marasmo de secundaridade a que se remeteram as figuras mais destacadas da região em relação à doentia centralidade de Lisboa.
Como quem não quer a coisa, lá vai promovendo alguns debates de interesse regional, encomendando estudos de âmbito nacional (ex.alternativa ao aeroporto da OTA), etc.,etc. Já é muito, comparativamente a "outros" com mais responsabilidades e obrigações.
Tenho a convicção que inúmeros portuenses (e portistas) gostariam de o ver a tomar as rédeas de outros destinos que não apenas os da Associação Comercial Portuense, porque mostra potencial para muito mais. É um homem sério (tanto quanto é possível ser-se sério neste mundo onde tantos interesses se cruzam e conflituam), tem carácter, é educado, com grande capacidade de comunicação e o perfil indicado para gerir conflitos, que é coisa que Rui Rio não tem, nem nunca terá.

Só falta mesmo, é a oportunidade e essa, não pode ser desperdiçada. Até prova em contrário(e espero nunca a ter) , Rui Moreira terá a minha confiança e o meu total apoio.

9 comentários:

  1. Para quê?
    Se for para a Câmara, poderá ser uma boa alternativa à DR.Elísa Ferreira, que se avançar terá o meu total apoio.Se for para o F.C.Porto? Nem pensar!
    É obviamente a minha opinião e vale o que vale.
    Um abraço

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  2. Caro dragão,
    Nada tenho contra Rui Moreira, pelo contrário. Quando a ele me referi estava a pensar na Câmara ou numa nova liderança política, não no FCP que está em muito boas mãos. Ele mesmo o reconhece.

    Quanto a Elisa Ferreira, também simpatizo com a candidatura, mas não se esqueça que está ligada ao partido que mais "centralistas" produz por m2. O PSD é a mesma coisa.
    Como escrevi no post,é na vontade e no carácter das pessoas que mais gosto de apostar ou ... de arriscar.

    Um abraço

    PS-Para variar, incluí o seu blogue na coluna do Renovar o Porto

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  3. Caro Rui Valente, acompanho-o inteiramente na confiança que faz ao Dr.Rui Moreira. O grande obstáculo que vejo é que ele se farte e se desencorage ao travar uma luta em que me parece muito solitário. Mas será que nesta cidade mais ninguém acorda?

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  4. Caro Rui agradeço-lhe a gentileza de colocar o meu blog na coluna do Renovar o Porto. Quanto a Elísa Ferreira ele é independente, embora tenha sido eleita nas listas do Ps.
    Um novo partido de inspiração nortenha como os partidos da Catalunha, seria uma hipótese que eu apoiaria sem reservas.Aí o Rui Moreira (será que ele já não está a tratar disso?)seria uma boa escolha.

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  5. Meus caros,

    Rui Moreira, está numa situação ambígua. Ele sabe o que quer,mas sabe também que os partidos políticos existentes passam por uma forte crise de credibilidade na opinão pública, o que significa, que não está para "queimar" a reputação pessoal com a filiação em qualquer deles. E na m/ opinião acho que faz muito bem.
    Aguardemos

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  6. eu cá julgo q a iniciativa terá que partir dos cidadãos.se houver um largo movimento de cidadãos que suporte a sua candidatura talvez tenhamos homem.

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  7. Caro António,

    Vamos a isso, por mim, estou disponível para colaborar na iniciativa

    Abraço

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  8. podemos pensar no assunto. mas precisamos de muito mais gente. os voluntarismos individuais não são suficientes. é óbvio que a vontade manifesta do próprio é condição imprescindível e prioritária. mas pode-se para já ir divulgando a ideia. se muita gente começar a falar da ideia, nos mais variados meios, talvez ele aceite o desafio.

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  9. De acordo,

    E o António podia contribuir continuando a dar o seu importante contributo aqui e com mais regularidade (se tiver tempo, claro).

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