13 junho, 2008

Hoje é dia de futebol

1 – Aleluia! O Sargentão vai de malas aviadas, já devia ter ido há mais tempo. Não comento a sua valia como seleccionador, matéria que tem muito de subjectividade. Apenas acho que ele tinha a obrigação de ter ganho o Euro-2004. Se ganhar o actual, o Euro-2008, sou suficientemente isento para considerar que se tratará duma proeza.

O meu problema com Scolari, é outro, está para além da sua valia futebolística. O meu problema é que nunca lhe perdoarei o facto de ter desrespeitado e insultado a minha cidade e o seu mais lídimo clube representativo, por sinal o único em Portugal que tem expressão a nível europeu. Não uma mas repetidas vezes. Foi reincidente e por isso merece a condenação de todos aqueles que têm sentido de honra e que sentem esses insultos como se a si próprio tivessem sido endereçados. Nunca ninguém lhe ouviu uma palavra de desculpa, nem sequer uma tentativa de justificação. Mais uma razão para não merecer absolvição.

Mas atenção. Scolari começou a disparar em direcção ao Norte mal tinha desembarcado na Portela, o que indica claramente que alguém lhe encomendou o recado. Tenho fortes suspeitas em relação ao Sr.Madail e a parte do seu séquito. Por isso considero que enquanto não for feita uma limpeza na Federação, de cima a baixo, o trabalho não está acabado.

2 – Acabo de ver na TV notícias da Suiça relativas ao recurso do FCP. Ainda é cedo para gritar vitória, por muito que o resultado seja muito melhor do que aquilo que eu temia. Quero dizer que detestei o modo como Adelino Caldeira se comportou frente às câmaras da TV, com aspecto arrogante, mal disposto, inacessível, respondendo de má vontade às perguntas dos repórteres. Continua o que parece ser a política da SAD em relação aos adeptos do clube: “ não chateiem, aguardem e leiam depois nos jornais aquilo que nós, gente importante e esclarecida, decidimos fazer”. Para quem, segundo é voz corrente, é responsável por toda esta trapalhada ao não querer recorrer da decisão da Comissão Disciplinar da Liga, bem poderia ter uma atitude mais afável. Quando penso que é gente desta que dirige o clube, fico preocupado.

Uma última palavra para Hermínio Loureiro. Pelos vistos, forneceu importante arma ao Benfica, atestando que a decisão do Conselho de Disciplina da Liga já transitou em julgado. A que propósito o Presidente da Liga dá o seu aval a questões judiciais que não lhe dizem respeito e das quais é ignorante? Espero que, seja qual for a sentença final, o FCP não se esqueça disto, e que finalmente parta ao ataque e torne a vida impossível àquela nulidade que, já quando era Secretário de Estado do Desporto, deu sobejas provas da sua incapacidade.

6 comentários:

  1. Obrigado por pôr, suas palavras aquilo que eu sentia, mas que não conseguia, escrever.
    Bem ha-ja, por tudo quanto disse.

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  2. Completamente de acordo em relação ao Scolari e ao Hermínio, menos de acordo em relação ao Adelino Caldeira.Meu caro Rui ele é o responsável da parte juridica, tem sido atacado forte e feio, até por muitos portistas,é natural que ao ter uma vitória que não é decisiva, mas é importante estivesse desagradado.
    Foi como quem diz andaram a crucificarme e afinal não deviam ter falado antes do tempo.
    Um abraço

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  3. Completamente identificado consigo...Eu resigno-me, não diria melhor!
    Resta-me a alegria do Sargentão ir doravante, chatear os Ingleses e ter de decorar o Hino Inglês...Vai ser de partir o côco a RIR...Os chinocas vão ter de reorganizar as suas fábricas de bandeiras!...Ele vai e leva todos os jogadores Portugueses(?) ex-Portistas disponíveis.
    Será que isso quer dizer alguma coisa aos inflamados fãs do Carioca?...

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  4. Caro Rui Farinas.

    Já sabemos que os individuos que são colocados nos lugares estragégicos, normalmente, são para prejuízo do F.C.Porto.

    Já estamos habituados e é por isso que quando ganhamos o sabor vale a dobrar. Contra tudo e contra todos.

    Não tenhamos ilusões, porque iremos ser sempre "esmagados".

    Até um dia que não sei quando será!

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  5. Eu cá estou bastante confiante relativamente ao FCP.
    Todo este apito afinal e o que está por detrás dele começa a ser demasiado escandaloso e creio que a UEFA terá bom senso de não colaborar com esta farsa.


    Creio que ainda nos vamos rir bastante quando as coisas começarem a ficar feias lá para os lados do SLB.

    Abraço

    PS: Hoje houve mais uma vitório do FCP em hóquei.

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  6. 11 Junho 2008 - 09h00

    Estado das Coisas
    Contrabando de provas
    “O processo disciplinar que utilize escutas está envenenado e contaminado e, por isso, viciado.”


    A lei processual penal tem regras rígidas quanto à produção, utilização e valoração da prova, não obstante o princípio da livre apreciação da prova que concede ao julgador larga margem de manobra na apreciação das provas. Pela importância que a prova assume na verificação ou não do crime, na punibilidade ou não do arguido e na determinação da pena ou medida de segurança, ou seja na busca da verdade material, não pode reinar uma lógica de vale-tudo. E não pode porque estamos a lidar com direitos fundamentais, com protecção constitucional que veda em absoluto o contrabando de provas.

    Vem isto a propósito da utilização, num processo disciplinar, de meios de obtenção de prova, no caso escutas telefónicas, ordenadas no processo-crime. À luz da lei, tal utilização não pode ser feita. Os métodos proibidos de prova incluem os meios de prova e os meios de obtenção de prova. Logo, é proibida, quer pela Constituição quer pela lei processual penal, a utilização de escutas telefónicas fora do processo-crime. E não é por uma questão de lógica, como diz Vital Moreira, que defende, de forma bizarra para um constitucionalista, esta utilização. É para defesa do Estado de Direito e do direito à intimidade que só pode ser restringido no processo penal e não em qualquer processo de importância menor, como é o caso do processo disciplinar na jurisdição desportiva. Mesmo no processo penal, esta prova só é aceite como excepção para crimes de gravidade mais robusta e com certa especificidade.

    A certeza jurídica, a verdade material que se pretende obter com a produção de prova nunca é absoluta, o que significa que a proibição de utilização de certa prova funciona como um limite a essa descoberta. Ainda bem que é assim. É um sistema equilibrado assente numa exigência de superioridade ética do Estado que, sob a égide de um justiça penal eficaz, não esquece os direitos fundamentais, não esquece 40 anos de atropelos, que valem, como diz Costa Andrade, como direitos de defesa e proibições de intromissão ou agressão por parte dos poderes públicos. Agir de acordo com as regras preestabelecidas e no respeito pelas garantias de defesa do acusado é o caminho a seguir. De acordo com a teoria penal da ‘árvore envenenada’, o processo disciplinar que utilize – e, pior, valorize – as escutas telefónicas está envenenado e contaminado e, por isso, viciado.

    Rui Rangel, Juiz desembargador
    CorreioManha
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    Haverá alguma duvida?!

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