Já não é segredo para ninguém, que não tenho qualquer apreço pelo estilo e pelo conteúdo do trabalho do Presidente da Câmara do Porto. Penso que escrevi quanto baste a explicar os porquês dessa desvalorização, e se o deixei de fazer, não foi por ter mudado de opinião, foi apenas por "recear" vir a ser também acusado de fazer parte de uma qualquer seita obscura de conspiradores, que, qual D. Quixote, Rui Rio tanto gosta de imitar. A partir de um determinado momento, Rui Rio, deixou de ocupar espaço nas minhas prioridades, embora continue a preocupar-me com os eleitores que lhe reconhecem méritos. Esse é o meu grande enigma.
Como já disse e repito, os partidos políticos, enquanto órgãos de expressão democrática, não me convencem, mas ainda quero acreditar no mérito pessoal de algumas excepções, consciente da dificuldade acrescida que isso representa para quem vai para a política de boa fé. Serão raros os casos, mas quero continuar a acreditar que ainda se encontrem algures por aí.
A candidata independente pelo PS à Câmara do Porto, é um desses casos. O PS não me infunde confiança, Elisa Ferreira, sim. E, por quê?
Na passada quarta-feira europeia de futebol, Elisa Ferreira, aproveitou a visita da equipa de Manchester à nossa urbe, para convidar 3 especialistas em reabilitação urbana a percorrer a pé [como já a vi várias vezes] e à chuva, as ruas do Porto e mostrar-lhes o estado de degradação das casas do centro histórico. Naturalmente que o passeio não foi propriamente para fins turísticos, foi certamente para se aconselhar e recolher impressões de pessoas entendidas no assunto oriundas de uma cidade que passou por problemas semelhantes com aparente sucesso.
Elisa Ferreira ainda não está na Câmara, nem sequer foi eleita, mas já dá sinais de um dinamismo e de uma consciência do cargo a que se candidata que Rui Rio nunca foi capaz de mostrar. Estes, são passos que é preciso dar. Quem não sabe, procura informar-se junto de quem tem experiência, mesmo que vinda de um país com realidades distintas do nosso. Mas, o início do caminho é esse.
Rui Rio, não tem sequer a noção do capital que desbaratou com o conflito criado com o Futebol Clube do Porto só por não ter resistido à medíocre tentação de agradar a Lisboa. Ainda ontem, o Porto Canal transmitiu um programa com pessoas da cidade, de diferentes áreas de actividade, onde esse aspecto foi devidamente abordado. E um dos pontos mais enfatizados foi o desperdício da Câmara por durante 8 anos não ter sabido capitalizar a marca Futebol Clube do Porto, como devia, para dinamizar o turismo da cidade. Em Portugal, não há marcas com a força do Porto, do vinho do Porto, e a mais conhecida actualmente, o Futebol Clube do Porto.
Aliás, ainda não consegui compreender porque é que, depois da projecção mundial alcançada pelo clube portuense, estes últimos 20 anos, ainda nenhuma companhia vinícola do precioso néctar se associou ao clube para publicitar e ampliar os seus mercados. Se a selecção promove a cerveja Sagres, não seria possível ao FCPorto promover o vinho do Porto? Não seria este, o «casamento» perfeito?
Foi paradigmática a expressão de um dos expertos ingleses [consultar o Público de hoje], que acompanharam Elisa Ferreira: «eu não sabia que aquilo [apontando para Vila Nova de Gaia] era outra cidade e os investidores também não sabem, nem querem saber. Para eles, é Porto.» Vejam só: «é preciso vender a marca Porto!». Os ingleses dizem-nos isto, enquanto nós, pequeninos, invejosos como sempre, andamos entretidos com guerrazinhas intestinas, a dividir, dividir, inventando "centrismos" a cada quintal que aparece, sendo o mais badalado o portocentrismo, como se o Porto tivesse algo a ver com o poder efectivo centralista de Lisboa!
Santa cretinice! Braga [de onde sopram mais estes ventos], é uma cidade que adoro, mas tem de se libertar da influência beata das igrejas, porque isto, é paroquialismo do mais retrógrado que alguém pode conceber! São autênticos tiros nos pés que o resto do país dá a favor do verdadeiro centralismo! Abram os olhos senhores!
Bem-vindo caro Rui.
ResponderEliminarCom Elisa Ferreira o Porto mudará!
Um abraço
Será Rui ?
ResponderEliminarObviamente que prefiro Eliza fala fala fala fala Ferreira a Rui Rio.
Mas será que ela tem qualquer poder em Lisboa ou vai conseguir sentar-se à mesma mesa que LFMenezes para fundir as autarquias ?
Essa é a minha dúvida, José Silva!
ResponderEliminarPorque, no quadro político em que vivemos, só podemos saber à posteriori, contando, inevitavelmente, com os obstáculos do costume do poder central.
Se Elisa tiver alguma "genica reivindicativa" para com o Big Brother de Lisboa, é bem possível (e nem sequer será difícil) fazer melhor que Rui Rio.
De resto, já sabe a confiança que tenho nos partidos.
as "marcas" de bebidas alcoolicas nao se podem associar ou patrocinar eventos ou clubes desportivos... é ilegal...
ResponderEliminarAi, é ilegal? Então e o binómio Selecção/Cerveja Sagres, já não é?
ResponderEliminarIsto, só mesmo num país de merda! Ao menos chamem-lhe Lisboaria ou Mouraria, para mim tanto faz.
"Portucale" é que não!
Porto, Gaia e Matosinhos (pelo menos) terão de constituir uma única entidade administrativa, mas numa modalidade inédita que terá de ser idealizada. Caso contrário essa operação poderá tomar o aspecto de "anexação" feita pelo Porto em relação aos seus vizinhos, o que certamente originaria fortes reacções contrárias.
ResponderEliminarSerá de acreditar que uma inovação desse tipo venha a ocorrer num país parado no tempo e no espaço como o noso, que vive com uma divisão administrativa que foi criada há 150 anos?