16 maio, 2010

Esclarecimento

A política, de per si, não é propriamente perversa, nem sequer dispensável. Bem pelo contrário, é útil e necessária. Tivesse ela sempre sido desempenhada com competência e seriedade, não chegaria  hoje aos nossos ouvidos com o terrível estigma das coisas más. A política, é a arte da administração das nações, é a ciência dos governos. 

O grande drama da arte da política, não é a política em si, mas os políticos que a misturam com  uma outra arte: o teatro, exactamente. Ora, como não é esse o verdadeiro papel da política, acaba por não ser uma coisa nem outra,  e por isso tem obtido tão maus resultados para as populações. É também por essa razão que reconheço no nosso 1º Ministro um enorme talento para o teatro, mas reconheço nele igualmente  um péssimo exemplo para os cidadãos e para a  credibilização da Política. Ninguém paga para ver teatro, sem o desejar. Ninguém paga a um actor de teatro para jogar futebol ou elaborar um projecto de engenharia...

No que a mim me toca, talvez por considerar que o objectivo de quem se envolve na política é bem governar, e como acho que a responsabilidade de governar não é para qualquer um e exige  uma competência e  um sentido de missão extraordinários, nunca senti vocação para o ofício. No entanto, acho que é preciso acreditar na regeneração do sistema, que é preciso apoiar todos aqueles que se consideram à altura de assumir grandes desafios, de criar rupturas. O inverso também é necessário. Quem quiser avançar para a mudança tem de o demonstrar a cada minuto, tem de acautelar que o apoio dos cidadãos não será desbaratado no primeiro sentimento de Poder. Não lhe bastará prometer, terá principalmente de cumprir estabelecendo prazos para os objectivos.

Chegado aqui, quero deixar bem vincada esta ideia: a minha cooperação com o Movimento de Defesa do Norte, é meramente de apoio, de divulgação, e de mobilização de pessoas que, como eu, estão cansadas das más governações, das falsas promessas de descentralização e do crescendo de desconsiderações  e injustiças tomadas contra todo o Norte e a cidade do Porto. Apoiarei até onde for possível, mas não estou disposto a constituir-me líder de coisa nenhuma . A minha cooperação será longe dos holofotes. É assim que gosto de estar.

4 comentários:

  1. Rui, a política é uma construção dos homens, os homens têm defeitos e as organizações Políticas mostram-no à evidência...É necessário ter muito cuidado na selecção dos que aparecem dispostos a colaborar nestas iniciativas e mesmo assim, é aí que surgem muitos oportunistas, pessoas que apenas espreitam um buraco para safarem a vida...É certo que mais tarde ou mais cedo vão revelar o seu profundo carácter, mas é preciso ter cuidado, para não darmos terreno propício à criação de monstros!...

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  2. Caro Rui!

    É nossa "obrigação" apoiar e ajudar aqueles que pretendem defender a nossa Cidade e a nossa Região!

    Quer queiramos quer não, estamos a fazer politica ao intervir neste processo, directa ou indirectamente, e sabermos que estamos a lutar pelo bem daquilo que defendemos há muitos anos! Direi que temos o dever de aproveitarmos uma ideia que procure levar esta cidade a patamares que outrora já ostentou!

    Por isso mesmo, também me disponho a ajudar de todas as maneiras para que não exista falta de apoio a todos que querem o melhor para a cidade e região, e que consigamos inverter o declinio que esta região está a ser levada pelo centralismo miserável!

    Os nossos filhos e os nosso netos certamente saberão reconhecer o "esforço" e a nossa luta em prol de um futuro melhor para todos nós!

    Um abraço

    Renato

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  3. Desde sempre, nas horas mais críticas, foram os Portuenses os primeiros a dar o exemplo, os primeiros a tentar as mudanças nocessárias. Neste momento o país, a república é podre. Podre porque é composta por gentinha miserável, podre porque permite a asfixia das suas regiões em favor de uma anafada e racista caputal. Como digo no cabeçalho do meu blogue, se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a colonização lisboeta!
    Qualquer movimento genuinamente portuense será bem recebido. Acho mesmo que está na hora de uma nova revolução. Uma revolução de mentalidades e de honestidade e genuíno nacionalismo...

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  4. Pois,

    É necessário muito cuidado na gestão de expectativas e filtragem de oportunistas. Por exemplo, reparem no percurso recente do PPCoelho ou mesmo na origem pouco clara de movimentos regionalistas já no terreno.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...