Vivemos um tempo de má educação e de falta de respeito, exponenciados por políticos e comentadores. Por políticos na Casa da República. Por políticos e comentadores nos canais televisivos. Na ausência de argumentos com substância e solidez, provoca-se, insulta-se, rebaixa-se o adversário.
Há gente que aprecia a mesquinhez e se identifica com o baixo nível. Mas, na realidade, o povo não gosta disto. O povo que não é representado pelos fazedores de opinião que imaginam ser “os maiores da Cantareira” e reduzem quem não pensa como eles a uma data de imbecis, que não se sabe muito bem o que andam a fazer neste mundo. Segundo estes fabulosos pensadores, apenas há lugar para as suas opiniões, os seus pontos de vista – tudo o resto está (deixem-me usar o advérbio de modo como redundância) absolutamente errado! (até se justifica o ponto de exclamação).
Um dia destes, li uma afirmação sensata de José Alberto Carvalho. Disse o Director de Informação da RTP: “Recuso-me à tentação de sufragar tudo em nome da audiência”.
No Porto, há (pelo menos) um jornalista que segue a orientação do seu chefe: Hugo Gilberto. O responsável pela condução do debate no programa Trio de Ataque assume-se como respeitador de regras e leis, ao observar que a divulgação de escutas é proibida. Quem não o respeita continua no programa. Quem o respeita, sai, pianinho, sem fazer barulho. De tal modo que só se dá pela redução do trio a duo quando o realizador, com um grande plano, mostra uma cadeira vazia. O escritor francês Albert Camus (1913-1960), que adorava futebol e o praticou, foi capaz de explicar que “a integridade não tem necessidade de regras”. Uma escritora americana, Eudora Welty (1909-2001), argumentou que “a integridade não pode ser nem perdida nem disfarçada nem forjada nem sufocada nem criada artificialmente nem abandonada nem, creio eu, em última análise, negada”.
Se bem o conheço, Rui Moreira nunca mais se sentará ao lado de António Pedro Vasconcelos. O Trio de Ataque, tal como existiu durante anos, acabou.
Se bem o conheço, José Alberto Lemos (director da RTPN) considerará que a saída de Rui Moreira não passa de um dano colateral na luta pela audiência.
Se bem o conheço, José Alberto Carvalho não costuma mudar de opinião em oito dias e tenderá a pensar como um outro escritor, Oliver Goldsmith, este de origem irlandesa (1730-1774: “A honra afunda-se onde o comércio predomina”.
A televisão pública tem de seguir regras estabelecidas e as leis do país. Se o não fizer, deve viver com as receitas daqueles que suportarem as suas audiências – e não (na maior parte do seu orçamento) com o dinheiro dos contribuintes: do Orçamento Geral do Estado.
Se o Trio de Ataque não voltar a ser um programa de comentadores educados, civilizados, que valorizam os das suas cores mas são capazes de respeitar o que os adversários fazem bem, o melhor é pôr-lhe fim. Até como exemplo para outros – da política.
Autor : Alfredo Barbosa -
Consultor de Comunicação e Doutorando da UFP
[Fonte: Grande Porto]
concordo a 100%. noutras palavras, bem mais prosaicas: fuck'em.
ResponderEliminarjá agora, tenho link para o vosso blog a partir do meu, creio que no passado o mesmo já aconteceu no sentido inverso e agora já não está, estou certo ou nem por isso? :)
cumps e continuação de bom trabalho,
Jorge
Porta19
Caro Jorge,
ResponderEliminarnão se ofenda se acaso já tive o seu blogue linkado e agora não.
Aqui há uns tempos procedi a uma actualização do blogue e é possível que involuntariamente o seu tenha sido retirado. Irei repô-lo já a seguir.
Um abraço
sem problema, estava curioso porque podia tê-lo ofendido nalguma coisa...se bem que não sei onde :)
ResponderEliminarum abraço e bom fim-de-semana!
Rui, concordo com o que diz o Alfredo Barbosa, mas não acredito que o programa vá acabar.
ResponderEliminarVai continuar com o Vasconcelos - os vermelhos já ameaçam com tudo, se ele sair!- o Oliveira e Costa e um portista simpático, politicamente correcto, que aceita sentar-se ao lado daquele nojento, sem problemas.
Vai uma apostinha?
Um abraço e bom fim-de-semana - apesar do tempo...
Vila Pouca,
ResponderEliminardeixe-os ameaçar à vontade, eles não mandam no país. Parece que mandam sim, é nestes biltres sem categoria que nos desgovernam!
Bom fim de semana
O programa continuará porque o seu maior responsável, Carlos Daniel - mais conhecido pelo benfiquista de Paredes- tem "obrigações" para cumprir e não quer que um ladrão de camiões qualquer lhe possa tolher a carreira, apesar de serem correligionários de clube. E, infelizmente, não faltará alguém que se diga Portista a fazer o frete no programa.
ResponderEliminarEsta de volta o excelente jornalista que é Alfredo Barbosa.
ResponderEliminarNão quero crer que um Portista digno,aceite participar nessa bosta de programa.
ResponderEliminarSe tal acontecer será quebra total de solidariedade,mas nesta voragem de interesses monetários e de protagonismo,já nada me espanta.
Esta de volta o excelente jornalista que é Alfredo Barbosa.
ResponderEliminarE fica bem no Semanário GrandePorto.
O Rui Valente gostou (ou leu) o artigo dele no Ionline "Centralismo Mafioso" ?!
Que para lá vá alguém que lhe dê,em directo,um bom murro nas ventas.
ResponderEliminarAnónimo,
ResponderEliminarLi, sim senhor, o Alfredo Barbosa e gostei.
http://www.inverbis.net/sistemapolitico … verno.html
ResponderEliminarEu li esta crónica de Alfredo Barbosa (pessoa que eu conheço) no Jornal Grande Porto. aquele cadáver vermelho só pode falar daquela maneira com a cobertura do Vermelho de Paredes! caso contrário
ResponderEliminarjá tinha ído fazer filmes para mortos.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO
nota negativa para a (agora) habitual lentidão da SAD portista...(v. último comunicado).
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