Tenho para mim que o ponto onde a hipocrisia atinge o seu auge é quando a intelligentia desata a falar sobre direitos humanos a reboque de um acontecimento mediático de previsível condenação pública. Estes factos são recorrentes, e têm como protagonistas os tradicionais experts mais a classe política e os governantes. Será das poucas situações em que todos estarão de acordo ainda que prefiram dar a entender que não.
Cá o rapaz entende que o respeito pelos direitos humanos devia começar pela base, isto é, pela salvarguarda de condições de vida dignas e equilibradas para todos os cidadãos, sem qualquer discriminação. Ora, não é isso que acontece. Nem mesmo as diferenças académicas e as competências ou os méritos profissionais entre humanos justifica minimamente as remunerações aberrantes que os separa. Os direitos humanos violam-se desde logo, aqui, com este tipo de concepções, e todos parecem aceitá-los. Então, por que é que os governantes fecham os olhos? Porque, na realidade, estão-se a borrifar para os direitos humanos!
É por isso, que me provoca um profundo nojo todo o "humanismo" de circunstância, como aquele que levou a comunidade politicamente correcta a criticar o GISP [Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais] por terem usado uma pistola de Taser - que emite corrente eléctrica - para neutralizar um preso altamente perigoso e indisciplinado. Agora, até o Ministro da Justiça vem a terreiro condenar a actuação da guarda para ficar "bem na fotografia" perante a sociedade. O que ele merecia, é que a Polícia o mandasse para a cadeia demonstrar na prática como é que se lida "humanamente" com estas situações, mas duvido que haja coragem para tanto.
À medida que esta Democracia passa e se destrói, vou-me convencendo que estas preocupações excessivas para com criminosos de delito comum não são mais do que uma forma cínica do Poder se proteger dos seus próprios crimes. Talvez resida aqui a explicação para que Processos como o Face Oculta e outros onde estão envolvidos alguns tubarões acabem invariavelmente por prescrever.
A propósito, alguém sabe o que o Sr. Ministro da Justiça está a fazer para apanhar o foragido Vale e Azevedo?
Rui vivemos num mundo de hipócritas e cínicos e quem desalinhar passa mal, passa por mau da fita.
ResponderEliminarSe a polícia actua é porque actua, se não actua é porque não actua. É difícil ser prior nesta freguesia.
Um abraço
De Vale e Azevedo mais nada se sabe, a não ser que tem empatado a repatriação lá em Inglaterra.
ResponderEliminarQuanto ao "politicamente correcto" é um dos maiores males desta pretensa democracia em que temos de viver. O vandalismo e a criminalidade mais ou menos violenta têm aumentado muito e as polícias e GNR, em regra, mal equipadas e com falta de meios humanos e técnicos não conseguem, mesmo que se esforcem, por resolver as situações com que deparam, basta lembrar muitos casos de grupos de arruaceiros em Lisboa e arredores, com armas de fogo na posse de civis sem condições para as ter nem licença legal de detenção dessas armas. Pegar fogo a automóveis ou a um autocarro, a contentores de lixo e atacar as forças de segurança ou civis indefesos para os roubar, tal como os assaltos a ourivesarias, caixas multibanco, bombas de gasolina e outros estabelecimentos, tudo isto é reprovável e condenado por lei. Se a polícia ou GNR actua, aparecem logo umas "carpideiras" políticas ou dos jornais, inclusivé advogados a defender os "pobres" dos indivíduos que cometeram esses crimes. Depois, o próprio Ministério Público é brando demais, pois, coitados, a culpa é da sociedade, de serem ainda menores de idade, de pertencerem a certas minorias étnicas e outros argumentos sem pés nem cabeça e arquiva os processos sem levar esses criminosos a julgamento como era seu dever, mas muitos delegados do ministério público estão manietados pelas leis demasiado brandas que vigoram em Portugal e outros não querem saber e toca a arquivar, prejudicando as vítimas desses criminosos. Quando mete políticos então é que é! Atrasos prolongados, inúmeras testemunhas,suspeitos e arguidos em liberdade, os casos demoram anos e anos e acabam por prescrever ou o julgamento ficar sem efeito porque um ou mais advogados de defesa encontram algo a que se agarrar para obterem a nulidade do julgamento e da sentença. E há sempre os recursos para outro tribunal superior.
Para acabar: só agora é que conseguiram apanhar o assassino benfiquista de um adepto do Sporting, numa final da Taça de Portugal, que saíu da cadeia numa "saísa precária" e nunca mais voltou. E o Padre Frederico foi sossegado para o Brasil, deu entrevistas ...
Quando é que esta palhaçada toda acaba e passamos a ter uma justiça séria, célere,digna e respeitada?
Parece que só mudando este regime e os que vivem à sua custa, enquanto os contribuintes continuam a sustentar todos estes milhares de "proxenetas", salvo as excepções de gente séria que ainda as há, mas são uma minoria.