"Para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o Governo", disse Otelo à Lusa. A hoje corajosa e vociferante trupe de ressentidos do 25 de Abril logo viu aí o "apelo" a novo golpe de Estado, sacando ofegante do Código Penal (esqueceu-se do RDM) contra o agora coronel na reserva. No tinteiro deixou o inconveniente "para mim", que faz da afirmação mera expressão de uma opinião pessoal. Ou de uma convicção: "Estou convicto de que, em qualquer altura, se os militares estiverem dispostos a isso, podem avançar sempre para uma tomada de poder", disse ainda Otelo, no óbvio papel de "Monsieur" de La Palice.
A Renascença foi mesmo ao ponto de ridicularizar a PGR por esta não abrir um inquérito ao caso, "a não ser que factos posteriores o justifiquem", deitando-se a interpretar o que serão "factos posteriores", além de factos posteriores. Os resultados divergem: para o corpo da notícia, factos posteriores são... "consequências práticas", para o título já é... "golpe de Estado", coisa bem mais sonora e radiofónica.
A mesma gente não manifesta, no entanto, idêntico fervor democrático face aos recentes golpes de Estado, consumados e não imaginários, na Grécia e em Itália, países onde, por imposição do Deus Mercado e de Merkel e Sarkozy, seus profetas, governos resultantes do voto foram substituídos por governos "técnicos" sem mandato popular.
[Fonte: JN]
Basta o Otelo assinar, e os militares estão na rua... e ele é promovido. Ele que esteja calado, porque faz parte do Bem e do Mal desta democracia de vira/ventos, nós conhecemos a história do 25 de Abril.
ResponderEliminarO PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.
O Porto é Grande
ResponderEliminarHaja então alguém que fale por ele, já que "faz parte do bem e do mal" da Democracia.
Dá-me a impressão que você se esqueceu como, e de quem, nasceu o Movimento das Forças Armadas, que como deve saber serviu de chave para abrir as portas "desta" democracia... Ou terá sido o povo sozinho que se organizou e pegou em armas?
Não culpe os militares por os políticos terem cuspido na democracia. Está bem? É uma ingratidão.
Ainda há quem não perdoe aos militares que fizeram o 25 de Abril,querem vingança,e estão a consegui-la com esta politica vergonhosa de direita ultra liberal,Viva o 25 de Abril!
ResponderEliminarmanuel moutinho
Se há pessoas, com rezão de queixa do antes do 25 Abril, eu sou uma delas...
ResponderEliminarNão estou a usar de ingratidão para com os militares de Abril, e, nem tão pouco fazer comparações com os políticos da nossa praça. Agora, sabe muito bem como eu, que sr. Otelo cometeu alguns exageros e por isso foi julgado, independentemente de ele ter sido o rosto do 25 de Abril.
Agora neste momento, não faz sentido o apelo dele, e que até foi condenado pelos próprios camaradas de armas.
Que isto vai dar uma volta, mais tarde ou mais cedo, não tenho dúvidas, e vamos ser nós o povo em toda UE a decidir o que queremos.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.
Porto é Grande,
ResponderEliminarse está à espera de pessoas politicamente correctas para dar a volta a isto, espere sentado, ou melhor deitado [como diz Pinto da Costa], porque os politicamente correctos são as antípodas do revolucionário, e sem revolucionários como o Otelo, não teria havido revolução. O que depois se fez com ela, já não é da sua responsabilidade. Ou, será?
Exagerou, está bem, mas foi por uma boa causa, mas afinal de contas não matou ninguém. Além disso,sofre de um grande mal: diz o que pensa.