18 junho, 2008

Quo vadis, "Jornal de Notícias"?

Estamos fartos de saber que se as pessoas fossem todas iguais o Mundo e a própria vida seriam uma monotonia. Toda a gente concordará com isso. Mas a questão que pretendo abordar não é essa, embora à primeira vista pareça. Não quero discutir aspectos fisionómicos, raciais ou temperamentais. Essas são as diferenças que fazem dos humanos seres de excepção, para o bem e para o mal. O que me preocupa mais é o carácter dos homens, ou melhor dizendo, a falta dele.
Entre outras "serventias", o carácter dos homens serve para identificar a coluna dorsal do ser e para os distinguir de outros seres bem diferentes como répteis e outra bicharada mais simpática...
Vem isto a propósito (e desculpem-me a insistência no tema) dos jornalistas, da sua atitude profissional perante os seus leitores, que são, no fim de contas, a razão e a fonte principal do seu sustento.
Ontem, citei um exemplo (mau), em que o carácter de um jornalista, por ausência ou frouxidão, se subjuga ao oportunismo mais miserável que possamos imaginar contribuindo, da pior maneira possível, para pôr em causa a credibilidade de um jornal histórico do Porto, como é o JN. Hoje, o mesmo jornalista tratou de nos confirmar o diagnóstico que ainda ontem lhe havia feito. Estas coisas, sabemos, não acontecem por acaso e portanto não devemos ficar admirados se o rapaz repetir a gracinha. E repetiu.
Ontem, Nuno Miguel Maia (convém fixar este nome), enganou-se porque pensava que estava a preparar uma bebida "exótica" para a namorada quando misturou o filho de PdCosta com o José Veiga; hoje, NMM equivocou-se outra vez - seguramente, com a ingenuidade dos anjos - quando incluiu o nome do empresário de futebol Jorge Baidek a um suposto caso de corrupção cometido por um outro empresário sobre três jogadores do Penafiel (sempre a Norte...). Na página 15 do JN de hoje vem esta original notícia a letras garrafais e logo de seguida a letras de texto a imediata associação de Jorge Baidek ao eventual corruptor. Em rodapé, na mesma página, vem a contradição da notícia (ou repetição do "lapso", vai dar ao mesmo), referindo que o Ministério Público arquivou a acusação sobre J. Baidek, for falta de provas...
Bom, nós já começamos a conhecer esta "peça", mas o mais intrigante deste intrigante personagem, é o facto de ele não conseguir descortinar um "furo" jornalístico sobre corrupção a sul do rio Lis, bem lá mais para Sul... Estranho. Será que agora os jornalistas são como os vinhos, com região específica demarcada, ou aquela abençoada gente do Sul, será geneticamente insubornável? Só pode, porque excluindo isso, só se for por causa do buraco da camada de ozono na estratosfera.
Ora, como comecei por explicar, as pessoas também têm destas tristes diferenças e, apesar disso, não devem ser discriminadas pela sua falta de carácter. O que podemos e devemos fazer, é encaminhá-los para o seu habitat natural e classificá-los com o devido rigor na escala das competências éticas e profissionais a fim de serem merecidamente substituídos por verdadeiros profissionais do jornalismo.
O Jornal de Notícias é um jornal especial para os portuenses e eu não fujo à regra. Há muito boa gente no seu seio: bons historiadores, cronistas e excelentes jornalistas. É lamentável que não saiba seleccionar melhor os seus colaboradores.
Enquanto uns trabalham, e empurram o jornal no sentido certo, construindo os alicerces de onde emergem as frágeis colunas da credibilidade, outros, encarregam-se de lhes minar o caminho e conspurcam a sua reputação. Será possível manter, num jornal sério, convívio tão díspar, por muito mais tempo? Pessoalmente, suspeito que não, e que - se nada for feito entretanto - alguém vai sair crestado deste fogo lento, incluindo o próprio jornal.

2 comentários:

  1. Caro Rui, nem mais!

    Apesar de ser o meu primeiro comentário, sou desde há muito tempo leitor assíduo e fiel deste blog. Espaço de tertúlia por excelência, mas sobretudo um cantinho de defesa intransigente dos valores da Invicta, simbolizando de alguma forma a resistência que tanto a cidade como o seu clube mais representativo encarniçadamente têm que adoptar, neste mais cada vez mais crispado.

    Infelizmente, a linha editorial do JN tem vindo a sofrer alguns desvios, visando conseguir um equilíbrio de forma a não serem associados a um "jornal do Porto". E, nessa óptica, alguns escribas encontram o seu espaço para destilarem os seus ódios de estimação, ao arrepio da mais elementar norma ética ou deontologia profissional.

    O que o Rui agora aponta, acertadamente, passa-se também com outro jornal de referência do Norte, o "Jogo", onde de forma impudica se começam a escrever remoques mesquinhos contra PC e o FCP...

    E é pena!

    ResponderEliminar
  2. Caro Paulo Pereira

    Obrigado pelo seu simpático comentário. Todos somos poucos para desmascarar a escória social e política que nos quer sufocar.

    Um abraço e apareça + vezes

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...