10 dezembro, 2008

O manguito de Manoel de Oliveira

Como portuense, sinto-me orgulhoso de ter Manoel de Oliveira como conterrâneo. Como espectador de cinema, confesso nunca ter visto um filme dele, desencorajado que me sinto por alguns extractos que me pareceram fora daquilo que aprecio no cinema. Defeito meu com certeza. Abro excepções para aquele fabuloso documentário Douro Faina Fluvial, e também para o Aniki-Bobó. Mas não pretendo comentar os méritos de MO como cineasta. Quero é referir a sua incisiva recusa em receber as chaves da cidade que Rui Rio pretendia entregar-lhe, em gesto que reputo de oportunístico folclore político. Gostei especialmente quando MO faz uma distinção entre os portuenses, isto é aqueles que têm raízes biológicas ou afectivas na cidade onde ele nasceu, onde vive e que ama, e de quem aceitaria homenagens, por oposição à "a pessoa que gere a casa dos portuenses" que, presume-se não é portuense, e de quem tem recebido "ofensas e provocações". Em cheio, mestre Oliveira!

4 comentários:

  1. concordo com quase tudo.
    mas olhe que o rui tambem é "portuense".
    agora que ele é um .......
    "PAROLO"...
    é.
    já agora depois de a equipa do FCP,
    ter jogado com a equipa"Z"
    do arsenal.........
    e
    pimba.
    2 secos.
    apanhei esta história interessante,
    algures.
    (/e veríridica)

    relembrei uma história de uma época que eles muito apreciam: os anos 60. Nessa altura, os rapazes da roda da bicicleta e das papoilas saltitantes, deslocaram-se a Viena de Austria para disputar um jogo da extinta TCCE. Na sequencia da condenção de Portugal na ONU sobre a ocupação dos territorios ultramarinos, os austriacos invadiram o campo de jogo, perseguiram as "papoilas saltitantes" que foram salvas pela intervenção policial, enquanto o adeptos do Austri gritavam "Fascistas, Fascistas, Fascistas"


    Interessante,
    excepto para os centralistas.

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  2. Assino por baixo o post do Rui Farinas.
    Um abraço

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  3. Ao contrário de certos lisbonários/comentadores,o Manoel de Oliveira - além de um grande cineasta, é reconhecido e respeitado internacionalmente ,- e, sobretudo... não anda a dormir.

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  4. Vi um ou outro filme do Manoel de Oliveira, acho-os formalmente fantásticos mas confesso que não é o tipo de cinema que me agrade totalmente. Objectivamente porém tenho que reconhecer a sua mestria.
    Li a entrevista dele ao JN e achei-a excelente, exactamente por não ir em cantos da sereia de alguém que colocou esta cidade num caco e que não consegue resolver a questão da Casa Museu relacionada com a sua obra - questiuncula antiga...
    Gostei das suas palavras sobre a Cidade e das transformações que a estão a desumanizar.
    Um Homem do PORTO.
    Parabéns Mestre.

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