Era uma vez uma casa. Nessa casa, havia uma grande prole, cujo "Novo Chefe" criou os filhos fazendo-os acreditar na justeza dos seus métodos educacionais. Prometeu-lhes, que faria o possível e impossível, por tratá-los a todos por igual, dentro, claro, das possibilidades do orçamento familiar. Como um pai que se preza, aconselhou-os a não desperdiçarem as oportunidades que lhes iria dar para se defenderem na vida e que, se não o fizessem, a partir daí, cada um teria de se safar pelos seus próprios meios.
Sucede que, a partir de determinada altura, aquilo que prometia funcionar como um perfeito modelo doméstico de democracia, começou, gradativamente, a sofrer graves alterações. O paizinho, começou a ter comportamentos muitos estranhos e nada condizentes com as promessas inicialmente feitas. É, importante dizer, que este pacto, de sã convivência, foi estabelecido uns anos depois de o precedente "Chefe" (um ditador) tratar a família no mais retrógrado e obscuro dos ambientes, sem liberdade e desafogo, facto, que motivou a sua posterior substituição por um padastro, mais moderno e arejado.
Como ia dizendo, pouco tempo depois de assumir o poder naquela casa, o padastro (pai de substituição), começou a ter atitudes muito estranhas. Tanto mais estranhas, quanto pode ter alguém que muito se empenhou em convencer a família da importância do sentido de união, dos recursos democráticos, mas que, afinal, acabou por dividi-la. Sim, porque a partir de certa altura o padastro começou a retirar património a uns filhos para o dar a outros, deixando-os apenas com a "honra" dos respectivos títulos. Insatisfeito com isso, desviou ainda, tudo quanto era bens relevantes, de uma divisão para outra, bem distante, criando as maiores dificuldades de sobrevivência aos seus legítimos fundadores.
Quando queria comunicar, o Chefe, reunia toda a família numa espécie de salão de reuniões, onde fazia os seus discursos e ouvia alguns dos seus filhos. Alguns, podiam falar à vontade, dos seus problemas, dos seus gostos, das suas carências, das suas culturas, dos seus clubes, etc. Os outros, ficavam no fundo da sala a ouvir, mas com mordaças na boca, para não poderem falar, nem interromper, os filhos privilegiados. A forma que este pai tirano encontrou para disfarçar a discriminação, foi colocar os meninos do papá (os privilegiados) a falar pelos outros irmãos, das suas questões muito pessoais. Ora, como é bom de ver, a ideia deu mau resultado e, como tal, a família começou a desunir-se e os ressentimentos não tardaram.
Ninguém, minimamente sensato, ignora que, para se começar uma guerra basta atirar uma pedra, ou espoliar alguém dos seus legítimos direitos. O pior, é que quem atira a primeira pedra nunca o reconhece, acha sempre que foi o outro. E é aqui que as coisas começam a azedar. Se juntarmos a isto a clubite aguda das famílias - exacerbada pela voz dos filhos dilectos do papá - e a pobreza social, estão criadas as condições perfeitas para uma guerra familiar. Se juntarmos a isto aqueles irmãos mais próximos que, por mero oportunismo, se juntaram aos meninos do papá, está criado o clima ideal para se instalar a desconfiança entre a prole.
Agora, esqueçam o 1º.Chefe e substituam-no pelo Estado Novo. Esqueçam o Padastro (Chefe de substituição) e troquem-no por todos os Chefes de governo, pós 25 de Abril, incluindo o actual. Esqueçam os filhos e ponham lá o Povo. Esqueçam o património familiar e transfiram-no para o regional, incluindo-lhe sedes bancárias e outras instituições. Esqueçam a sala de reuniões da família e imaginem as (4) televisões em canal aberto, as rádios e jornais. Por último, esqueçam os irmãos de proximidade e lembrem-se dos políticos do Porto que se prestaram a colaborar na vergonhosa construção do Centralismo, e teremos o portugal de hoje.
Última Hora -A propósito de centralismo, mais um período de azia que se avizinha para os correlegionários centralistas: a fruta estava podre. Menos podre, porém, do que os cérebros que a pariram.
Será que isto vai lá com os netos ou só lá vai com os que ainda vão nascer?
ResponderEliminarUm abraço
Caro Vila Pouca,
ResponderEliminarEnquanto o povão não se convencer da necessidade em intervir mais activamente nos assuntos públicos, nem os bisnetos se safam.
O seu blogue também pode desempenhar um papel importante nesse sentido se, através da paixão dos portuenses ao Futebol Clube do Porto, for dando umas pistas nesse sentido aos leitores.
E isto não é desviar-lhes a atenção para outros assuntos, é c cerne dos nossos maiores problemas.
Tenho a certeza que se tivessemos outros dirigentes políticos, Pinto da Costa e o FCPorto por tabela, não tinham passado pelo vexame que passaram.
Os tribunais são lentos e quando fazem justiça, chega quase sempre tarde.
Vai uma aposta como a Mizé não vai desistir?
Abraço
12-02-2009 LABAREDAS
ResponderEliminarCentenas de dias
O F.C. Porto é Tricampeão há 312 dias, depois de ter goleado o Estrela da Amadora e desencadeado a chama de todos os Dragões. O campeonato transacto terminou a 10 de Maio de 2008, ou seja, já passaram 278 dias desde a vitória no terreno da Naval, na derradeira jornada da época.
O Labaredas acha que é muito tempo, mas há quem não partilhe da mesma opinião. Talvez por isso a equipa do F.C. Porto continue à espera do troféu de campeão que conquistou com todo o mérito e com grande classe. Quantas centenas de dias terão de aguardar mais os Tricampeões? Esperemos que a taça não enferruje...