26 fevereiro, 2009

Rica vida

Vá lá, deixemos de ser maldizentes, de passar a vida a malhar nos políticos, porque eles estão a dar o seu melhor. Então, já não há um pingo de reconhecimento pelos últimos magníficos 35 anos de democracia e progesso?
Afinal, temos auto-estradas por todo o lado, hospitais e escolas fantásticas, um serviço nacional de saúde exemplar, obras faraónicas de acesso ao enriquecimento rápido dos respectivos protagonistas, e, o que é mais importante, temos governantes sérios, que cumprem sempre o que prometem. Que mais queremos nós? Além do Aeroporto de Alcochete, e do TGV, até já foi anunciada a construção da nova ponte sobre Lisboa, a região mais carenciada do país. De que é que nos queixamos?
Nós já sabemos, que quando os nossos respeitáveis governantes anunciam a instalação de grandes empresas no nosso país, é certo e seguro que os imensos postos de trabalho criados vêm proporcionar condições de vida e ordenados fantásticos. Nós, ainda estamos por entender do que é que estes cavalheiros estão à espera para se habituarem a atribuir remunerações dignas de um país primeiro mundista, mas percebemos as suas intenções, que é eternizar a caduca mentalidade do "quanto menos pago, mais ganho".
O que já não percebemos muito bem de certos (ex)governantes, é o nível de competências e respectivos benefícios para a sociedade, que justificam os astronómicos salários que arrecadam quando saem da política e, muitas vezes, ainda quando lá estão (Dias Loureiro, não é Conselheiro de Estado?).
Às vezes, imaginamos que devem fazer autênticos milagres (para a comunidade), em tudo onde metem o nariz, mas, depois de muito procurarmos, o único que descobrimos tem mais a ver com as mãos, tal é a vida faustosa que todos acabam por levar. É uma questão de dignidade, dizem eles. É por isso, que precisam de carros topo de gama para as suas deslocações. Um simples Renault Clio não lhes serve, baixa-lhes o estatuto de divindades que consideram merecer. O problema (digo eu), é que eles ainda não compreenderam que são os únicos a pensar assim.
Ainda agora, vimos o governador do Banco de Portugal incapaz de controlar ou denunciar as grandes fraudes que ocorreram no sector, e lá continua ele, no seu lugar, como se fosse o gajo mais importante e imprescindível do Mundo. É pago principescamente por principescas responsabilidades, mas ninguém o obriga a assumi-las. O conceito de competências politicamente correcto, é este.
Ora, digam lá, que não queriam um emprego assim, com este nível de exigência cívica e profissional?
Nota:
Não, não precisam de nos contar outra vez a historinha calimera de que os salários dos políticos, até nem são muito elevados, etc. Precisam é de nos convencer se não é na política, ou através dela, que eles procuram o trampolim que os pode levar à fortuna. Vejam para onde eles vão depois de se retirarem do(s) governo(s), e depois digam-me alguma coisa. Querem um exemplo? Esse mesmo Victor Constâncio, de que acima vos falei. Mas, há muitos, muitos mais como ele.

3 comentários:

  1. 26 Fevereiro 2009
    Prioridade - cerrar fileiras e apoiar quem nos defende.
    Por Miguel Teixeira

    No flash-interview a seguir ao jogo no Vicente Calderón uma das questões do jornalista a Jesualdo Ferreira foi se para o ano este estaria no FC Porto. O jornalista podia ter feito 250 perguntas diferentes mas preferiu fazer o trabalho encomendado de tentar desestabilizar o nosso treinador e balneário. A pouco menos de dois meses de terminar a época em Portugal, os jornais não querem saber os motivos do sucesso do trabalho do Professor por este ser o timoneiro de uma equipa que vai em 1º na Liga Sagres, que passou em 1º do seu grupo da LC e que deu um banho de bola em Madrid. Quiseram saber se o Professor teme a substituição por Jesus, Bento ou o Zé da Esquina.

    Já devíamos estar habituados a estas encomendas, mas pelo que tenho lido na blogosfera e sobretudo pelas conversas em que participo com outros Portistas, parece que existem adeptos que ainda não perceberam o alcance dos boatos que os media estão a cozinhar. Esta é uma conversa que só interessa ao Benfica. Não interessa ao Sporting porque estes também não estarão interessados no assunto da substituição do treinador. Interessa apenas e exclusivamente aos benfiquistas e alguns de nós vão atrás da cantiga discutindo nomes para um lugar que está ocupado por um treinador Campeão.

    Não se discute a substituição de Quique - um treinador medíocre, demasiado valorizado e que treina uma equipa que custou milhões. Os jornais não querem discutir a substituição de um treinador que semana sim, semana não, se oferece a todas as equipas de Espanha. Não querem discutir os erros de casting do pseudo melhor director desportivo do mundo. Não querem discutir as opções tácticas de quem treinando uma equipa que até ver “luta” – e que bem que eles lutam… – pelo titulo nacional joga com autocarros no seu próprio Estádio. Não querem discutir que provavelmente o Benfica para o ano recomeçara a construção das suas habituais equipas maravilha de Agosto. Não querem discutir nada disso. Querem discutir a substituição de Jesualdo. Querem colocar este na reforma antecipada e lançar um boato que fere a equipa que poderá uma vez mais colocar o clube do regime na sua habitual travessia do deserto.

    E o que fazem alguns Portistas? Assobiam o nosso treinador Campeão e juntam-se ao coro encomendado pedindo e lançando os nomes que a imprensa lhes serve.

    Pois eu, que não sou mais nem menos portista do que ninguém que tenha o Dragão no coração, sou da opinião que Jesualdo deve ficar mais uma época. Quero a continuação do bom trabalho. Quero que o processo evolutivo de alguns jogadores como Cissokho , Hulk , Rodriguez , Rolando, Fernando, Guarín, Rabiola, Diogo Viana, Stepanov, Ventura e outros esteja nas mãos dele. Não quero uma razia do plantel no próximo ano. Não quero novas ideias, novos jogadores, novas estratégias. Quero Jesualdo. Não quero o Jesus, o Bento ou o Zé da Esquina. Quero o Jesualdo. Quero estabilidade na direcção técnica.

    À SAD, mais do que nós, compete oferecer essa estabilidade. Compete definir o futuro próximo, apoiando quem lá está e não promovendo com o silencio outros treinadores que aparentemente vendem mais jornais com as suas tiradas do "isto mete nojo". O silêncio da SAD em relação a esta matéria – já nem falo de outros assuntos – ajuda a que os media continuem o seu trabalho de desestabilização. É premente uma posição de força e não míseras labaredas lançadas para o ar. É necessário que a nossa política de comunicação seja mais assertiva, combativa e que meta esta gente no seu lugar. É tempo de cerrarmos fileiras contra o inimigo. É tempo de sermos novamente o FC Porto que não se calava perante as injustiças, as campanhas corrosivas dos media ou o veneno dos corruptos encarnados.

    Mas cala-se. Pede-se a Jesualdo que defenda o bom nome do FC Porto, que treine, que seja campeão, que chegue aos Quartos de Final da LC, que vença a Taça de Portugal e a Taça dos feijões. A Jesualdo pede-se tudo, inclusive que defenda uma estabilidade que está a ser minada até por dentro. Sabemos que alguns empresários já andam mandatados para trazer mais contentores. Sabemos que estes querem saber quem será o próximo treinador para começar o seu lobbie, avançar com as luvas e sugestões de jogadores.

    Sabemos que eles têm de saber. Os vídeos tem de ser feitos e as capas de jornais têm de ser compradas para lançar contratações para a ribalta. Sabemos isso tudo. A SAD sabe mas parece não querer saber. A SAD tem deixado que nos chamem de corruptos. Agora, em pleno mês de Fevereiro, vai deixando que se façam previsões sobre a liderança técnica da próxima época. Deixa e não devia deixar. Cala-se e não se devia calar.

    Apoiar Jesualdo deve ser a prioridade de todos nós. Apoiar a continuidade de um projecto vencedor, personalizado e combativo.

    Deve-se premiar o campeão. Deve-se ajudar quem nos tem defendido contra tudo e contra todos em matérias que nem são da sua responsabilidade. Deve-se. Deve-se. Deve-se, porque lhe devemos isso.

    O meu treinador para a próxima época? Jesualdo Ferreira.

    PS.1 – escolhi este assunto porque sei aquilo que nos estão a preparar através das "Cofinas". Não serei o único, pelo que já era tempo de os outros que sabem, os que decidem, os que gerem os destinos do nosso Clube meterem mão nos boatos que para aí andam. É tempo de defender quem nos tem defendido. É tempo de cerrar os dentes. As capas que estão a ser preparadas em Lisboa vão dar razão a esta minha opinião. Serve para estarmos todos alerta. Unidos em redor do nosso treinador e não ansiando por outros que ainda não ganharam "nada" e que actualmente defendem outros emblemas. Para esse peditório não largo nem mais uma moeda. Fica o alerta. Espero que este texto sirva para ajudar a colocar uma pedra no assunto.

    PS.2 – fiquei de abordar o assunto FCP TV, mas compromissos profissionais têm-me impedido de escrever com a assiduidade que desejaria. Continuo a entender que necessitamos urgentemente de um veículo próprio de informação, feito por Portistas para Portistas. Parece que dentro da SAD começam a existir pessoas que acham o mesmo. Ainda bem. Esperemos que essa seja uma realidade a curto prazo. Quero acreditar que sim.

    "portistasdebancada

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  2. Tem outros exemplos como Ferreira do Amaral, que assinou os contratos que assinou enquanto era ministro, porque depois de ser ministro iria "ministrar" duas das empresas com quem assinou esses contratos.

    Com o pomposo nome de CEO. Parece que nem um raio de uma palavra portuguesa teem para isso.

    O povo nem isso discute. Alguma vez viu um debate televisivo sobre isso? Sobre os contratos que ministros assinam a meses de cessarem funçoes? Que as empresas em que agora enriquecem sao as mesmas com quem assinaram esses contratos?
    Até hoje nunca sequer vi ou li um debate, entrevista ou cronica que seja, sobre as cinco empresas que constituem a LusoPonte e os meandros dos negocios e regalias vigentes para os proximos 20 anos.

    Toda esta falta de caracter e de isençao mete-me nojo.

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  3. Caro Soren,

    Não é necessário recorrermos muito à memória para apresentarmos uma lista infindável de "exemplos" como os que referi.

    Nesta pocilga de oportunistas, onde o canudo da política, é visto como um biombo para encobrir as negociatas, só uma revolução a sério pode alterar-lhes o comportamento. Só que, desta vez, não pode ser com cravos nas espingardas, mas com balas a sério...

    E por aí, como andam as coisas?

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...