05 maio, 2009

Sinais dos tempos, ou decadência das civilizações

Está ainda muito longe, o dia em que Portugal começará a ser conhecido pela excelência da qualidade de vida das suas gentes. O mais certo, é que nunca chegue a alcançar tamanho prestígio. É um país com pouco espaço para a criatividade, um país de macacos de imitação medíocres e pouco exigentes. Quando copiam, quase sempre copiam mal os melhores exemplos dos outros países (Noruega, Suécia, Dinamarca) mas já capricham com os que não prestam.
Só um pequeno exemplo: gostava que de Itália soubéssemos "copiar" o bom gosto, a capacidade de divulgar o que de melhor produzem, a arte dos monumentos [e a beleza da mulher italiana], mas detestava que importassem clones de Sílvios Berlusconi e respectivas proles. Na vida, a ambivalência emocional está frequentemente presente, o que explica que gostar do dialecto napolitano (como eu gosto) não me obriga a apreciar a camorra daquela região do país, ou de qualquer outra. Receio bem que um dia destes apareça por aí um Silvio Berluconi à moda lusa, porque é a imitar a bandalhice que mais nos destacamos.

O "fenómeno" Berlusconi só é possível em democracias desregradas como a nossa e a italiana, onde a fronteira entre o civismo e a marginalidade é tão frágil, que se funde, e se torna numa coisa profundamente abstracta, permitindo o acesso ao poder de actrizes de pornografia, como Cicciolina (foi deputada), e de empresários sem escrúpulos, como o actual 1º. Ministro italiano.

Quando é a própria mulher de um 1º. Ministro [na foto atrás dele] a anunciar o divórcio, supostamente por não poder aturar mais as garotices do seu marido, em razão de uma escolha de candidatas ao Parlamento Europeu altamente condenável (modelos, e mulheres ligadas ao mundo do espectáculo), haverá mais comentários a fazer?

Ainda assim (e isso, é que é muito preocupante), há quem considere estes comportamentos perfeitamente normais...

2 comentários:

  1. È exactamente isso,só copiamos o que não presta.Quanto ao clone do Berlusconi,olhe que já faltou mais. Andam por aí uns candidatos...

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  2. Sempre seria mais respeitável se aprendessemos a estar abertos à originalidade empreendedora. Mas, já que somos complexados nessa matéria, então que saibamos copiar.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...