25 junho, 2009

Arquitecturas caprichosas

Maquete do novo projecto

Dois comentadores do post anterior pediam-nos, preocupados, para nos prenunciarmos sobre as obras que estão a ser projectadas para a remodelação do Pavilhão Rosa Mota e sobre um peditório para a construção de um hospital no Norte para crianças, quando as que são feitas em Lisboa tem de ser sempre o Estado a pagar...

A pertinência de ambos os casos é perfeitamente legítima, mas já nem sequer nos causa espanto pela frequência com que acontecem no nosso país.

Já o escrevi várias vezes, que a arquitectura é uma das actividades que mais aprecio, embora seja um analfabeto na matéria. Contudo, não é por sermos ignorantes em mecanica ou em arte que nos é vedado o direito de apreciar ou depreciar um determinado automóvel ou quadro. E é neste contexto que os autores desses produtos ou obras, nem sempre sabem conviver com a crítica, julgando-se muitas vezes acima dela. E fazem mal, porque o público tem frequentemente razão.

Hoje mesmo o Tiago [TAF] do blogue A Baixa do Porto publicou no seu blogue um post meu já antigo a alertar para a imprudência da não colocação de um corrimão protector no cais da ribeira.

Pelos vistos, aquilo que eu previ acabou por acontecer como se pode constatar aqui. Na altura, lembro-me de alguém ter escrito que o cais ficava melhor assim [sem gradeamento] porque em muitos anos nunca ali se tinha dado um acidente grave. Ripostei, lembrando as multidões do S João [e o álcool], mas as autoridades fizeram ouvidos de mercador. Talvez agora, depois do mal feito e de se terem magoado dois jovens, a protecção seja lá colocada. Talvez...

Sinceramente, posso não aparentar, mas não gosto de me precipitar a fazer críticas, mas há coisas que saltam à vista e só por acalhamento e total ausência de bom senso é que as devemos deixar passar. Em sentido contrário, recordo-me do movimento de oposição aos molhes da foz do Douro, contra os quais em princípio tive as minhas reservas, mas que hoje admito serem infundadas sobretudo quanto ao impacto paisagístico que todos pensaríamos iria provocar no local. Esperemos é que os benefícios obtidos [de navegabilidade da barra,etc.] justifiquem o dinheiro ali aplicado.

Quanto ao projecto das obras de requalificação do pavilhão Rosa Mota que, ao que consta, é da autoria do arquitecto que o concebeu originalmente, existe o receio de mais uma vez se cometer naquele local a mesma asneira [ou parecida], com a que se fez com o Palácio de Cristal, quando havia espaço ali de sobra para conviverem os dois edifícios. Ao que se lê, pensam construir um novo lago e destruir o que lá está, sacrificando a estética paisagística do jardim à dos edifícios de betão complementares anexos ao pavilhão. Seria importante uma exposição pública de uma maquete e a respectiva divulgação para se evitar mais uma machadada naquilo que está bem. A antiga avenida dos Aliados ainda não foi esquecida...















Localização do lago actual e arvoredo [comprometidos]

2 comentários:

  1. O Alcaide, Rui Rio, faz tudo a seu belo prazer.
    Mandou no Castelo do Queijo e parte da Av. da Boavista, a Metro do Porto fazer obras, para lá poder
    fazer umas corridinhas de carros.
    Não gastou um testão, e a metro pagou.E o resto da avenida como é
    sr.alcaide?--está à espera do
    Metro Don Sebastião.

    Cedeu o pavilhão Rosa Mota, à rádio
    Festival, para uns bailaricos.
    Desporto não me lembro!... que se lá fizesse nos mandatos dele.

    Agora por uma questão eleitoralista
    vai fazer obras no pavilhão R.M., alterando o espaço do lago, para lá fazer, uma porcaria de mais um espelho de água, e colocar lá um
    mamarracho;que ninguém sabe o que é

    A onde está a maquete!... que
    polivalência vai ter ?
    Pela comunicação social pouco ou nada se sabe da dita obra.

    A autarquia do Porto é a segunda
    maior do país; mas pouco se fala
    dela,porque o Maior é uma pessoa
    isolada pela comunicação social.

    Rui Rio é igual ou pior que os outros.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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  2. Nota: o Estado está a financiar um hospital pediátrico no Norte, que começará brevemente a ser construído: o Centro Materno-Infantil.

    O S. João possivelmente também quis o seu e lançou o projecto do Joãozinho.

    Estranho.

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