29 setembro, 2009

Resultado eleitoral, trampolim para Elisa Ferreira?

Sobre os resultados eleitorais das legislativas, o único ponto positivo que me importa destacar foi a perda da maioria absoluta do PS. Digo do PS, como diria de qualquer outro partido. O poder absoluto, está provado e compravado, corrompe absolutamente.
A maioria absoluta de um partido político só interessa ao próprio, precisamente para fazer o que quer, e como quer, sem qualquer interesse pelas propostas dos partidos da oposição e nenhuma consideração pelos eleitores [por isso não votei].
Sempre que tal acontece, o Governo que dessas maiorias se constitui, tende para governar com prepotência e para «progredir» em autismo social. A economia, estamos cansados de saber, é a varinha mágica para a cura de todas as maleitas. Nesse capítulo, PS, PSD e CDS, são absolutamente iguais. Só conhecem essa arma/argumento que resvala invariavelmente para uma simples equação: muito mais para uns poucos, e demasiado pouco para uma maioria. Daqui, não saem. A mola "estratégica" da economia é sectária, cega, desumana, e numa grande parte das vezes nada meritocrática.
De modo que, exposto sem complexos o meu cepticismo pela partidocracia, a minha esperança reside no indivíduo, uma vez que os interesses de um colectivo difuso de carreiristas não têm qualquer relação com os interesses colectivos das populações. E a minha esperança individual chama-se Elisa Ferreira. Gostaria que, apesar da perda da maioria do PS e, sobretudo da derrota humilhante do PSD, estes resultados beneficiassem a candidata pelo partido socialista e arrumassem de vez com Rui Rio da Câmara do Porto onde só semeou rancor.
Contradição? Não me custa admitir alguma, mas não deixo de lembrar que foi num mandato do PS que o melhor Presidente da Câmara do Porto que conheci até hoje, Fernando Gomes, conseguiu algumas benfeitorias para a cidade. Bateu o pé ao Governo e a par de Vieira de Carvalho - que nem sequer era socialista - conseguiu fazer sair da gaveta o projecto do Metro do Porto, tornando-o numa realidade, e avançou [neste caso mais o Fernando Gomes] com a concretização do Parque da Cidade, onde agora se discute muito a construção de edifícios, mas se deixou pacificamente atapetar de asfalto uma longa e inestética pista de aviões para a *Red Bull Race...
*Ressalva: Eu gosto das corridas Red Bull

6 comentários:

  1. Concordo com a sua análise, embora vá esperar para ver qual vai ser o comportamento do Governo, mas também da oposição.

    Penso que a Elisa, agora, tem mais hipóteses que tinha há semanas trás, mas vai depender muito da campanha e dos apoios que conseguir, porque em relação às listas a da candidata do PS é muito melhor que a do Rio.

    Um abraço

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  2. Desculpem o abuso. Mas só para informar que o Arrastão está a fazer um inquérito às intensões de voto nas próximas autárquicas em 38 concelhos. O Porto é um deles. Se quiserem ajudar a divulgar... Obrigado.

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  3. Se os políticos fossem Abelhas.As
    colomeias eram os partidos.
    Era tudo muito doce.Eram favos de mel.

    Mas infelizmente são Moscas varejeiras.Transportam outra coisa
    menos mel.

    Por isso políticamente estamos doentes; e contaminados na vida
    social.
    A maioria deles são imunes aos
    Mata-Moscas.

    Não havia muito por onde escolher;
    mas eu fui votar.
    Nas urnas fiz o que muito bem entendi.
    Saí aliviado comigo mesmo.

    Quanto à Elisa Ferreira:aproveite a boleia do Sócrates como fez o seu
    homólogo de Lisboa.

    Agora o que nós temos de saber: é
    se ela (caso seja eleita)tem personalidade de dizer sim, ou não
    ao governo.E também ter poder reivindicativo, em relação ao Tereiro do Paço.
    Se assim não for; não vai adiantar
    nada, ao que aqui já temos.

    O PORTO È GRANDE VIVA O PORTO.

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  4. Vila Pouca,

    Também tenho essa esperança. De facto seria de "MULHER", que Elisa Ferreira reclamasse do PS o avanço para a Regionalização, e não caísse na treta da sempre-eterna inoportunidade. Veremos.

    Abraço

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  5. O azar do Porto foi Fernando Gomes não ter resistido à vaidade de ser ministro,tendo a obrigação de saber que seria trucidado pela comunicação social,como de facto foi. Mas também não estou de acordo com a retaliação de que foi vítima por parte dos eleitores do Porto. Quem se lixou nem foi ele,que tem agora um belissimo tacho,foi a cidade,que há oito anos que está a regredir.

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  6. obviamente que não vitimizo Fernando Gomes, era o que mais me faltava!Ele está bem e recomenda-se.
    Aliás já o critiquei em post pela asneira que fez de ter abandonado a CMPorto por não sabido resistir à "isca" envenenada do Ministério da Defesa Interna que acabou por se tornal na sua morte política.

    Agora e apesar de tudo, repito, foi o melhor Presidente de Câmara do Porto que conheci. É a minha opinião, claro.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...