09 fevereiro, 2010

Nem palhaços ricos, nem pobres. Palhaços inconscientes.

Caros amigos, não se iludam com as elites nem esperem delas nada de verdadeiramente importante para a  vossa vida ou para a vida dos vossos filhos. As elites não são mais do que um grupo priveligiado de pessoas com ideias ambíguas e contraditórias sobre a sociedade que procuram manter um estatuto de competências e experiências que não possuem nem merecem. Se é tão só "importância" que se pretende atribuir às elites, então, as verdadeiras elites somos nós, os cidadãos sem "estatuto" e sem vínculos demasiado dependentes dos aparelhos político-partidários ou dos grandes grupos económicos. Em contraste com as surrealistas elites, quanto menos compromissos tivermos, mais transparente será a nossa liberdade e mais fiável será a nossa palavra. 

Fálo-vos assim, porque acabo de ouvir na televisão o 1º. Ministro a queixar-se da violação do segredo de justiça e do jornalismo de "buraco de fechadura", certamente por andar, como é do vosso conhecimento, nas bocas do mundo pelas piores razões. É nestes momentos, por deslizes cometidos em desespero de causa, que apetece citar o refrão que diz que, com quem ferros mata, com ferros morre. José Sócrates nunca disse uma única palavra contra a violação do segredo de justiça, nem a considerou crime, com a veemência de hoje, quando se conspirou contra Pinto da Costa com todo o tipo de  escutas e apitos. Sócrates, manteve-se, estranha e prudentemente silencioso, talvez para afastar de si   e das suas ligações perigosas, as atenções...  

Por outro lado, o conhecimento público destas escutas tendo a figura do 1º.Ministro [e de outras personalidades da política e da finança], como principal protagonista, não confere à comunicação social a condição de herói da fita, porque infelizmente também ela padece do mesmo mal de obscura seriedade e isenção. Esta realidade, deixa-nos a nós, cidadãos sem presunções nem responsabilidades governativas, sem grandes opções de credibilidade. Temos sempre de filtrar "tudo" o que a comunicação social nos transmite, pesar, comparar, "investigar" e retirar as nossas próprias ilações. É desta triagem de informação e contra informação que podemos retirar as conclusões mais assertivas. Ninguém é inocente. Independentemente de José Sócrates estar, ou não, entalado até ao pescoço em cambalachos ímpróprios do mais comezinho cidadão, a ideia que fica do afastamento quase pacífico da TVI de Eduardo Moniz e respectiva mulher [Manuela Moura Guedes], é que o dinheiro falou mais alto. 

Em resumo: continuemos sensatamente desconfiados. A vida pública tornou-se num circo, onde as feras têm papel irrelevante. O destaque vai para os palhaços. Palhaços estes, que inversamente aos verdadeiros, não nos fazem rir. Desgostam-nos e acicatam-nos a revolta.  

3 comentários:

  1. Este país é uma vergonha, uma vergonha que só lá vai com, como diz o outro, talibãs.

    Um abraço

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  2. Isto é mesmo uma palhaçada,mas este circo, alem de muitos palhaços, tem também ilusionistas, equilibristas, domadores (de animais mansos ) outros artistas, e uma grande barraca! De fazer inveja ao Cirque du Soleil!

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  3. Ficava melhor ao Socrates dizer:
    -Quem aqui nunca pecou levante o
    braço!?...
    O Rapazote ficava mais aliviado...
    e canalhada, não levantavam a mão porque estavam a coçar as partes íntimas.

    Conclusão estamos todos FUNDIDOS.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...