02 novembro, 2011

Apoiar,não é engolir em seco


Fiquei agora a saber pela voz de Victor Pereira que o bom profissional é aquele que produz muito... Nem mais, nem menos. Imaginemos portanto, um cozinheiro. O homem, farta-se de trabalhar, mas é lento, e atabalhoado. Para fritar batatas, usa uma panela com água, em vez de uma fritadeira com azeite, ou óleo. Não tempera os alimentos, e dá-lhes tempo a mais, ou a menos, de apuro, sem nunca acertar no ponto.

Deve ter sido inspirado nesta estranha maneira de produzir que o treinador do FCPorto fez estas declarações no fim do encontro de ontem com o Apoel do Chipre para a Liga dos Campeões:

"hoje fomos Porto, trabalhámos muito, quisemos vencer e terá sido isso que nos penalizou. Depois do empate quisemos continuar atrás da victória. Isto caracteriza a nossa alma, mas há momentos em que temos de usar mais a cabeça. O resultado não traduz o que se passou no jogo".

Teoricamente ainda nada está perdido, mas realisticamente, perante a inexistência de fio de jogo  da mesma equipa que venceu a última Liga Europeia tem vindo a demonstrar, não se notando evolução de jogo para jogo que nos faça alimentar a esperança, vai ser uma tarefa complicada...

Para o adepto portista, sabendo do que se alimentam os vampiros dos clubes centralistas que passam o tempo a inventar casos, queimando rios de tinta para tentar desestabilizar o FCPorto, é muito ingrato criticar um treinador, que sendo ele muito competente ou um aselha, é o nosso treinador em exercício. Esta ambivalência emocional é um sentimento terrível, porque se por um lado queremos deitar cá para fora o desgosto provocado pelas más exibições, por outro, podemos involuntariamente estar a contribuir para adensar os problemas. Mas, pergunto: não será também contra natura ficarmos em silêncio fazendo de conta que não vimos, o que vimos? Confesso que não sei bem como encontrar a atitude certa.

Victor Pereira, com este tipo de declarações irrealistas, está a confirmar as minhas suspeitas e as de muitos adeptos, que não tem perfil técnico, nem psicológico, para treinar o FCPorto. O que a equipa ontem fez em campo, é o que vem fazendo há várias jornadas, sem que se note que os erros cometidos repetidamente nos jogos anteriores sejam corrigidos, o que quer dizer uma de duas coisas: ou Victor Pereira não percebe o que se está a passar e não diz nada aos seus pupilos, ou se percebe, não é capaz de lhes transmitir o que é preciso fazer em campo.

Não entro na barafunda de criticar os jogadores, porque é para os preparar e disciplinar que o treinador lá está. Não caio muito menos na tentação de criticar a SAD, ou Pinto da Costa, pelas razões que já aqui e aqui apresentei.

A partir de agora, como adepto, só me resta fazer  votos para que no futuro próximo as minhas suspeitas se traduzam em muitas victórias, e que Victor Pereira me prove que estava enganado. Mas, tenho fundamentadas dúvidas que o consiga.

2 comentários:

  1. manuel moutinho02/11/11, 15:37

    Eu não gosto de dizer mal do que é meu,mas é quase impossível dizer bem de alguma coisa esta noite,será que é possível o apuramento para a fase seguinte a jogar assim,ainda tenho alguma fé,mas já não é muita.

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  2. Bem, antes de mais, não há que andar com paninhos quentes. O treinador já deu entender que não é capaz de passar a mensagem aos jogadores. O FCP neste momento está doente, mesmo a ganhar não convence, as exibições são muito pobres.
    O treinador até pode ser um bom profissional, mas como adjunto, como principal está a dar provas pouco convincentes. Como diz o povo "cada macaco no seu galho".
    Para se continuar na liga dos campeões (que gostaria muito) só um milagre de Vilar de Perdizes, não estou com grande esperança.
    Tem discurso pobre, uma equipa técnica escolhida por ele,triste. Enfim neste momento é um treinador que não dá muitas esperanças aos portistas.
    Há uma coisa que eu não sou, é hipócrita. Como portista, sócio e com lugar cativo, o que eu quero é que o FCPorto jogue um futebol que agrade, ou pelo menos que me faça acreditar, que é capaz de dar a volta aos momentos menos conseguidos, que é o que neste momento não está acontecer.
    Para mim o FCP é aquele belíssimo património, as cores, a história o resto são passagens de pessoas umas muito importantes na vida do clube outras que nunca deveriam lá estar. Sou portista desde pequenino.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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