Como portista e portuense íntegro que me gabo de ser, rejubilei com a victória do FCPorto contra aquela agremiação megalómana, e elitista-novo-rica de Lisboa, cujo nome nauseabundo prefiro não pronunciar. Rejubilo sempre. O clube de Lisboa representa para mim o que há de pior e mais ridículo nos portugueses, tanto nalguns autóctones, como numa grande parte dos assimilados pela expansão do país, de norte para sul... É a história [e os factos] que o diz, não sou eu.
Mas, o *facto de ser um portuense-portista devidamente enquadrado na região e nos seus símbolos mais autênticos, não me inibe de dizer, mais uma vez, o que penso sobre o actual treinador do FCPorto. Antes porém, em nome da coerência e da justiça, há que prestar homenagem à Académica de Coimbra e ao seu treinador, o nosso ex-jogador Pedro Emanuel, que soube montar muito bem a equipa e jogar no Dragão como se estivesse em casa, conquistando um precioso ponto que podiam até, sem escandalizar, ter sido três. A Académica jogou a maior parte do tempo com mais personalidade e lucidez que o FCPorto.
Victor Pereira até pode chegar ao fim do campeonato com estes irritantes altos e baixos e vencê-lo que eu não mudo de opinião: não é treinador para um clube com as ambições e a história do FCPorto. Ponto. Escrevo-o aqui, mesmo que ele me dê o prazer de ganhar este ano o campeonato. Nestas declarações não há nenhuma contradição, porque entre as minhas convicções e a minha afeição ao FCPorto, coloco em primeiro lugar o afecto, e os resultados desportivos do clube.
Posto isto, só tenho a acrescentar ao que já tenho escrito, é que Victor Pereira pode até perceber muito de futebol, mas de um treinador de top não é só isso que se espera, é sobretudo a capacidade de liderança. E o que é isso, afinal? Em que é que se traduz?
Ser líder, não é ser literalmente invencível, porque tal não existe. Ser líder é ser mais vezes vencedor do que vencido [Pinto da Costa é um líder na sua área]. Ser líder, é essencialmente saber comunicar, neste caso concreto, com os jogadores e com toda a equipa técnica, e explicar correctamente o que pretende que estes façam para refinar, sempre numa espiral ascendente, os níveis de produtividade e de qualidade técnico-táctica de todos os elementos. Mas, para saber comunicar tudo isto, um treinador ambicioso tem de cortar a direito quando é preciso, impor-se a jogadores caprichosos, relegando-os para o banco se não obedecerem às suas instruções, sejam eles quais forem, explicando-lhes depois porquê. Saber comunicar, é muito importante, é verdade, mas de nada vale se essa comunicação não passar ao destinatário.
As dúvidas que mantenho em relação a Victor Pereira são dessa natureza. Ontem, quando me interrogava da razão pela qual Victor Pereira não deu [ou, não soube dar] instruções aos jogadores durante os primeiros 45 minutos para jogarem mais rápido e exercerem maior e melhor pressão no meio campo adversário, dei por mim a rever um filme demasiadas vezes visto esta época com os resultados que se conhecem, e foi isso que aconteceu.
Como é possível contornar a apatia de Victor Pereira depois de com alguma sorte, e tanto mérito, termos recuperado o 1º lugar, sem criticar o treinador? Como é possível jogar com os fantasmas de um passado recente, em casa, e com um adversário cujo clube tem um orçamento infinitamente inferior ao FCPorto? Como? Podem-me dizer, pois é, que não o elogiei no jogo contra os mouros, mas se me permitem, suspeitei [infelizmente, com razão], que o bom jogo do FCPorto se deveu mais a uma questão de orgulho ferido dos jogadores, a uma reacção, do que propriamente às convicções técnico-tácticas do treinador. E não me digam que falo depois de conhecidos os resultados, porque até ao jogo com o Benfica o FCPorto não demonstrou qualquer consistência de jogo. Ontem, repetiram-se os erros colectivos e individuais que vimos em muitos jogos, e a mesma apatia da equipa. Quem tem afinal a responsabilidade de corrigir estes repetidos devaneios? Os jogadores? Desde quando é que eles são o farol da equipa, é que eles se auto-controlam? Desde quando é que um clube de futebol pode prescindir da orientação de um treinador? E para que é que, para além dos aspectos físico-técnicos e tácticos, os clubes lhes pagam?
Como é possível contornar a apatia de Victor Pereira depois de com alguma sorte, e tanto mérito, termos recuperado o 1º lugar, sem criticar o treinador? Como é possível jogar com os fantasmas de um passado recente, em casa, e com um adversário cujo clube tem um orçamento infinitamente inferior ao FCPorto? Como? Podem-me dizer, pois é, que não o elogiei no jogo contra os mouros, mas se me permitem, suspeitei [infelizmente, com razão], que o bom jogo do FCPorto se deveu mais a uma questão de orgulho ferido dos jogadores, a uma reacção, do que propriamente às convicções técnico-tácticas do treinador. E não me digam que falo depois de conhecidos os resultados, porque até ao jogo com o Benfica o FCPorto não demonstrou qualquer consistência de jogo. Ontem, repetiram-se os erros colectivos e individuais que vimos em muitos jogos, e a mesma apatia da equipa. Quem tem afinal a responsabilidade de corrigir estes repetidos devaneios? Os jogadores? Desde quando é que eles são o farol da equipa, é que eles se auto-controlam? Desde quando é que um clube de futebol pode prescindir da orientação de um treinador? E para que é que, para além dos aspectos físico-técnicos e tácticos, os clubes lhes pagam?
No final do jogo, Victor Pereira falou assim para a imprensa: "Demos 45 m de vantagem. Não existimos na 1ª. parte, faltou-nos alma e tivemos de ir atrás do resultado". Que redundância! Pensará ele que os adeptos não perceberam isso? Estaria ele convencido que nos estava a dar uma novidade? Ou, não seria melhor, mais produtivo, guardar este discurso para o balneário e dirigí-lo com objectividade aos jogadores? Tê-lo-à feito? Acreditemos que sim. Mas, como o terá feito? Com que alma, com que inconformismo?
Durante toda a primeira parte bem olhei para ele para ver se descobria esses sinais de inconformismo, essa alma, a ser transmitida aos jogadores, mas a única coisa que vi foi insegurança e medo.
Durante toda a primeira parte bem olhei para ele para ver se descobria esses sinais de inconformismo, essa alma, a ser transmitida aos jogadores, mas a única coisa que vi foi insegurança e medo.
* Assim se fala na RTP
- Olá Paula, há tanto tempo que não te via!
- Olá Maria, é verdade!
- Então? Casaste?
- Não Maria, vivo em união de fato.
- De facto, queres tu dizer.
- Não, não, casei-me com um alfaiate!
Rui, não vou dizer nada, mas esperava que junto às críticas ao VP, viesse também, um arraso aos jogadores. Se eles quiserem muito - porque quiseram na Luz e não quiseram ontem? -, até eu no banco seria campeão.
ResponderEliminarAbraço e perdoe-me o exagero.
Não me vou repetir mas mais uma vez como Portuense e Portista concordo inteiramente consigo.VP deve ser uma pessoa extraordinária mas não tem categoria para treinar o F.C.Porto.Apetece-me dizer que a terceira divisão entrou no Dragão.
ResponderEliminarConcordo em absoluto.A terceira divisão entrou no Dragão.
ResponderEliminarMeu caro Vila Pouca,
ResponderEliminarnuma fábrica de calçado - desculpe o eufemismo -, só responsabilizaria os operários pela má qualidade do produto final se soubesse que trabalhavam em auto-gestão. Como, normalmente não é assim que acontece e além da administração, há um director de produção e outro responsável pelo de controle de qualidade, é a estes últimos que devem ser assacadas responsabilidades, para o bem e para o mal.
No futebol, criticar os jogadores, mesmo que com razão, é uma perda de tempo, uma perversão da lógica natural das hierarquias.
Um abraço e perdoe-me também os meus eventuais exageros, se os houver.
Caro Vila,
ResponderEliminarposso adiantar-lhe que também não gostei nada do Hulk, teimoso e pouco versátil. Moutinho também não está isento de críticas, esteve muito interventivo mas lento, e fartou-se de fazer maus passes.
Podia citar-lhe mais casos, mas retomo o que disse: para que é que existem as equipas técnicas e o treinador? Se temos de tolerar as limitações deste treinador, apesar de ainda estar na corrida pelo título [mas já foi eliminado de 3 importantes competições], porque não teremos de o fazer com outros que hão-de vir, sejam lá eles quem forem? O factor confiança é tão importante para o Pinto da Costa como para os adeptos. E confiança em VP é coisa que nem Pinto da Costa neste momento deve sentir. Digo eu.
Totalmente de acordo com o seu Post. Porquê criticar os jogadores!? quando o treinador é um bluff. Entregar a equipa do FCP este senhor, é como dar pérolas a porcos. Claro que ele não é o único culpado, neste momento deve de andar muita gente dentro do clube, distraída com outros assuntos.
ResponderEliminarO que aconteceu ontem no Dragão com Académica já antes tinha acontecido com o Feirense, Leiria, Setúbal e outras equipas que por lá passaram.
Custa ver o FCPorto jogar mal e porcamente e depois o treinador vir com o discurso:- Demos 45 minutos ao adversário, para próxima é que vai ser etc etc.
Agora o que eu também não percebo é porque há por aí muito portista a defender tanto treinador!.. bom, também há que goste de condutores da carris, freiras, polícias. bombeiros e jogadores de futebol... é uma mania, um tique.
O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.
Porto é grande,
ResponderEliminardefender o treinador é, em certos casos, também defender o clube, sobretudo quando as hipóteses matemáticas de ganhar o campeonato não estão esgotadas. Mas, essa defesa é difícil de manter sem a "ajuda" do próprio treinador e implicitamente dos jogadores. Ora, essa parte do trabalho é que parece estar mal resolvida.
Com efeito não se compreende a atitude revelada pela equipa. Parece entrar cansada e a praticar um futebol lento de passo para o lado e para trás. Os "aceleradores" (Hulk e James) andam perdidos sem definição de jogo. Temos um "poste" de 1,97, lá na frente, mas são raros os centros a procurar a sua cabeça. As bolas paradas perdem-se com toda a facilidade. Livres à entrada da área e cantos têm um aproveitamento de 0%. Não treinarão estes lances durante a semana? Parece que não.
ResponderEliminarÉ notório que há jogadores com a cabeça bem longe.
Uma pequena dúvida: demos 6 ou 7 milhões pelo Defour que nada veio adiantar para a equipa. Dispensámos o Belushi e o Guary por dez reis de mel coado. Não seria melhor manter, pelo menos um deles?