13 junho, 2017

Um país benfiquizado à custa da discriminação

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Respeitem este homem, políticos da treta!

Ultimamente tenho privilegiado o futebol como tema. Não na sua vertente desportiva, técnica, ou tática - que é a mais aliciante - mas pelo seu lado mais grave, pelo impacto político e social que causa ao país. 

Por mais que nos custe, por mais motivações que inventemos para alimentar o ego de cidadãos de pleno direito de um país com uma história antiga e aventureirista (não propriamente brilhante), é difícil a um portuense atento olhá-lo e amá-lo como um todo íntegro e solidário. Portugal é um país artificial. 

A lucidez tem destas coisas. Às vezes é cruel, obriga-nos a olhar para o país como ele é, e não como o pintam. Tradicionalmente, os actores desta ficção são sempre os mesmos. Governantes, homens da finança, e agora também da comunicação. Todos, mais ou menos "honestos"... Mais, muito mais, menos honestos (isto para não radicalizar)...

Quando esse país assiste, impávido e sereno, ao domínio que um clube de futebol consegue exercer sobre todos os outros poderes, incluindo o político, com tudo de preocupante que isso comporta, esse país está doente, praticamente alienado. Um país neste estado, navega mais proximo da violência do que da acalmia que aparenta.

O desporto, e o futebol  é um desporto (está inserido nessa área), devia balizar-se como actividade lúdica, promotora de valores éticos em que o carácter se forma, e não este mundo de vícios e suspeições em que se transformou. Há que realçar isto: esta transformação ocorreu ao longo dos anos com a cumplicidade do poder político. É este o principal responsável. Agora, já não se pode queixar do regime, até porque foi esse mesmo poder que o formatou, tal como é hoje. Foi quem engordou o centralismo, retirando todos os meios de autonomia comunicacional e informativa ao Porto, e reforçando para níveis indecentemente superiores os do regime salazarista da capital.

Por isso, este escândalo gigantesco chamado Benfica, é um monstro alimentado propositadamente pelo regime, com o intuito estúpido e oportunista de garantir apoios eleitoralistas (e outros), ao mais vil estilo da política rasca. 

Não vai ser fácil mudar isto. Esta, era uma excelente oportunidade para a classe política se restabelecer, de provar àqueles que como eu, não se revêem nela, que vale a pena acreditar. Mas, receio bem que esta trafulhice vermelha venha a ser investigada com seriedade, porque isso seria o princípio do fim de um polvo pôdre cujos tentáculos interesseiros se estendem dentro do Estado e da alta Finança.

Se tiver razão (e espero francamente não a ter), serei o menos populista dos cidadãos e provarei a quem me lê que a História não pode ser lida como uma cábula. Nós não somos o país maravilhoso que nos querem pintar, por mais optimistas que tentemos ser.

Para mim, hoje, Lisboa/Terreiro doPaço, é o símbolo do divisionismo nacional. Quem defende o seu poder hiper-concentrado, está a defender a discriminação. Nem só o racismo da côr da pele pontencia apartheid's, sabiam senhores governantes?

Vá lá, provem-me que estou enganado, neguem com atitudes,  que sou um populista. Vamos, passem um atestado de honradez à classe! 

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