Esta figura agora murcha do "Norte", que muitos (de boa vontade) chegaram a pensar poder vir a fazer alguma coisa de jeito pela região, não só decepciona demais como também acusa elevado teor de radiação centralista. Quem o viu e quem o vê...
Os argumentos que apresentou para justificar as suas ideias anti-regionalistas foram do mais básico que se pode imaginar. Além de padecerem de uma total orfandade em matéria de originalidade e de não terem a mínima substância, estão completamente fora de prazo. É caso para perguntar: onde tem, e com quem tem andado, afinal, Ludgero Marques?
Tomemos nota então, da profundidade das suas palavras:
"O Norte é um posicionamento, um atitude!" e "é muito mais vasto do que aquilo que se pretende fazer com 5, 6 ou 7 regiões!" .
E acrescenta: "Portugal, é um país demasiado pequeno para ser repartido por regiões!" . E remata com este brilharete: "se houvesse eficiência governamental, resolveria a situação!".
Esta última frase então, é de bradar aos céus! É, exactamente igual, àquela muito reflexa e muito antiga que diz: "se a minha avó não tivesse morrido ainda era viva!" . Mas o que irá fazer um homem com estas declarações a um debate sobre a Regionalização? Confundir? Não, não é credível que com palha desta qualidade consiga confundir o maior dos asnos!
Mas há uma frase, por sinal muito utilitária, que enquanto cidadão lúcido não admito ao Sr. Ludgero Marques nem a qualquer político que profira em meu nome, que é esta: "Nós temos todos culpa por esta situação!" , porque eu não pertenço a essa família.
Estas pessoas, lançam este tipo de atoardas e uma vez que "cola" e ninguém lhes diz para terem tento na língua, usam-nas a torto e a direito e depois é: vira o disco e toca o mesmo e convencem-se que dá para tudo...
Em tese, até podíamos concordar com estas redundâncias caso fossem sustentadas no tempo e no espaço certos, por exemplos de governabilidade antecedentes apreciáveis. Mas, agora sr. Ludgero? Está a pedir aos portugueses para continuarem a dar o benefício da dúvida a métodos de governação arcaicos, ineficientes e alienadamente centralistas e perigosamente fracturantes? Durante mais quantos anos, já agora?
Será assim que o senhor engenheiro defende a coesão nacional? Ainda não terá percebido que a melhor semente para gerar injustiças e conflitos anti-nacionalistas é a concentração do poder num único pólo como está a acontecer em Lisboa? O senhor ainda não entendeu, engenheiro, que o país está mais dividido que nunca, mas da pior maneira? E não acha também que tem responsabilidades nisso?
Se não gosta da Regionalização, não coma. Mas faça o favor de não entrar nesse jogo sujo de assustar os portugueses e de se constituir em mais um empecilho para o progresso do país. Já chega.
Eficiência governamental?
ResponderEliminarEsse argumento é hilário. A eficiência conquista-se com a descentralização administrativa.
As questões locais resolvem-se à escala local e não num gabinete a centenas de quilómetros de distância ocupado por alguém que não possui quaisquer competências, aptidões ou legitimidade para se pronunciar sobre assuntos que apenas dizem respeito à região de onde provêm.
Outro espantalho agitado nestes debates pelos centralistas do costume é o do separatismo.
Eu que faço a minha vida entre o Norte e os Açores sinto-me verdadeiramente separatista precisamente quando chego ao Porto.
Aí é que me sinto colonizado, inferiorizado e infantilizado por Lisboa, que insiste em nos negar um Direito que está consagrado na Constituição há mais de 30 anos.
Mas, meu caro Sérgio
ResponderEliminaro problemas é que "descentralização" é a arma de arremesso daqueles que querem deixar tudo na mesma. Como não são regionalistas mas querem dar-se ares de democratas, acenam-nos com a descentralização. Ora, se isso fosse sério, já tinham descentralizado há muitos anos e a questão é que Portugal cada vez está mais centralizado.
Cumprimentos
Correcto! Eu usei o termo descentralização como sinónimo de regionalização. É a única forma legítima e democrática de se proceder a essa reforma eternamente adiada.
ResponderEliminarA descentralização "tentacular", com a cabeça do polvo assente em Lisboa, sugerida por muitos "descentralizadores" do Terreiro do Paço remete-nos para os idos tempos do Estado Novo em que os executivos autárquicos eram nomeados pelo Governo da Républica.
E o mais grave é que nem este sucedâneo manhoso e homeopático da verdadeira reforma descentralizadora: A criação das Regiões Administrativas, foi posto em prática por todos estes cobardes e hipócritas membros do Politburo do PCUS: Partido do Centrão da União de S.Bento.
Se alguém com o nível do Eng.Ludgero Marques é contra a regionalização com argumentos tão pífios como esses, imagine-se a imensa quantidade de pessoas de níveis intelectuais mais baixos que podem pensar que se trata de argumentos válidos.
ResponderEliminarÉ por isso que continuo a considerar que, antes de avançar com novo referendo, há um enorme trabalho de consciencialização a fazer, sob pena de eventual vitória do NÃO, que poderia ser fatal para a causa da regionalização.
Caro Sérgio Costa,
ResponderEliminarSe quiser participar mais regularmente diga, para poder aceder a este blog. Terei muito gosto.
Nunca somos demais
Cumprimentos