11 novembro, 2007

"Fogos de Outono"

Este, não é um assunto da cidade do Porto, é mais grave e extenso e de âmbito nacional.
Segundo rezam as crónicas, nos primeiros 10 dias de Novembro, o país foi fustigado com cerca de 2400 icêndios! Disse bem, 2400 incêndios, isto é, uma média de 240 incêndios por dia! É Obra!
Não dá para acreditar, mesmo considerando o Outono atípico deste ano, com temperaturas invulgarmente elevadas para a estação. É que, assim mesmo, essas temperaturas, nunca chegaram sequer a atingir valores excessivos, tendo-se mantido numa média moderada dos vinte e muitos graus.
Por altura do fim do Verão, lembro-me de ter pensado quão gratos deviam estar os nossos governantes pela irmã natureza os ter poupado do flagêlo de verões anteriores mais agressivos em termos de calor e, consequentemente, os ajudar a apresentar um balanço positivo do controle aos fogos deste ano e a puxar indevidamente dos galões por tais "méritos". Azar! A Natureza, não vai em cantigas, é muito mais poderosa que o homem, e ironicamente (ou não) vinga-se quando ele abusa da sorte.
Mais graves, provocadoras até, foram as declarações do Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, quando, ao mesmo tempo que os fogos aumentavam em número e intensidade, afirmava (em reportagem televisiva) com a maior serenidade do mundo o controle absoluto da situação bem como a adequação de meios para os combater.
A questão que se deve colocar, é a seguinte: se o controle e os meios existem, como pode um homem com a responsabilidade de um Ministro - excluindo o recurso ao embuste - justificar a ocorrência de 2.400 incêndios em apenas dez dias?
Achará uma pessoa com estas catacterísticas que o cidadão comum se sentirá motivado nas próximas eleições a dar-lhe o seu voto ou sequer a deslocar-se às urnas para ir votar?
Terão, porventura "lata" para se queixarem da abstenção dos eleitores? Já sei a resposta, é:
têm, sim senhor, para isso e muito mais. Mas custa aceitar realidades desta natureza, com tanto encómio gasto neste modelo de democracia.
PS-Estes dados, foram obtidos via TVI em 10-11-2007. Caso estejam viciados, caberá ao Estado repôr a verdade e tomar as medidas necessárias para o evitar.

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