Confesso não entender porque razão é preciso pedir autorização ao Instituto da Água(INAG) em Lisboa ( claro!) para antecipar a data do início da época balnear. E muito menos entendo os condicionalismos que o senhor presidente do INAG exprime para que essa antecipação seja autorizada. Uma das condições é que a antecipação se faça sem interrupções. "Não podemos estar a abrir e fechar praias de acordo com as conveniências comerciais ou com o estado do tempo". Realmente isso deve dar muito trabalho, implicando com o merecido descanso ao longo do dia dos zelosos burocratas que se ocupam dessa importantíssima missão.
O senhor presidente diz também que tem de haver uma dimensão geográfica "coerente e expressiva", seja o que for que "expressiva" signifique. Dá ideia que o que o INAG pretende é dificultar as licenças excepcionais para que não andem a incomodá-los.
Para mim, trata-se da burocracia inútil em todo o seu explendor. Eu, decerto porque sou um espirito símples, até mesmo simplório, desconhecedor das subtilezas da alta governação, vejo esta questão de outro modo. Acho que esta autorização deveria ser uma inerência das câmaras municipais, subentendendo-se que teriam de ser satisfeitos os condicionalismos vários, sobretudo de segurança, que estão estabelecidos em regras com validade nacional. Se todas as regras aplicáveis forem respeitadas, porque raio os concessionário de qualquer praia do Minho ao Algarve, há de ter que pedir uma autorização ao senhor presidente do INAG, e não ao presidente do seu município?
Na verdade esta incongruência até nem me espanta. A partir do momento em que ouvi o Dr.Paulo Mendo declarar publicamente num programa televisivo que uma vez, era ele Ministro da Saúde, tinha sido obrigado a assinar uma autorização de compra de um par de botas de borracha para um porteiro de hospital, já nada me surpreende. Sinto-me vacinado contra todas as barbaridades deste centralismo em que ditosamente vivemos.
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