15 julho, 2008

Esta batalha está ganha. Agora, há outras para ganhar!

Tenho para mim, que a melhor maneira de lidar com a cobardia e o oportunismo, é a distância. Mas, sempre uma distância suficientemente longa para nos sentirmos seguros e despoluídos, ou, seja, de preferência e se possível, o melhor é mesmo não lidar com ela.

A cidade do Porto, e muitas das suas instituições, continuam a ser o alvo predilecto dessa escumalha, sendo o Futebol Clube de Porto e o seu Presidente, os mais apetecidos, pelas razões mais mesquinhas de que o ser humano é capaz de revelar: a cobiça!

Pois, como todos já devem saber, o F.C.do Porto acaba de vencer - como sempre acreditei - mais uma batalha contra dois "inimigos" desportivos bem identificados: O Benfica, e o neo-oportunista, Vitória de Guimarães. Mas, a batalha que o Futebol Clube do Porto acaba de vencer, legitimamente, não foi só contra estes dois clubes nem só contra os golpistas da FPF e da Liga P.F., foi contra o Centralismo e tudo o que ele representa de mais injusto e monopolizador. É por estas e por outras razões, que nós portistas, amámos o nosso clube e admiramos Pinto da Costa. Por serem vencedores e conseguirem preservar alguma prosperidade económico-desportiva sem recorrerem às negociatas obscuras e fraudulentas dos que o atacam.

Uma das garras mais poderosas e influentes do Centralismo é, precisamente, a Comunicação Social, com as televisões à cabeça da liderança. Não escapa uma, sendo a mais desonesta de todas as desonestas, a RTP, que usa os seus funcionários públicos - pagos, também com os impostos dos portuenses -como pontas de lança da perfídia benfico-centralista. Mais do que desmascarar aquilo que os media ao serviço do sistema (isto sim, é que é o sistema) omitem e até branqueiam, falta-nos descobrir a fórmula ideal para lhes tirar o tapete.

É isso que gostaria de deixar à consideração dos portuenses e à imensa mole de eleitores portistas para, uma vez vencida esta batalha "desportiva", pensarem bem num processo que possa afectar economica e profissionalmente estes proxenetas.

Se existir uma grande determinação e não nos deixarmos "arrefecer" com esta recente boa nova pelo FCP ter mantido o seu direito legal de participar na Champions, podemos atingir outro tipo de vitórias quiçá mais proveitosas e abrangentes para a nossa cidade. Temos de nos lembrar que o Sr. Pinto da Costa, apesar da sua mais valia enquanto dirigente desportivo não pode resolver todos os outros problemas que nos afligem. Há as questões sociais e políticas para resolver e, uma vez que politicamente não possuímos um representante à altura, temos de obrigar o Govêrno a respeitar-nos. Mas para isso, só há uma solução: procurar, dentro da legalidade democrática, usar o nosso poder para incomodar o poder do Estado.

A história que vos vou contar a seguir como exemplo, pode parecer ridícula e despropositada, mas só o é, se não tivermos força de vontade para a concretizarmos em coisas mais importantes para a nossa cidade e região.

Fui fumador cerca de 40 anos. Fumava cerca de um maço de tabaco por dia. A partir de uma certa altura prometi a mim mesmo que havia de deixar de fumar, mas arranjava sempre um pretexto para continuar. Aquela conversa que todos já ouvimos, que, enfim, é melhor começar gradualmente, etc., dava-me jeito, porque com isso fui protelando a decisão. Hoje, era porque, depois do almoço seria um desperdício abandonar, amanhã era porque depois do café seria um crime, a verdade é que, essa, foi a melhor maneira de voltar à estaca zero e recomeçar a fumar.

Um belo dia, tinha ainda uns seis cigarros nos maço, quando me preparava para puxar de mais um, hesitei um pouco, olhei para o maço e pensei para comigo: não me vais vencer, sou eu o dono da minha vontade. Já lá vão tantos anos, que não sei se foram textualmente essas as minhas palavras, mas para o caso é irrelevante, o que foi importante naquele momento foi a decisão que se lhes seguiu. Peguei no maço, com os seis cirragos, amarfanhei-o todo e até hoje nunca mais comprei um maço de cirragos.

Não queria maçar com esta história pessoal, mas apenas chamar a atenção para quem abdica de fazer algumas coisas por pensar imediatamente que são impossíveis.

Deixo no ar, muito laconicamente uma outra história mais próximo daquilo que podíamos fazer.

Fui, desde a fundação e durante longos anos um fiel leitor do Jornal O JOGO . Não fui capaz, uma única vez, de desperdiçar o meu dinheiro para ler A Bola ou o Record. Quando, nas bancas, O JOGO esgotava, ou comprava o JN, ou o Público, ou simplesmente não lia o jornal nesse dia. Entretanto, como sabem, pouco a pouco, o jornal O JOGO foi-se descaracterizando e rendendo aos interesses centralistas. Resultado: já lá vão dois ou três anos que O JOGO não faz dinheiro comigo...
Qualquer dia, faço o mesmo com o JN, já faltou mais...

Agora, imaginem que os portistas, esses que não vergam, que gostam de afirmar a diferença em relação aos adeptos de outros clubes, conseguiam fazer o mesmo. Serão capazes de apostar que essa acção concertada não teria reflexos na venda dos jornais locais?

Aqui fica o repto.

9 comentários:

  1. No meio disto tudo, uma derrota em toda a linha do clube dos abutres e um porto que só sai disto reforçado, pois o que não nos mata deixa-nos mais fortes. Embora espera-se isto do Benfica, a atitude do Guimarães enojou-me ainda mais, não só por se portarem como ratos a reboque dos abutres, mas também por serem do norte e humilharem-se desta forma perante tudo e todos. O tempo o dirá, mas o Guimarães arranjou um grande inimigo aqui a norte e ainda se vai arrepender (o Braga era parte interessada e manteve a dignidade).

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  2. Suponho que eles nem devem ter ideia da figura desprezível que fizeram. Aqui, já não se trata de clubite aguda, é uma questão de se ter ou não a mínima ideia do que é a rectidão de processos. O que estes dois clubes fizerem, nada mais foi do que passarem a si próprios um atestado de canalhice perante a opinião público, incluindo, perante os seus próprios adeptos.

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  3. "... até agora temos assistido a uma justiça de "faz de conta". Agora o caso vai ser analizado por gente séria, competente e isenta".

    Pinto da Costa disse na Sic. Já se esqueceram estes patuscos "comentadores"...

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  4. Rui parabéns, assino totalmente por baixo.Mas lembre-se que houve alguns portistas que ainda hesitaram, não deram a cara, criticaram, dando trunfos aos inimigos e esses não têm peito para as lutas que o Rui fala.
    Um abraço

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  5. Resta-nos agora preparar bem a equipa para conseguirmos mais um campeonato e ir o mais longe possivel na Champions.

    E já agora agradeço que o guimarães não se qualifique para a mesma liga chanpions e que os vermelhos sejam eliminados da uefa.

    Era ouro sobre azul.

    Desculpem lá mas eu sou portuense, não sou "português".

    Agora parece-me que a contratação de um ponta lança (que penso ser Micolli) está dependente da venda do Quaresma.

    Grande Jogatana. Mais uma derrota para os abutres.

    Abraço

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  6. Não se esqueçam do que vos pedi: sugestões para colocarmos o Govêrno em sentido. As autárquicas estão à porta, é uma boa altura para o pressionarmos.
    A nossa "guerra" terá de ser dirigida à comunicação social, à televisão, muito em especial.

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  7. Meu caro Rui Valente, estou de acordo com aquilo que está subjacente ao seu post: continuemos a guerra anti-centralista, pois ganhar uma batalha não é ganhar a guerra. Sugestões sobre o que fazer a seguir? É difícil. Nós, os que lutamos por um ideal através da blogosfera, somos poucos e não acredito que tenhamos audiência significativa. E depois, temos tudo contra nós. Assim, ao correr da pena, cito alguns obstáculos que teremos de vencer.
    - Os esforços dos vários blogues são isolados.
    - Não me parece que o povo nortenho sinta uma identidade que o leve a pensar e a reagir como um todo.
    - Não temos tradição cultural (nem genética, se calhar) que nos leve a facilmente abraçar causas cívicas, o que significaria abandonar o tradicional individualismo nortenho.
    - Não temos um lider.
    - Não podemos contar com os políticos locais, que já deram sinais mais que suficientes para mostrar que estão basicamente interessados nas suas benesses e mordomias.
    - Temos pouca imprensa a nosso favor. Já agora deixe-me dizer-lhe que acho que O JOGO, não é tão mau como diz. Basta comparar as suas primeiras páginas com as dos seus dois rivais lisboetas.

    Dito tudo isto, se o meu caro Rui Valente pensa que vou desistir, está enganado. Se um dia quisesse desistir, simplesmente deixaria de escrever. Nada mais longe do meu pensamento. Podem contar comigo, mas continuarei a procurar ser o mais realista possível, o que espero não venha nunca a limitar o meu entusiasmo.

    Um grande abraço.

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  8. Caro Rui Valente.

    Continuamos com a velha questão:

    Arranjamos um lider carismático capaz de impulsionar toda uma região, se possivel criando um partido "regional" para melhor defendermos as regiões ?

    Nas autárquicas apoiamos Elisa Ferreira contra o sr.rio ? Ou criamos um movimento abstencionista
    e delineamos uma estratégia para não votar?

    Criar um movimento de pressão contra os media? Todas estas questões irão "bulir" com o resto do país.

    Apoiamo-nos no recém-eleito do psd-algarve que é altamente favorável à regionalização. Talvez não fosse má ideia contactá-lo e pedir e sugerir ideias que as deve ter.

    Há um manancial de coisas a fazer mas é preciso mais gente do nosso lado, porque quando se fala nestas questões não vejo muitas pessoas a dar ideias e argumentações.

    Um Abraço

    Renato Oliveira

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  9. Caro Rui Valente.

    Existe um movimento denominado "Regiões, Sim".

    Contactei o deputado algarvio Dr.Mendes Bota, que ficou de me enviar um Boletim do mesmo movimento.

    Depois dou conhecimento do mesmo.

    Abraço

    Renato Oliveira

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