17 julho, 2008

O que podemos fazer, afinal?

Como disse o nosso amigo Rui Farinas no post anterior, a memória do povo é curta, e, é por ser curta que comete várias vezes os mesmos erros. Erros esses, que acaba sempre por ter de pagar do próprio bolso e frequentemente, também com a própria saúde.
Há entre nós - pelo menos, entre os comentadores do Renovar o Porto -, um ponto importantíssimo de convergência, que é, basicamente, o de nos sentirmos profundamente ofendidos e chocados com o desrespeito e a desigualdade de tratamento com que o poder central nos tem "brindado".
Lancei, aqui há dias, um repto aos frequentadores deste espaço de cidadania, procurando estimular-lhes a imaginação no sentido de concertarem um qualquer plano (dentro da legalidade, enfim) que pudesse contribuir de algum modo para chamar a atenção para a nossa realidade e exigirmos mais respeito. Respeito, sim, porque é disso que se trata! Mas sei quanto é complicado encontrar a solução para o impôr.
Dei o exemplo avulso do jornal O JOGO (que deixei de ler), porque me apercebi que pouco a pouco e, apesar de ser o mais rigoroso dos jornais desportivos, não resistiu à tentação de "agradar" ao centralismo.
Se repararem bem, as estações de TV, fazem todas as manhãs uma revista de imprensa onde destacam as notícias de primeira página de todos os jornais, incluindo os desportivos. Ora, como é sabido, tanto A Bola como o Record, apesar do seu cunho arbitrário e sensacionalista, não se preocupam em criar edições para o norte, centro ou sul, consoante a tipologia clubística da região e, mesmo assim, vendem. Mas o problema não está só aí. A questão não dispicienda é que, quando as Tvs fazem a revista de imprensa diária, não há um único jornal que traga estampada e em destaque na capa o Futebol Clube do Porto! Isso é, muito raro, e quando o fazem é quase sempre pelas piores razões. Praticamente o FCP, para os media, é como se não existisse. Mas existe, e, mais por mérito que por acaso, é MELHOR que os seus rivais. Contudo, e como Campeão Nacional, é-lhe estrategica e deliberadamente negada a publicidade que por direito próprio conquistou, para ser atribuída a quem não teve pernas nem talento para a merecer. Até o jornal O JOGO ajuda à "festa", com as subservientes edições Sul!!!
Pensem como quiserem, mas isto para mim, é uma ofensa pública (e, consentida) que todos os dias é feita não só ao clube, como à cidade, mas principalmente à coisa mais importante que ela tem: aos portuenses.
Os jornais vivem dos leitores, mas ainda não foi provado que o dinheiro dos leitores do Norte não represente uma fatia significativa das vendas dos jornais, sobretudo de um jornal como O JOGO que cresceu a partir do Porto e com leitores do Porto! A ganância cega, e, como tal, para vender mais papel o Grupo da Controlinveste, de Joaquim Oliveira, atraiçoou quem o ajudou a crescer. Se a isto, juntarmos o facto deste Grupo incluir o JN, DN, 24 Horas, a revista Ocasião, a rádio TSF, ficamos a perceber melhor a atracção centralista do JN e de O JOGO...
Escrevi vezes sem conta sobre a importância dos media independentes no equilíbrio socio-económico das regiões. Lamentei (e lamento) que empresários regionais de sucesso, como Américo Amorim e Belmiro de Azevedo, nunca tivessem revelado entusiasmo para se lançarem nessa área de negócio, porque se o tivessem feito com a devida excelência e autonomia, hoje o Porto respiraria outra saúde e outro poder. É impossível que o Porto consiga alguma vez concorrer taco a taco com a capital sem esta ajuda preciosa. Alguns líricos, mesmo com os "exemplos" que estão bem à vista, de conspirações sucessivas, de orgãos de justiça amotinados, de desrespeito pelos Tribunais Internacionais, etc., ainda nos querem convencer da dispensabilidade desta preciosa ferramenta. Só podem ser masoquistas ou agentes "secretos" ao serviço da Central Lisboeta.
Não me convidem para me alistar em qualquer dos partidos políticos existentes. Creio que já manifestei com clareza a minha opinião àcerca disso. Não só desconfio deles, como me confrange a impossibilidade democrática para os punir como mereciam. Para mudar de opinião, só dependerá deles. Terão de me provar com acções coerentes e contínuas que estou enganado e então, alterarei a minha postura. Até lá, para mim os políticos não servem para nada, a não ser para se servirem.
O que me for possível fazer farei, mas não estou virado para aventuras político-partidárias quixotescas, inconsequentes e ingénuas. Para além do capital humano necessário para criar um partido, é preciso muito capital financeiro e isso, meus amigos, não tenho. Continuo aberto a ideias. Costuma dizer-se que a necessidade aguça o engenho, pois então, apresentem propostas, de preferência viáveis.
Porque coragem, penso que temos que chegue.

7 comentários:

  1. Li o mail do f.c.portolimpatudo ao Procurador: num país que não este pobre Portugal...rolariam cabeças e muitas, aqui não se passa nada.
    Uma testemunha principal de um processo - Apito Dourado - é apanhada a mentir descaradamente, pelo menos duas vezes -Câmaras que disse que existiam na Alfândega e não havia câmaras nenhumas e sobre a conversa com o P.Costa que o Juíz verificou não existir- como pode ser considerada credível?
    E a procuradora que leva esta senhora a sério não lhe acontece nada?
    Isto fede!
    Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Quando o J. Oliveira, era empregado do Antonio, na Boite na R. de santa catarina, ele nessa altura conhecia toda a gente agora, e um senhor??? de Penafiel, enfim.

    ResponderEliminar
  3. Caro Rui

    Tive a oportunidade de ter lançado algumas ideias que do meu ponto de vista eram e são viáveis.

    1 - Partido politico de cariz "regional" que melhor defenderá a regionalização.

    2 - Criar um movimento de pressão junto das entidades que rodeiam as questões descentralizadoras.

    3 - Criar um grupo de pressão contra as próximas eleições, fazendo aquilo que for necessário para demonstrar aos politicos que existe esta região que se encontra em profunda estagnação.

    4 - Existe actualmente um movimento denominado "Regiões, Sim" liderado pelo algarvio Dr.Mendes Bota que ficou de me enviar um Boletim do mesmo movimento e até solicitando para se criar este movimento cá no Porto, já que a sede é em Coimbra e existe outra em Faro.

    Por aqui vemos que fora da cidade do Porto há quem se organize para a criação da regionalização.

    Abraço

    Renato Oliveira

    ResponderEliminar
  4. Amigo Renato,

    Creio já ter dado a minha opinião neste post sobre aquilo que penso da criação de um partido político, mas estarei disponível para colaborar no que me for possível.

    Acredito mais de numa acção cívica com efeitos práticos mais rápidos.Falta é descobrir como.

    A esta hora, por exemplo, está um criminoso a dar uma entrevista na RTP1,e a ser tratado como uma grande e respeitável personalidade.

    Antes de o vêr a ele na cadeia, seria obrigatório levantar um processo por cumplicidade implícita e explícita com o Benfica, à Administração da RTP e corrê-la de lá a ponta-pé para o olho da rua com alguns dos seus lacaios e funcionários.

    A "portista" Judite de Sousa seria uma delas.

    Desculpem-me usar de uma linguagem de tão severa, mas neste momento, era mesmo o que me apetecia fazer.

    PS-Espero que acreditem que estou com este espírito e nem sequer me dei à maçada de ouvir a entrevista.
    É por demais previsível e (como diz o Dragão Vila Pouca) fedorenta!

    ResponderEliminar
  5. Amigo Rui

    Eu nem sequer perco tempo a ouvir determinados criminosos, que nós bem conhecemos.

    E para lhe ser franco lhe reafirmo que a minha vontade é sair deste país, o que já não falta muito.

    Abraço

    Renato Oliveira

    ResponderEliminar
  6. A entrevista "encomendada" e gerida pela judite "mãozinhas" de Sintra ao rosinha "papagaio-mor", que não assume culpa pelos maus resultados das "gayvotas", foi na parte que ainda apanhei desoladora.

    Autêntico frete (encomendado?) daquela "jornalista" em fase de decadência... tinha orelhas por onde pegar, mas calava-se ou deixava orientar a "conversa" do apagado entrevistado(r)!!!

    Por exemplo, quando o tipo atirava acusações para todos e para quaisquer direcções, era giro ela ter perguntado, «mas a quem se refere, nomeadamente quem é que assaltou ou acha que mandou assaltar duas vezes a sua casa, não para roubar, mas para o fazer calar, como diz?»

    Perguntou? Está bem, não se lembrou...

    E pago eu para a televisão pública me insultar?... Só num Estado cada vez mais pária, qual República das Bananas, onde o centralismo asfixia e tolhe a liberdade criativa.

    Mas a mudança há-de chegar. Porém ela não se faz sozinha e tão pouco só com boas naneiras...

    ResponderEliminar
  7. Fiz questão de não ouvir a entrevista dessa triste personagem.Só quero dizer que nos paises normais,os vencedores são ouvidos e elogiados e os vencidos,quando muito,são lamentados.Mas está mais que provado que não somos um país normal,e então aqui dá-se antena aos incapazes e ostraciza-se os vencedores.
    Gande frete ao benfica que funcionou na base da ligação indirecta LFV/Judite.É que já não há vergonha naquela cidade,é tudo feito à descarada.

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...