Muitas vezes a memória dos Homens é curta, mas há acontecimentos e situações em que o esquecimento não deve ser consentido. Por isso relembro aqui algumas afirmações de Luis Paixão Martins, patrão da empresa de comunicação LPM e que, por pressões externas, foi obrigado a rescindir, no ano passado, o contrato que tinha com FCP para prestação de serviços de acessoria mediática. Constam de uma carta que na altura foi enviada ao FCP, solicitando a rescisão do contrato porque, segundo afirmavam, a sua continuação podia colocar em risco os postos de trabalho dos seus 70 funcionários.
A LPM alegava que "tem sofrido nas últimas semanas uma lamentável sucessão de pressões ilegítimas". Dizia mais que " queremos deixar claro que nunca, nos 20 anos de actividade da LPM, algo de semelhante tinha ocorrido". E ainda que " existe uma anormal coligação de interesses para impedir a expressão pública do FCP, mesmo quando se trata de situações que poderíamos descrever como de legítima defesa". No meio de muitas mais afirmações acusatórias, dizia ainda que "foram sendo utilizados sobre a nossa empresa meios, públicos e privados, que revelam sobremaneira o desespero dessas entidades e a falta de considerção pelos princípios éticos que deviam respeitar", denunciando ainda "uma lamentável falta de seriedade de entidades que deveriam dar o exemplo ao país".
Nada disto é novo mas não pode nem deve cair no esquecimento, até porque ninguém de boa fé terá dúvidas que estavam em jogo métodos de natureza mafiosa que, por ilegais, deveriam ser reprimidos e castigados pela Justiça. Os mesmos métodos que continuam a ser usados actualmente.
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A este proposito li que o Rui Moreira tentou comprar o Público, mas o Belmiro não vendeu.
ResponderEliminarNão há dúvidas que nós portuenses e portistas, não temos praticamente voz. Era boa certamente, a intenção do Rui Moreira, mas o Belmiro, mesmo aquilo sendo um sorvedouro de dinheiro, não quis vender.
Porque será?
Um abraço
Rui
ResponderEliminarA este propósito e não só, enviei o tal segundo e-mail à qual faço referência em poste anterior.
Com sua autorização aqui vai:
"Exmº. Sr. Procurador Geral da Republica
A queixa apresentada que encaminho, respondeu-me V.Exª., através da chefe de gabinete Dnª. ..........(em anexo), dando-me conta de que a matéria exposta estaria a ser investigada. Congratulei-me com o facto, pois entendo que uma democracia representativa, deverá ter uma justiça acima de qualquer suspeita e independente de tudo e de todos.
O que me fez voltar a escrever a V.Exª. é o facto de andar preocupado com o teor de algumas noticias publicadas em alguns jornais, produzidas por alguns jornalistas, que a serem verdade, a justiça Portuguesa estará no limiar do descrédito total. Passo a enumerar as noticias publicadas:
1 – Textos de Antonio Tavares Teles no Jogo:
a)"Há dias, O PATO recebeu um e-mail de uma senhora que - é ela quem começa por dizê-lo - "não se pode expor com receio de represálias internas", uma vez que é "pessoa ligada às investigações do processo Apito Dourado, cujas intenções iniciais" - acrescenta - "eram as melhores", rematando contudo: "Estou profundamente desiludida".
E avança porquê: porque, segundo ela, essas investigações "foram completamente direccionadas" - indica por quem - "escolhidos alvos previamente definidos e cometidas uma série de ilegalidades e notórios erros processuais, que necessariamente vão matar o processo, em que muitos trabalharam de boa fé". Levantando em seguida muitas questões que enumera, e que, segundo ela, foram deixadas de lado; para adiantar um conjunto de "elementos para uma investigação que deveria ter sido feita e não ocorreu, mas que está muito a tempo de se fazer", embora "ninguém tenha mostrado interesse em investigá-las".
Por exemplo:
- Investigue-se a realização de reuniões secretas em Lisboa, e outras no Bar Privado, também em Lisboa (...), testemunhadas por muitos funcionários deste local;
- Investigue-se quanto pagou quem alojou Carolina Salgado para esta dizer o que disse, e quem na PJ deu suporte a essa estratégia;
- Investigue-se, agora que se fala tanto da Bragaparques, qual a ligação dessa empresa (a um determinado clube e ao seu presidente e às sociedades de um outro presidente de clube);
- Investigue-se a ligação (de um árbitro a uma determinada Câmara Municipal) e as ligações do presidente dessa Câmara ao presidente do clube da terra a uma grande empresa, etc., etc., etc. Tudo isso, continuando na EPUL, no caso-João Pinto, na transferência do jogador Marcel para o Benfica, mas (também) ligações de um presidente de um clube com a PJ de Lisboa, e por aí fora."
b) 1. Em duas páginas a que, muito por certo para se defender em termos jurídicos, chamou de "Humor", e sem qualquer assinatura de autor, o "Record" decidiu voltar a publicar – já é o terceiro a fazê-lo, depois de Alberto Miguéns no jornal "Benfica" e de Leonor Pinhão na sua coluna d' "A Bola" – o excerto de uma conversa que, num âmbito perfeitamente jornalístico, mantive com Pinto da Costa – que me deu para O PATO uma notícia sobre Deco – alargando esse seu frenesim à publicação de uma outra conversa entre o mesmo Pinto da Costa e Antero Henrique, chefe do Departamento de Futebol do FC Porto.
2. É certo que quem escreveu esse "humor" teve o cuidado de se prevenir de uma outra forma, adiantando: "Tecnicamente, há duas hipóteses – a) o primeiro interlocutor (Pinto da Costa) oferece uma cacha jornalística ao segundo (eu); b) propõe-lhe uma manobra de chantagem envolvendo o jogador Deco, que seria o último a saber". O que mostra bem a raça de quem escreveu tal peça…
3. Só que há uma coisa: eu não sou nem arguido nem testemunha no processo Apito Dourado e já estou farto de, há falta de outros argumentos contra mim, ver publicadas estas escutas. Pelo que incumbi o meu advogado de, para além do processo a João Manha (que já aqui anunciei na semana passada) processar igualmente o "Record". E não com o euro simbólico que pedi a Luís Filipe Vieira (noutro processo em curso) e que vou pedir a João Manha: com uma indemnização a sério que – caso ganhe esse processo, como espero – irá para uma instituição de caridade, de resto já definida. Assim como irei ver o que pode fazer-se relativamente a estas fugas de informação que violam não só a minha privacidade como o próprio exercício da minha profissão, uma grande parte da qual é a busca de notícias, ou "cachas", como diz o "Record". Pelo que se puder ser bom a quem permite ou favorece tais fugas, contem comigo.
4. Embora o meu ponto fundamental não seja que publiquem coisas destas, ou que o presidente do Benfica se tenha permitido dizer o que disse a meu respeito. É – isso sim – garantir-lhes que não podem botar pela boca (ou pela caneta) fora todas as aleivosias que lhes vêm à cabeça, ou que (em pura campanha) acham interessante para eles (ou para outros) publicar. Porque – podem estar cientes disso – daqui ninguém leva nada sem pagar em seguida. Mesmo que a Justiça os absolva. Só que esse é um problema da Justiça, não meu.
De borla, é que não: banco dos réus, pois claro.
5. Com duas notas a acrescentar. Uma: se um qualquer juiz entender que aquilo que estes fulanos disseram e insinuaram a meu respeito não merece condenação, sentir-me-ei livre (e escudado na lei) para dizer e insinuar a respeito deles o que aqueles que vou levar a tribunal disseram e insinuaram sobre mim. Isso é certo e seguro. A outra: que, uma vez que se demonstra que tudo isto parte de gente do Benfica – Luís Filipe Vieira, João Manha, Leonor Pinhão – com o "Record" a servir de caixa anónima de ressonância, terei de dizer-lhes o seguinte: vejam lá se de vez em quando ganham um campeonatozinho, que isso passa-vos…
Por mais que, em tal matéria, eu não possa fazer nada, é claro.
6. Por outro lado: eu bem sei que Ana Salgado pôs em causa – sem na SIC o nomear, é verdade, mas isso porque a pessoa que a entrevistou não lhe pôs algumas perguntas que devia ter-lhe posto – um membro da equipa de Maria José Morgado, no que diz respeito à actuação de Carolina na tentativa de acusação a Pinto da Costa. Para além de que entendo que todo este episódio é efectivamente, de parte a parte, muito triste. Mas não dá para compreender a defesa que a referida juíza faz do seu "team", como se se tratasse de um grupo imune à prática da menor entorse aos "sagrados" princípios da instrução de um processo. Que diga que ela não quebrou qualquer regra, tudo bem: eu, por exemplo, até acredito nisso. Mas, e os outros? Como pode ela (Maria José Morgado) garantir que eles não quebraram regra nenhuma? E baseada em quê? No que eles lhe disseram, ou até escreveram? Porque achará ela que se eles tivessem violado regras lho iriam confessar oralmente ou por escrito? Será ingénua, a senhora? Não saberá ela, que tanto se empenha (e bem) contra a corrupção nas suas diversas formas, que essa corrupção atinge todas as corporações, se não por igual, pelo menos de forma aproximada? Olhe, eu vou perguntar-lhe o seguinte: não acredita que se Vieira, Manhã, Pinhão (via MP ou não) e "Record" tivessem contra mim outra coisa para além dessa escuta (que lhes foi fornecida do interior do corpo da Justiça) não a teriam já posto a circular?
7. Mais, porém (e é uma pergunta que aqui deixo): em que é que o depoimento de Carolina Salgado vale mais (ou menos) do que o de Ana Salgado? Mas outra pergunta ainda: por que não investigar a fundo o papel de Luís Filipe Vieira e de Leonor Pinhão em tudo isto?
PS.: Quem, ao que O PATO julga saber está da disposição de contar tudo o que sabe se for chamado a depôs é o ex-membro da CA da Liga, Júlio Mouco. Deverá ser muito instrutivo ouvi-lo…
c) O PATO SABE QUE...
Viajar não custa
Existe uma factura (2.1. 54219) da Agência Abreu endereçada ao Sport Lisboa e Benfica (serviço 228037, conta 1.010994) do dia 18 de Março de 1988, referente a "8 viagens a Luxemburgo e Bruxelas, c/estadia de 11 a 17/3/88 – 87.300 escudos x 8, de 698.400 escudos", para alguns jornalistas, entre eles João Manha. Factura essa de que O PATO tem cópia, é claro.
2 - Felícia Cabrita no JN:
Disse que "Carolina Salgado fala como uma criança irresponsável". Como fala Ana Salgado?
Quando ouço as várias horas gravadas em cassetes - disponíveis para a Justiça ouvir quando quiser - da longa entrevista que me foi dada por Carolina Salgado, onde ela assume a co-autoria das agressões a Ricardo Bexiga, e outros crimes iguais, mas com melhores resultados, sou bastante bondosa ao dizer que fala como uma criança irresponsável. Com Ana Salgado, nunca falei. Nisto, sou como os grandes assaltantes de bancos um bom profissional não assalta dependências; eu não faço gemadas.
3 – Textos de Jorge Maia no Jogo
a) Perguntas
Na entrevista que concedeu ao Correio da Manhã durante o último fim-de-semana, Leonor Pinhão admitiu ter sido contratada pela editora D. Quixote para trabalhar na edição do livro de Carolina Salgado, "Eu, Carolina". A dada altura da mesma entrevista, a jornalista e colunista admitiu que a versão final do livro não corresponde ao manuscrito original, sublinhando que tal é absolutamente normal. "Um livro não sai da editora tal como lá chega", refere. É óbvio que não. Todos os livros são editados. São feitas correcções, tiram-se umas coisas, sublinham-se outras, faz-se todo um trabalho de edição que também reflecte a personalidade do editor, neste caso da editora, uma conhecida benfiquista. Ainda assim, nada disso seria relevante se "Eu, Carolina" fosse tratado como uma vulgar obra de ficção, um romance ou uma novela. Acontece que ao livro de Carolina Salgado foi atribuído um valor documental que justificou, entre outras coisas, a nomeação por parte do Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, de uma equipa especial liderada por Maria José Morgado para conduzir as investigações do processo Apito Dourado. Aliás, foi com base no valor documental atribuído a "Eu, Carolina" e às revelações cirúrgicas que continha que a ex-companheira de Pinto da Costa foi ouvida pela procuradora e os processos ao presidente do FC Porto, entretanto arquivados, foram reabertos. Ora, tendo ao livro sido atribuído um valor documental, é obviamente relevante que a versão final e publicada não corresponda ao manuscrito original, mais ainda agora que se sabe quem foi responsável pela sua edição. Afinal, que elementos ficaram de fora, com que intenção foram retirados e até que ponto a sua ausência afecta a credibilidade e integridade do documento como um todo? E se isso não é relevante, se afinal o livro não é um documento, como se explica que tenha sido tratado como tal pela Procuradoria da República, e não como uma vulgar obra de ficção, sem qualquer valor jurídico?
b) Serei só eu ou estas OPAs sobre as acções da Benfica SAD cheiram a esturro ou ainda pior?
Primeiro, aparece Joe Berardo, cheio de boas intenções, disposto a ajudar o clube e a contribuir para a sua afirmação nacional e internacional, sendo naturalmente recebido de braços bem abertos por Luís Filipe Vieira. As acções disparam na Bolsa de Lisboa, são transaccionadas aos milhares e alguém faz uma pequena fortuna em mais-valias. E qual é a proposta de Berardo para ajudar os encarnados? Começa por insultar nada menos que Rui Costa para logo a seguir oferecer uma fracção do valor pelo qual as acções do clube encarnado foram colocadas no mercado cerca de dois meses antes. Para não haver dúvidas sobre as suas intenções, esclarece desde logo que os accionistas que cometam a insensatez de aceitarem a sua proposta vão perder muito dinheiro. Aliás, poucas horas depois do Benfica ter oficialmente considerado a OPA inoportuna, o próprio Joe Berardo aparece a dizer que compreende a posição do clube, assim como quem admite que realmente propôs um mau negócio, um negócio que não podia querer alguma vez concretizar. Entretanto, aparece um empresário a dizer que há um grupo de investidores chineses interessados em concorrer com a OPA de Berardo, dobrando a oferta daquele por acção. As acções disparam outra vez na Bolsa de Lisboa, são transaccionadas aos milhares e alguém faz outra fortuna, não tão pequena como isso, em mais-valias. No dia seguinte, o Benfica esclarece não ter conhecimento de nenhuma proposta de nenhum grupo chinês e o próprio empresário responsável pelo anúncio original explica que o interesse dos orientais, tão real na véspera, se teria dissipado, talvez por influência do anticiclone dos Açores.
Por outras palavras, alguém andou a brincar com a Bolsa de Lisboa e com as acções do Benfica, até ver, sem consequências, dando certamente um enorme contributo para a credibilidade do negócio futebol em Portugal enquanto toda a gente assobia para o lado.
Gostava de saber como seria se tivesse acontecido com a SAD do FC Porto.
Quantas procuradoras adjuntas é que um caso destes não mobilizaria?"
Eu sei que V.Exª., humanamente não tem hipótese de verificar tudo isto. Todavia as pessoas incumbidas dos processos, bem como os seus assessores, deveriam estar atentas e proceder em conformidade. Senão vejamos:
1 Então quando um reputado jornalista afirma que uma senhora, eventualmente ligada ao processo(apito dourado), escreve um email denunciando várias situações, não merece por parte de V.Exª. nenhuma atenção?
2 O mesmo jornalista, que por sinal foi também escutado, que denuncia como é possível as fugas de informação, incidirem só para um só lado, e ninguém consegue descobrir donde partem? E com que intenção?
3 Depois enumera várias perguntas que gostaria que V.Exª. as pudesse responder, pois a sua resposta estará muito da verdade de todo este processo.
4 Esta para mim, deixa-me intrigado. Então uma jornalista(Felicia Cabrita), que segundo parece, esteve na génese do processo Casa Pia, pois foi a que o denunciou, diz que tem horas de uma gravação de uma entrevista a Carolina Salgado, que está pronta a fornecer à justiça, e ninguém da procuradoria se interessou pelas gravações? Porquê? Será que eventualmente poria em causa a credibilidade da testemunha?
5 Então, já não sabemos que a jornalista e editora de livros Leonor Pinhão, viajou a soldo do S.L.Benfica(pergunto isto também não é crime?), e como questiona o jornalista Jorge Maia, o livro por ela modificado, não foi a base para V.Exª nomear uma procuradora especial, que posteriormente reabriu os processos ligados a Pinto da Costa? Se sim, como é que V.Exª., continua a dar guarida a tamanha cabala? Será o testemunho ressabiado(Carolina Salgado) suficiente, depois de se saber todo este cozinhado de depoimentos?
6 Não vi nem ouvi e Deus queira que esteja enganado, V.Exª. a abrir um inquérito a todo este processo da OPA ao Benfica, bem como a chamada de atenção dos advogados do BES, que afirmavam que as acções eram um logro. Se o não abriu, espero que V.Exª. abra um inquérito, pois se o não fizer será mais uma machadada na justiça Portuguesa. Ou então como o Jorge Maia escreve "Gostava de saber como seria se tivesse acontecido com a SAD do FC Porto. Quantas procuradoras adjuntas é que um caso destes não mobilizaria?"
Por fim e depois de ler uma carta, bem como vários posts colocados no blog(http://bloglpm.lpmcom.pt/) profissional do Sr. Luis Paixão Martins, sendo a sua profissão de conselho em comunicação e assessoria mediática, que vou colocar, aqui "A carta a que se refere o Expresso
Eis o teor integral da carta a que se refere o Expresso de hoje e que enviámos, em data recente, ao Futebol Clube do Porto:
Pela circunstância de estarmos ligados ao Futebol Clube do Porto por um contrato de prestação de serviços de Conselho em Comunicação e Assessoria Mediática temos sofrido, nas últimas semanas, uma lamentável sucessão de pressões ilegítimas.
Não é este o momento adequado para tornarmos público o conteúdo e a forma dessas pressões, mas queremos deixar claro que nunca, nos 20 anos de actividade da LPM, algo de semelhante tinha ocorrido.
Tememos que a continuação do contrato que nos liga ao FCP possa colocar em risco a normal actividade da LPM em prejuízo dos cerca de 70 colaboradores que empregamos e das cerca de 50 instituições que representamos.
Estas circunstâncias levam-nos a solicitar a rescisão amigável do contrato.
No momento em que o fazemos deixamos claro que nada de menos ético – muito menos ilegal - ocorreu no nosso relacionamento com a vossa instituição e que as pressões que têm sido exercidas sobre a LPM, essas sim, pressupõem uma lamentável falta de seriedade de entidades que deveriam dar o exemplo ao País.
A curta experiência de trabalho com o FCP confirmou, infelizmente, o que tínhamos identificado no diagnóstico inicial: existe uma anormal coligação de interesses que procura impedir a expressão pública da vossa instituição, mesmo quando se trata de situações que poderíamos descrever como de legítima defesa.
Nas últimas semanas, porque ocorreram episódios mediáticos (a maior parte sem qualquer intervenção nem do FCP nem da LPM) que mostram quão frágil é o guião construído por esses interesses, foram sendo utilizados sobre a nossa empresa meios, públicos e privados, que relevam sobremaneira o desespero dessas entidades e a falta de consideração pelos princípios éticos que deviam respeitar.
Neste contexto, estamos certos de que compreenderão melhor do que ninguém esta nossa decisão.
LPM, 25-08-2007
Distracções judiciárias
Na véspera do atentado da ETA com matrícula portuguesa, o porta-voz da Polícia Judiciária estava ocupado a fazer publicar no "Crime" uma entrevista em que se me refere. Não mereço tantas atenções.
Diz no essencial duas coisas. Em primeiro lugar, anuncia que SLB e FCP têm agências de comunicação. Ora, como é do domínio público, SLB recorre aos serviços de uma agência de comunicação há mais de 2 anos e só agora FCP decidiu proceder do mesmo modo. E só agora é que o porta-voz da PJ parece preocupado com o assunto.
Em segundo lugar, avisa que "não é por muito dizer mal do processo que ele é desacreditado, isto da parte do FCP", acrescentando: "O que constatamos é que se criou um caso nacional em redor do Apito Dourado e que essa discussão acalorada está a deixar marcas no processo".
Como dizia um amigo que me telefonou preocupado, o porta-voz da PJ esforça-se por me posicionar como uma espécie de Maria José Morgado ao contrário. A procuradora consegue fazer do nada um processo terrível. Eu conseguiria (na visão PJ) tornar em nada um processo terrível. Haja paciência.
LPM, 25-08-2007
Para memória futura
Uma das regras da minha vida é não dar importância às imbecilidades que se me atravessam no caminho. É por não perder tempo com essas matérias que consigo fazer tanta coisa e andar para a frente. Mas, por vezes, sou forçado a abrir uma ou outra excepção - não vá alguém pensar que existe algum pó de inteligência onde só se encontra imbecilidade.
A imbecilidade para aqui chamada começou no sábado passado no Correio da Manhã.
A propósito de um documento que fora apresentado na SIC sob a referência "Apito encarnado", fonte anónima da Polícia Judiciária anuncia que "as investigações desenvolvidas levaram já à identificação de uma agência de comunicação que é "suspeita" de ter participado, ou fornecido conteúdos para a redacção do referido documento".
No dia seguinte, no mesmo jornal, a fonte passou a ter direito a foto e declara o seguinte: "Existem clubes que contratam agências de comunicação para descredibilizar a investigação".
Na 2ª feira, no Record, um jornalista reformado que sempre se deu bem com todas as polícias acrescenta o pormenor de a agência de comunicação ter sido "recentemente contratada".
Ora, perante esta sucessão de imbecilidades, esclareço o seguinte:
1. Sim, a LPM tem um contrato – que se pode considerar recente – com o Futebol Clube do Porto (o que não é segredo, como se pode constatar na Carteira de Clientes da LPM aqui);
2. Não, a LPM não tem nada a ver com o documento em causa, nem seria eticamente aceitável que algum dos seus colaboradores produzisse ou contribuisse para produzir um documento que foi divulgado pelos media como sendo anónimo embora com o timbre da Polícia Judiciária (Código de Ética da Disciplina de Assessoria Mediática aqui);
3. A LPM não o fez porque tal violaria, como disse, os seus princípios éticos e nunca o faria porque, adicionalmente, nenhum dos seus clientes – nomeadamente o Futebol Clube do Porto – lhe solicitaria tal prática (os Valores da LPM aqui).
Há pessoas que, em função da sua actividade profissional, passam a vida a conviver com marginais. Talvez por isso acabem por julgar todos os outros, mesmo os que nada têm a ver com esses ambientes, à luz dos critérios com que avaliam os marginais. E isso, como é bom de ver, não contribui para o discernimento, o rigor da análise e a prudência de quem vem para os media falar em nome de uma instituição tão importante como a Polícia Judiciária.
Porque será que, de repente, há jornalistas que julgam que passaram a saber o que eu digo ao telefone?
LPM, 21-08-2007"
que me deixou boquiaberto e estarrecido com o teor de semelhante situação, espero que V.Exª. tome medidas firmes para o combate a toda esta criminalidade.
Despeço-me apresentando os meus respeitosos cumprimentos,
Atenciosamente
Ps.: Informo V.Exª, que este meu email(carta) será também enviado ao Sr. Presidente da República, manifestando-lhe toda a minha preocupação."