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Nos jornais, como nas televisões, o seu trabalho é condicionado desde logo pelas linhas editoriais mandatadas pelas chefias de informação e sabem que essas directrizes nem sempre se pautam por critérios de seriedade e isenção. Portanto, pactuam com as conveniências mercantilistas da entidade patronal como se o produto "informação" fosse idêntico ao produto "batata" ou "CocaCola", e fazem gala de argumentar como se assim fosse. O dever de informar por informar só é lembrado quando fazem grossas asneiras, quando abusam ou extravazam das suas funções para degraus de insolência próximos da criminalidade. O que, diga-se, não é raro. É claro que, há sempre alguns mais ponderados, menos bombásticos que outros, mas pouco mais do que isto temos para avaliar sobre a sua integridade profissional. É urgente pois, começarem a olhar para as suas próprias casas (locais de trabalho), antes de se prestarem a filosofar sobre a desarrumação da casa do vizinho, porque podem estar a ganhar pó...
A criatividade é, sem dúvida, um bem não negligenciável, dá até muito jeito desenvolvê-la, mas não resolve tudo. Além disso, pode ser aplicada em sentidos antagónicos. Haverá, por exemplo, quem não reconheça criatividade em Vale e Azevedo? E então? Não deve ser a essa criatividade que o senhor jornalista se refere, suponho.
O Porto, precisa sobretudo de gente que o ame e respeite. De gente que não precise de evocar Lisboa, quer para se promover, quer para justificar carências individuais ou corporativistas. Precisa de se desenvolver sem rivalizar com a capital, porque se tem a si mesma, mas também não precisa de se intimidar para a afastar do caminho, se for preciso, se essa Lisboa Centralista lhe tolher o passo do progresso. É só, e apenas, contra essa Lisboa que devemos combater, contra a Lisboa sorvedouro. Contra essa Lisboa, sim, devemos bater o pé sem esmorecer.
Sejamos portanto, um pouco criativos senhor jornalista, siga você mesmo o seu próprio conselho: exija à Administração da Controlinveste que faculte desde já à classe profissional a que pertence, uma direcção de informação insofismavemente regional, e idependente. E já agora, por favor, aproveite a embalagem e passe a palavra aos seus colegas da rádio e da relevisão.
Nós por cá, envidaremos esforços para também sermos criativos. Está prometido.
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