10 março, 2009

Miguel Sousa Tavares e a Bola

Já por várias vezes tenho manifestado a minha admiração pelos escritos de MST, por muito que nem sempre esteja de acordo com ele. Continuo a pensar que é uma felicidade para o FCP ter um defensor público do seu calibre.

Porém aconteceu hoje na sua crónica semanal na Bola, algo que me deixou intrigado. Em pelo menos 90 ou 95%, a crónica constitui um ataque aos promotores do Apito Dourado, referindo-se detalhadamente à "encomenda" que esse processo tem sido, como já está mais que provado. É indiscutivelmente um belíssimo artigo. Nas últimas linhas da crónica, MST refere-se a Pinto da Costa e ataca-o de "cacique provinciano" que prefere "viver rodeado de gente pequenina". É uma opinião, estamos numa democracia, e o facto de não se concordar com essas afirmações, não pode impedir MST de escrever o que pensa. A asneira é livre. Não é porém aí que quero chegar. O que me intriga é que tanto o sub-título da crónica, como a chamada na primeira página, que diz "É lamentável que Pinto da Costa prefira viver como cacique da província" estão longe de corresponder ao real conteúdo da crónica. Há aqui uma intenção deliberadamente desonesta. A pergunta que faço é saber de quem é a responsabilidade: MST ou a direcção editorial da Bola? Não acredito que tenha sido MST porque se o fez, enlouqueceu e perderá credibilidade. Acredito que tenha sido o jornal, o que de resto estaria de acordo com a sua linha anti-FCP. Mas então levanta-se aqui uma importantíssima questão. MST foi totalmente desvirtuado, por muito que tenha sido ele que efectivamente escreveu as palavras que foram transcritas na primeira página. Em minha opinião ele terá então de ter a dignidade de deixar publicamente, na próxima crónica, o seu protesto pela safadeza que lhe fizeram, e que indirectamente agride também os adeptos do seu clube. Se o não fizer, a consideração que tenho por ele, descerá significativamente.

4 comentários:

  1. Caro Rui Farinas,

    O Miguel Sousa Tavares é um portuense portista muito lisboetizado. Como os lisboetas, tem uma visão elitista e preconceituosa do Porto. Os tiques são muitos, e a sua postura contra a regionalização, é só uma delas.

    Eu, por muitas críticas que me apetecesse fazer a Pinto da Costa nunca o faria em casa do inimigo, como pode constatar-se pelo aproveitamento que fizeram do seu artigo, dando o maior destaque às criticas que ele fez ao Presidente portista.

    Depois, escrever na Bola, não é propriamente escolher boas companhias... Ou, será?

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  2. ... mas o que importa saber, é o que é um cacique de provincia. De capital a gente já sabe o que é...

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  3. Perto do fim
    Publicado por CAA em 10 Março, 2009

    O processo ‘Apito Dourado’ está a chegar ao fim. Após um vendaval mediático, zangas entre magistrados, posições públicas do PGR, arquivamentos e reaberturas, uma equipa especial de investigação, uma espécie de ‘livro’ e uma coisa que dizem ser um ‘filme’, muitas e muitas centenas de milhares de euros esbanjados e, para cúmulo, depois de terem cilindrado o Boavista e de fazerem do caso a (única?) base estratégica da actuação “futebolística” de um clube da capital, o saldo provisório é ridículo.
    Ontem, a testemunha-chave de toda a arquitectura do imbróglio meteu os pés pelas mãos. Entrou em contradições sucessivas. Mostrou à saciedade que não sabe o que diz nem quando é ensinada - o ponto alto deu-se quando estava a ser interrogada em tribunal acerca da contradição entre as suas diversas versões dos factos e a ‘escritora’ respondeu: «Vendo as notas, foi o que me pareceu… O problema foi o inspector não ter escrito que o Jorge Nuno me falou desse valor…».
    Claro que isto não importa nada aos que têm a certeza de tudo o que diz respeito ao Futebol Clube do Porto. Esses, quase todos, continuarão a dizer o que já diziam e a recitar o caso, o ‘livro’ e o ‘filme’ como evidências insindicáveis. Não ligarão nenhuma ao veredicto dos tribunais. Nem ao dos órgãos da UEFA. Continuarão à espera que a pseudo-justiça desportiva que temos persevere na vindicta, sem factos e contra o direito. E jurarão que as suas derrotas e as vitórias dos outros são fruto de sinistras conspirações e de ínvias campanhas negras. Ou douradas.

    Confesso que isso já não me importa muito. Esses milenarismos só iludem quem deles padece. E, ao invés, favorecem quem tem os pés bem assentes na realidade. Nós, portanto, continuaremos a ganhar. Porque o merecemos. Os iludidos não. Esses, continuarão a carpir e a clamar por homens providenciais, milagres e medidas salvadoras, que os indultem de serem como irremediavelmente são.

    Blasfemias

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  4. Meus caros, eu também me refiri ao assunto no meu blog e disse o seguinte:« não concordo nada com o último parágrafo do artigo de Miguel Sousa Tavares, mas é a minha opinião e cada um tem a sua. Agora, o que me interessa saber, é se o jornalista/escritor, aceita que A Bola, destaque o que lhe interessa, manipule a seu belo prazer e na sua sanha persecutória, contra o Presidente do F.C.Porto, o que lhe dá jeito, dos artigos que escreve. Se Miguel Sousa Tavares não reagir, terei de concluir, lamentavelmente, que Miguel Sousa Tavares, só está preocupado com o tacho e isso, para quem tanto se preocupa com a moral e os bons costumes, do Líder azul e branco, é uma grande desilusão.»

    E acrescento: se eu tivesse capacidade e fosse convidado, para escrever sobre o F.C.Porto num jornal, teria de ficar claro no papel, que nenhum destaque seria publicado, sem o meu conhecimento e a minha autorização.

    Se o Miguel aceita que A Bola manipule a seu belo prazer, os seus escritos...é uma vergonha!

    Um abraço

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