12 março, 2009

Há crise? Qual crise?

Nunca ninguém ainda mo disse (estão sempre a tempo), que só sei "malhar" nos políticos, mas se o chegarem a fazer, só me resta é , antecipadamente, agradecer o elogio. O elogio sim, porque, pelo menos, eu, ao contrário da maioria dos políticos, sei com segurança, alguma coisa, e essa coisa é esta: sei, que os políticos não prestam.

E não vejam isto, pelo lado populista da coisa (o populismo, pode ter vários sentidos), ou como uma mera manifestação de narcisismo, porque, se existe assunto do qual tenho a mais vincada das certezas, é este. Os políticos, constituem a mais incompetente e oportunista das classes sociais. Ponto.

O Provedor de Justiça dá-nos algumas pistas. É ele (não eu), quem tem vindo a afirmar publicamente que está envergonhado, por, decorridos 8 mêses após o fim do seu mandato, ainda não ter substituto. Alega o desprestígio que a inoperância política está a dar ao país e ao mundo, sem, aparentemente, perceber, que o impacto dessas afirmações está para os políticos como para mim saber que hoje está a chover em Lisboa. Querem lá bem eles saber.

De «berço», eles já estão vacinados contra a vergonha, sabem que não é com esse sentimento perturbante que podem atingir os seus objectivos pessoais. Tê-la (eles sabem-no), seria um entrave comprometedor na espiral ascensional das suas carreiras, que, como bem sabemos (e se pode factualmente constatar), apesar dos miseráveis desempenhos políticos, terminam sempre na cadeira suprema da administração de um Banco, ou de uma grande empresa. A mediocridade premeia os políticos, mais do que qualquer outra actividade profissional.

Não fora assim, seríamos poupados a assistir, impotentes, a estes duelos pela disputa de lugares onde os demais poderes lhes possam escapar, como fazem agora os dois maiores partidos portugueses, pelo lugar de Provedor de Justiça.

Sócrates, precisa de um homem da sua confiança, e para o efeito, nada melhor do que convidar para Provedor, alguém que tenha nas mãos, que lhe deva favores, que controle pela ambição desmesurada. Esse alguém, só podia ser Freitas do Amaral, o político mais dançarino que Portugal conheceu, pelas suas abruptas deambulações político partidárias e pela veia criativa, para dar pareceres, principescamente pagos.

Do outro lado da barreira está o PSD, de Manuela Ferreira Leite, que só não concorda com o nome de Freitas por ser proposto pelo PS, caso contrário, talvez também não se lhe opusesse, porque retirando as siglas e as circunstâncias, são farinha do mesmo saco.

Noutro contexto, mas ainda dentro do pouco exemplar mundo da política local, temos nova polémica à volta da recém candidatura de Elisa Ferreira à Câmara do Porto. Os dirigentes da concelhia do PS, movem ataques à candidata em resultado da sua dupla candidatura à autarquia e a euro-deputada, o que não deixa de ser surpreendente, por chegarem algo tardiamente.
Conhecendo, como conhecemos, a maior competência dos políticos, afamada por saberem olhar pela sua vidinha pessoal, não custa nada acreditar que os ânimos exaltados, algo inesperadamente, se prendam com o recente aumento dos ordenados dos eurodeputados portugueses em 50%, o que, não podia deixar de despertar alguma cobiça entre as comadres...

Afinal, onde é que está a crise? Vá lá, portugueses, aprendamos a ser optimistas e saibamos vigarizar o próximo, como eles. Ainda estamos a tempo.

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