19 outubro, 2009

A loira e bela NORUEGA

'Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez.'

'A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros.'

'É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica.'

'Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já agora, os políticos.


Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes.'

'Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa.'
'Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola.

Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social.'

'Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios.'
É tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós.
Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.


PS-Não tenho por norma publicar este tipo de mensagens que circulam na Net via e-mail que nos são enviadas sem identificação segura. Neste caso, e porque o assunto me parece incontroverso, decidi publicar esta mensagem que me foi remetida pelo Renato Oliveira. Além de mais, a Noruega é o meu país de eleição...

6 comentários:

  1. Caro Rui!

    Já somos dois Portuenses a ter um País de eleição!

    E as diferenças, bem como as competências estão à vista de todos!

    Porque será que portugal que é um país que copia quase tudo que é estrangeiro, não lhe dá para copiar um destes Países Escandinavos!

    A Bem da Região!

    Renato

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  2. Tem outra grande vantagem: sendo um país bem maior que o nosso, só tem 5 milhões de habitantes!

    São poucos, mas são MESMO bons!

    Um abraço

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  3. Para variar,aqui se apresenta um portuense que não faz da Noruega o seu país de eleição! Adorei a Noruega,gostaria de lá voltar (ah,a sopa de peixe...)mas viver lá... É o problema do frio no clima e nas pessoas,mas acredito que se adoptássemos umas quantas características deles,só teríamos vantagens. Um abraço aos dois "noruegueses".

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  4. Bem se ma fala em clima, Rui, eu também não gosto do frio...

    Mas o país, e a mentalidade daquela gente é outra coisa, outra seriedade.

    Abraço

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  5. Estou plenamente de acordo quanto ao frio! Quando posso ando sempre à "procura" do sol!

    Mas como diz o Rui é outra "gente", outra mentalidade, outra maneira de estar de bem com a vida e respeitar os outros para serem respeitados!

    Um abraço,

    Renato

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  6. Noruega, Suécia, Finlândia, expressões da verdadeira Social Democracia, aquela que tanto aterroriza os "Sociais Democratas" Portugueses...Para mim desde 1974 sempre vi nessas sociedades o exemplo a seguir, mas devia estar louco, ninguém me escutava.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...