18 dezembro, 2009

Centralismo não dá tréguas

Através dos jornais tomámos conhecimento de que o governo pretende criar uma central de compras para a saúde. Para já,o Tribunal de Contas chumbou o despacho governamental devido a razões processuais que poderão ser corrigidas. Para tornar a ideia atractiva,o governo fala em economias de 230 milhões de euros por ano.
Penso que devemos olhar para organismos centralizadores deste tipo com profunda desconfiança. Para principiar,estas contas das invocadas "economias" são feitas sabe-se lá como,dando aso a toda a série de legítimas dúvidas. Mais do que uma medida de gestão, parece-me que estamos em presença de mais uma manifestação de centralismo a todo o custo. Depois,é claro que a central se irá localizar em Lisboa, e isso vai corresponder seguramente à transferência de postos de trabalho de todo o país (serviços de compras dos hospitais ou Centros Hospitalares) para Lisboa. Tudo tem de se passar em Lisboa, tudo tem de ser decidido no Terreiro do Paço e seus satélites. O "buraco negro" da capital prepara-se para sugar mais um pouco do restante país! Por outro lado é óbvio que a burocracia vai aumentar na razão inversa da eficiência do abastecimento, com prejuizo final para os doentes que necessitam dos medicamentos (este tipo de factores nunca é tomado em conta quando se calculam as economias). Finalmente pense-se nos descomunais valores de dinheiro com que essa central de compras vai lidar, constituindo uma excelente base para o aparecimento de fenómenos de corrupção que beneficiarão mais uns quantos boys do partido que esteja no poder e que, relembro, estarão localizados em Lisboa.

Corro o risco de errar com esta apreciação negativa, mas a minha desconfiança quanto aos governos centralistas, à sua capacidade de rapinagem do país, e à sua falta de princípios éticos, levam-me irresistivelmente a este tipo de reacção intuitiva.

4 comentários:

  1. É isso caro Farinas, mas pode ser que um dos poucos bastiões no Norte que não se verga, também não lhes dê tréguas.

    Um abraço e bom fim-de-semana.

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  2. Jà não à nada dizer destes piratas.
    Roubam tudo, que de bom exista no norte.
    Apesar de o Norte estar na situação
    em que está, cada vez mais pobre, continuam a investir em Lisboa.
    Isto só ía à bolachada ! mas continuo a dizer, que os piores são
    os de cá que lá andam a mamar e não
    conhecem as origens, e os cá estão,
    são uns tristes: exemplo flagrante,
    é o caso RED BULL.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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  3. Na 25ª hora


    Não há grandes novidades sobre o Benfica-FC Porto de amanhã e por isso aproveito o tempo e e o espaço para desta vez falar de coisas do espaço - isto é, de aviões. Porque felizmente a Imprensa lisboeta descobriu agora essa coisa da Red Bull Air Race que se costuma ver no rio entre Porto e Gaia, o Rio Douro.



    Convoco então a Red Bull à "Trivela" para sublinhar aquilo que o Expresso diz hoje - ou seja, que foi a tal bebida (ou os promotores da prova, o que não é a mesma coisa) que quis levar a dita para a capital. Não sei se foi ou não, nem isso interessa - ou antes, agora interessa que essa seja a hipócrita versão oficial.
    O que interessa mesmo são duas outras coisas: pessoalmente, acho que a corrida da tal bebida até é razoavelmente monótona e até faz sentido que se mude de uns locais para outros. Mas há outro pormenor: é hoje evidente que o Turismo de Portugal caucionou e patrocinou essa mudança sem ter em conta o que isso significava para o Porto. Isto é, não houve uma estratégia coerente para defender algo que era importante para uma parte do país que tem que enfrentar uma crise bem mais impiedosa do que aquela que se sente em Lisboa - é ver os números de desemprego numa região e na outra, é ver a diferença do que se paga em Rendimento Social de Inserção e por aí fora. E nesse sentido a corrida da bebida era uma ajuda.
    Quando o presidente da Câmara de Lisboa vem agora dizer que a prova podia ser um ano no Porto e outro em Lisboa, está a oferecer uma espécie de esmola. Deviam - ele e os outros - era terem pensado nisso antes e não na 25ª hora, quando tudo estava definido. Há mais de quinze dias, o semanário GRANDE PORTO (desculpem puxar a brasa à minha sardinha) já tinha dito que o acordo estava fechado - e por três anos. Por mim, agora é tarde e Inês é morta.
    Faz-me sempre imensa confusão que, quando se fala de Regionalização (e volta a falar-se) muitos digam que isso é para dar uns "tachos". Não é, mas ainda que fosse, não vejo essa indignação com todos os "tachos" que se criam na capital. Há uns "tachos" melhores e outros piores? Mas há grande hipocrisia quando se fala da corrida da bebida e do que ela vai custar.
    A corrida das bebidas far-se-á em Lisboa - e nos próximos três anos, que os rapazes só bebem da tal marca e não ficam bêbados para fazerem contratos de um ano. Espero, a bem dos eventuais espectadores lisboetas, que se arranje um bom patrocinador para binóculos...
    Manuel Queiroz(Trivela)

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  4. ESCÂNDALO
    O caso dos telefonemas e dos SMS para os árbitros que apitaram esta época jogos do Benfica, contendo ameaças à respectiva integridade física, vai dar ainda muito que falar. Se estiverem atentos ao jornal do clube encarnado, irão reparar que a arbitragem é um tema recorrente, com diversas chamadas de 1.ª página com críticas aos apitadores dos jogos encarnados. Não estou a dizer que 1+1 são 2, estou apenas sublinhar dois factos. Há que ter em conta que esta chuva de ameaças pode ter origem em alguém ou num grupo que actua por conta própria. Compete à policia averiguar o que está por trás desta campanha intimidatória e que já tem condicionado as nomeações dos árbitros. Por muitos menos - coacção sobre equipas de arbitragem - já foi o Boavista penalizado com a descida aos infernos. Chegou a hora, portanto, de pôr tudo em pratos limpos. Ainda não somos a Sicília!
    Bolanaarea

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