16 dezembro, 2009

E, nós?

A independência da Catalunha em relação a Espanha foi defendida pela quase totalidade dos eleitores (94,71 por cento) que hoje votaram em 166 municípios daquela região espanhol numa consulta não vinculativa, divulgou a Coordenadora Nacional.
Dados que, segundo a Coordenadora Nacional das consultas, realizadas hoje, justificam que o parlamento regional convoque um “referendo vinculativo” sobre o tema para 25 de Abril próximo.
Os resultados foram divulgados ao final da noite de hoje pela Coordenadora Nacional que confirmou terem participado cerca de 30 por cento dos 700 mil eleitores que podiam votar nos locais onde foi realizada a consulta.
O ‘sim’ obteve 94,71 por cento dos votos e o ‘não’ 3,53 por cento, tendo-se registado 1,76 por cento de votos em branco e 0,34 por cento de votos nulos.
Carlos Mora, presidente da autarquia de Arenys de Munt (onde uma consulta idêntica tinha sido realizada em Setembro) disse aos jornalistas que os resultados, com 92,17 por cento dos votos escrutinados, confirmam “claramente” a vontade dos eleitores.
Um apoio, afirmou, que justifica que a Coordenadora Nacional - plataforma da sociedade civil que promoveu as consultas - apresente já na segunda-feira uma petição ao parlamento para um referendo vinculativo.
Essa “Iniciativa Legislativa Popular” teria como objectivo a convocatória para um referendo de auto-determinação, vinculativo e em toda a Catalunha, a realizar no próximo 25 de Abril.
Além da sociedade civil, as consultas de hoje contaram com o apoio formal de cinco partidos catalães (CDC, ERC, ICV, CUP e Reagrupament).
A cada um dos eleitores foi perguntado se “está de acordo que a nação catalã se converta num Estado de Direito independente, democrático e social integrado na União Europeia”.
Os votos ocorrem numa altura em que o futuro da Catalunha permanece suspenso de uma decisão do Tribunal Constitucional sobre um recurso apresentado pelo PP ao estatuto da Catalunha, a lei que governa a autonomia e o seu relacionamento com o Estado.
Ainda não há data para divulgação desta decisão do TC mas alguns observadores sugerem que o tribunal pode declarar parte do Estatuto como inconstitucional o que, a ocorrer, poderia provocar uma convulsão governativa na região.
[texto extraído do jornal "I"]

4 comentários:

  1. Pelo rumo que política centralistas está a levar; mais tarde ou mais cedo é o que vamos ter que fazer.O voto é importante.
    Mas!... o que eu não entendo, é que
    a regionalização já está escrita na constituição há muitos anos, e
    estes pseudas-regionalistas vêm
    com a historia do referendo enganoso e perigoso como já fizeram
    há anos; e querem-nos impingir novamente mesma coisa.
    Não seria melhor, votarem na assembleia da República; ou então já que está escrito, passarem à prática ?- digo eu.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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  2. Uma iniciativa como esta é um excelente pontapé de saída para a cidade do Porto e Região Norte!

    Precisamos de alguém (e nós estamos prontos a ajudar) que seja capaz de promover uma "empreitada" destas, e que diga com toda a frontalidade, que o povo do Porto está farto da capital do império!

    Só deste modo, na nossa opinião, o processo de regionalização avançará e rapidamente nos veremos livres dos centralistas!

    No caso de não houver este tipo de iniciativa, admito "gritar" aos Nortenhos para que não votem nas próximas eleiçoes, que não demorarão muito!

    Renato Oliveira

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  3. Caro Anónimo,está a laborar num erro muito comum.A regionalização estava escrita na Constituição de 75. Já não está. Uma alteração na década de 80,vincula a sua implementação à aprovação prévia em referendo. Podemos "agradecer" aos deputados da época esta alteração que faz toda a diferença.

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  4. Caro Rui Farinas!

    Efectivamente a Regionalização está consagrada na Constituição aprovada em 1975! Simplesmente, uns artistas do P.S. e do P.S.D., no ano de 1985 (salvo erro ou omissão) alteraram a Lei, adicionando-lhe que era necessário haver um referendo para que se consagrasse a Regionalização!

    E assim ficamos neste impasse, que considero um autêntico "Aborto", criado pelos que não querem, efectivamente a Regionalização!

    Abraço

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...