Comemoram-se hoje 36 anos da revolução dos cravos.
Paulatinamente, toda a euforia vivida por aqueles que como eu viveram esses tempos de esperança de um melhor futuro para o país, foi-se esvaziando com a sobreposição persistente dos valores económicos aos valores sociais. Esse vazio ideológico foi iniciado com as sucessivas revisões da Constituição, retirando-lhe o articulado de cariz revolucionário que garantia os direitos elementares da população, como sejam: a Saúde, o Pão e a Educação, tendo a Liberdade a servir-lhes de charneira.
Paulatinamente, toda a euforia vivida por aqueles que como eu viveram esses tempos de esperança de um melhor futuro para o país, foi-se esvaziando com a sobreposição persistente dos valores económicos aos valores sociais. Esse vazio ideológico foi iniciado com as sucessivas revisões da Constituição, retirando-lhe o articulado de cariz revolucionário que garantia os direitos elementares da população, como sejam: a Saúde, o Pão e a Educação, tendo a Liberdade a servir-lhes de charneira.
Como a única maneira de preservar os benefícios das elites só era possível em Democracia, «consolidou-se» a Liberdade. No entanto, como a Democracia não se alimenta apenas de Liberdade nem a Liberdade sobrevive ao respeito pela Lei e pela Justiça, todas os 3 restantes desígnios ficaram por realizar. As estruturas da Saúde e da Educação continuam por cimentar, ora «estagiando» na iniciativa privada, ora passando para as mãos do Estado, e o desemprego nunca atingiu patamares tão elevados. Acresce salientar, que não só hoje há mais portugueses no desemprego como a qualidade do emprego desceu. Ideologicamente, as elites trataram de inverter o espírito revolucionário da 1ª. Constituição, procurando «normalizar» a precariedade do trabalho, com a difusão de discursos ignóbeis do ponto de vista social.
Nunca como agora se notou tanta ausência de escrúpulos na relação do patronato com os seus funcionários. Tornou-se vulgar para muitos empresários e até para certos políticos [alguns, tidos como figuras ilustres...], a pretexto das eternas crises que eles próprios fomentam, ameaçar os seus funcionários e concidadãos com coisas do género: não sei se vou ter dinheiro para lhe pagar este mês. Ou então, isto: no futuro, as pessoas terão de se mentalizar que não vão ter um emprego para toda a vida. Há uma arrogância insuportável nestes profetas da desgraça, porque não são capazes de propor para a sociedade soluções sérias, bem elaboradas, onde o factor humano e de justiça social esteja em 1º. lugar. Os remédios que apontam para os problemas do Povo, já se sabe, nunca a eles se aplicam, a menos que tal implique uma grande negociata, como aliás, tem acontecido.
O polémico PREC [Processo Revolucionário em Curso] que se seguiu aos dias quentes do 25 de Abril de 1974, foi uma aventura revolucionária que afectou injustamente a vida de muitos portugueses e teve obrigatoriamente de ser travado. E bem. Mas, é sempre assim. As revoluções arrastam sempre consigo algumas injustiças, oportunismos e excessos populares, mas esse é sempre o preço de qualquer revolução. E não sei mesmo, se os erros da nossa revolução não pecaram por generosos. Não houve praticamente vítimas. Dos canos das espingardas saíram mais cravos do que balas. Foi uma revolução sui generis, a mais ideal das revoluções. Resta-nos saber se foi por não ter feito vítimas que a Revolução de Abril de 1974 não foi levada a sério, e que, conduziu a nossa classe política a tratar a Constituição como um rolo de papel higiénico que se usa e deita na sanita.
O Povo diz que «quem tem cu, tem medo»... E que medo podem ter os novos candidatos a ditadores se o Povo nunca lhes deu motivos para se preocuparem com as balas nos canos das espingardas?
Subscrevo tudo o que disseste, nunca como agora tão perto do teu pensamento, a Revolução não foi tão longe quanto devia, não cortou cerce as cabeças dos algozes, resultado: -Estamos como estamos e a Constituição de 1976 assim -toda remendada e esburacada- causa-lhes ainda arrepios...Porque foi assim que eu li estes 36 anos, quis-se andar mas não se andou o suficiente para evitar violências maiores -o PREC foi isso, vamos, não vamos- e o resultado foi este, um passo em frente, dois passos atrás...
ResponderEliminar-Mas ficou-me a alegria de ter "assustado de morte" os gajos!
Vinte e Cinco de Abril Sempre!...
Por que razão terei sentido eu, ao ver a fotografia do viçoso cravo vermelho, símbolo de Abril, nas páginas dos jornais desta manhã, em estado idêntico ao ramo de flores esquecido em cima de sepultura de um ente querido há muito perdido, a saudade agridoce que nos invade quando, nas horas nostálgicas de alguns dias ou momentos menos felizes, levamos os nossos pensamentos até aos sonhos da juventude vivida?
ResponderEliminar...mas há sempre esperança, numa Primavera que há-de chegar, um dia...
quantas vozes conhecemos que apregoam os valores democráticos sem terem a menor percepção do que eles significam? Falam da sociedade sem retirar os olhos do umbigo. «A sociedade sou [só] eu!»
ResponderEliminarO exemplo acabado do pensamento menor de um pretenso político está plasmado em Paulo Portas. Para ele, a 1ª. medida a tomar, a preocupação suprema, é retirar aos miseráveis o Subsídio Social de Inserção! Em Portugal, um discurso deste tipo é suficiente para conquistar votos. Que havemos de fazer?
Apesar de todos os contratempos:
ResponderEliminar25 de Abril sempre!
A intenção foi boa, mas a prática...é melhor estar calado... porque, apesar de tudo, 25 de Abril sempre!
ResponderEliminarUm abraço
O 25 de Abril foi o primeiro passo para acabar com uma ditadura caduca e anacrónica, que de tão podre que estava caiu com um ligeiro abanão,praticamente sem um tiro. O problema é que os passos seguintes que se deram no sentido de consolidar uma democracia digna desse nome, acabaram por ser boicotados por políticos em que co-existem incompetência e desonestidade,mistura explosiva que só poderia dar no que deu: uma coisa que nem é carne nem é peixe e que ninguém sabe para onde nos levará.
ResponderEliminarCARÍSSIMOS
ResponderEliminar..."FOI BONITA A FESTA,PÁ,
FIQUEI CONTENTE 'INDA GUARDO RENITENTE,
UM VELHO CRAVO PARA MIM.
JÁ MURCHARAM TUA FESTA,PÁ,
MAS CERTAMENTE
ESQUECERAM UMA SEMENTE NALGUM CANTO DE JARDIM ..."(chico buarque)
SERÁ DESTA SEMENTE "esquecida nalgum banco de jardim " que andamos à procura?
Será ,outrossim,que precisamos de um NOVO 25 para que ,FINALMENTE! , a tal JUSTÇA SOCIAL se imponha?(Vasco Lourenço-dixit)
"CANTA A PRIMAVERA ,PÁ
CÁ ESTOU CARENTE
MANDA NOVAMENTE ALGUM CHEIRINHO DE ALECRIM."
JOÃO CARREIRA (AO SUL E AO SOL!)
Um elogio a todos quantos, sem saberem bem o que lhes poderia acontecer, deram desde o primeiro minuto, o seu contributo desinteressado, generoso, pelo Movimento das Forças Armadas, por Portugal!...Sempre, no meu coração!
ResponderEliminarCaros Amigos!
ResponderEliminarApesar de o 25 de Abril se ter tornado num "manjar" onde a mesa é demasiado pequena para todos se poderem sentar, valeu a pena esta revolução que pecou por não vir acompanhada de uma revolução cultural que tanta falta faz ao povo português!
E gostaria de referir, aleluia, que o presidente da república no seu discurso disse algo como "Portugal não é só Lisboa, temos também a cidade do Porto onde existe muita capacidade de inovação, de produção e com enorme potencial"!
E assim vamos andando, na vã esperança de poder sermos nós a elevar a capacidade desta cidade, desta região!
Um abraço
Continuamos a ser um povo de brandos costumes e deixa andar.
ResponderEliminarO salazarismo deixou uma boa escola com um povo domesticado.
E é o que falta mesmo, acordar as consciências e lutar contra este estado de coisas, trazer o espírito de Abril à tona e querer um novo mundo a sério, como dizia o poeta Aleixo.
Despertará o Povo a tempo?
25 de Abril, sempre.
O 25 de Abril foi a revolução ou a revindicação dos capitães!?...
ResponderEliminarAinda hoje estou confuso.
Esse dia para mim foi um dos dias mais felizes da minha vida: hoje não me diz nada é uma autêntica desilusão.
É o dia da liberdade de expressão!
mas nós falamos, falamos e eles não nos ouvem.
A verdade é que o cravo murchou.
A Gamela é a mesma, as moscas são outras...
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.
Cavaco defende o Porto como capital de "indústrias criativas"
ResponderEliminarO Presidente da República considera que o Porto, além de Lisboa, tem todas as condições para concentrar indústrias criativas. Este é, a par do mar, o sector que Aníbal Cavaco Silva defendeu como uma prioridade da política económica no seu discurso de comemoração do 25 de Abril.
O Presidente da República considera que o Porto, além de Lisboa, tem todas as condições para concentrar indústrias criativas. Este é, a par do mar, o sector que Aníbal Cavaco Silva defendeu como uma prioridade da política económica no seu discurso de comemoração do 25 de Abril.
"Além da capital do País, o Porto é uma cidade que dispõe de todas as condições para ser um pólo aglutinador de novas indústrias criativas”, defendeu o Presidente da República nomeando áreas "ligadas às artes plásticas, à moda, à publicidade, ao design, ao cinema, ao teatro, à música e à dança, mas também à informática, à comunicação e ao digital.”
Usando os exemplos “de Barcelona a Berlim, passando por Amesterdão ou Estocolmo”, Aníbal Cavaco Silva considerou que “podemos fazer com que alguns centros urbanos se convertam em grandes pólos internacionais de criatividade e conhecimento”.
As vantagens do Porto existem quer ao nível histórico como em termos de atitude e capital humano, salientou o Presidnete.
“Não é de hoje a vitalidade cultural portuense, como não é de hoje a capacidade empreendedora das gentes do Norte” acrescentando que “o Porto sempre se orgulhou da sua vida intelectual e esse orgulho é legítimo.”
Além disso, afirmou, há no Porto “capital humano de excelência, há estabelecimentos de ensino e equipamentos de qualidade”, acrescentando que “só falta mobilizar esforços para transformar o Porto e o Norte numa grande região europeia vocacionada para a economia criativa e fazer desse objectivo uma prioridade da agenda política”.
Para o Presidente, “uma aposta forte dos poderes públicos, conjugada com a capacidade já demonstrada pela sociedade civil relativamente a projectos culturais de referência” reúnem condições para “fazer do Porto e do Norte uma grande região criativa, sinónimo de talento, de excelência e de inovação.”
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Pode ser só treta mas gostei.
Agora o Socrates é que não gosta de certeza desta conversa...
É treta é, caro anónimo. Pode ter a certeza. Cavaco é um actor, nem mais.
ResponderEliminarEu não gosto de treta.