28 janeiro, 2008

As 'sábias' declarações de Augusto Mateus

A propósito deste artigo do Jorge Fiel publicado no "Bússola", não posso deixar de fazer uma observação às declarações de Augusto Mateus.

"O Porto?Esqueça o Porto! O Porto não vai a lado nenhum. Quer ser igual a Lisboa. As pessoas do Porto não se entendem umas com as outras e só sabem estar a lamentar-se. Esqueça o Porto!"

Independentemente da pouca razoabilidade evidenciada nestes comentários, o estilo de discurso deste deputado socialista, não deixa de alinhar pelo mesmo diapasão, armadilhado de verdades absolutas, típicas do discurso centralista.

Vamos lá a ver: o Porto foi sempre assim? Foi? Nunca teve vida própria? Esteve sempre dependente da mamã (madrasta) Lisboa?

Nunca teve comércio, serviços, nem indústria próprios ? E Bancos, também não? E as pessoas do Porto? Sofreram de alguma súbita e profunda alteração genética para agora não conseguirem entender-se entre elas? Mas que mistério é esse do Porto querer ser igual a Lisboa? O que se passa afinal? Agora, também já nos querem transformar em invejosos de mau gosto?

Admitindo que sim, o que terá provocado tal mudança? Talvez o Centralismo "Democrático", não? Que me diz senhor Augusto Mateus, será isso que nos quer dizer, mas não tem coragem para o assumir com palavras simples? Quererá Vossa Senhoria comprometer as valências da democracia contemporânea em prol das do Estado Novo, caduco e repressivo? Compreende-se que não queira, porque isso levar-nos-ia a somar mais dúvidas ao oásis político actual (igual ao que já 'vivemos' na dinastia Guterres), não é?

Por que será, que em mim não pega esta lenga-lenga masoquista com que pretendem etiquetar os portuenses para explicar uma crise, da qual, nunca foram os primeiros e principais responsáveis?

Que os políticos do regime, usem e abusem desta autêntica pomada milagreira como argumento, é repulsivo, mas dada a sua subida qualidade, até podemos compreender. Agora, o que já custa compreender, é que muitos cidadãos do Porto se deixem confortar por estes "agasalhos" moídos de traça e dancem ao som da mesma melodia.

Declarações deste tipo, são autênticos atestados de menoridade que nos deviam indignar e revoltar, por isso, as rejeito com toda a veemência. A elas e aos seus autores.

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