05 maio, 2008

Falsos valores

Continuo a pensar que não é na blogosfera que se decidirá seja o que fôr sobre o futuro da nossa cidade e região. Se é um facto, que pode contribuir para uma participação mais livre e partidariamente descomprometida dos cidadãos, também é ilusório pensar-se que será através dos blogues que se regenerão os comportamentos políticos.
A maior vantagem da bolgoesfera, a seguir à da liberdade de opinião, é a de influir e suscitar na opinião pública uma forma diferente da avaliar as coisas.
Nós podemos constituir - ainda que com menor impacto - uma contra-corrente à opinião publicada que não raras ocasiões se casa com o politicamente correcto dos homens do regime.
Seguindo aquele princípio, algo exagerado, mas não despiciendo, que atribuía aos media (sobretudo a televisão) poderes para eleger ou destronar 1ºs Ministros e Presidentes da República, a blogoesfera também pode gerar movimentos semelhantes e funcionar como uma espécie de contraditório independente.
É tão óbvia a desonestidade de processos do centralismo que a vemos entrar todos os dias pela nossa casa através da televisão na forma de publicidade inocente. Não é a primeira vez , nem será por certo a última, que nos são impingidos na publicidade critérios de valor altamente sectários e duvidosos. Quando muito, estão fora de prazo.
Está actualmente no ar um anúncio (cujo nome me abstenho de repetir), relacionado com o futebol que nos mostra a figura do vetusto Eusébio, do Futre, do Chalana, do Rui Costa e do mediático Ronaldo. Excluindo este último, todos os demais são figuras do futebol já desactualizadas ou em fase de pré-reforma, e no entanto, havendo outras mais contemporâneas e com estatuto de campeões nem sequer aparecem. Curiosamente (ou nem por isso), todos eles foram ou estão ligados ao Benfica...
Num outro spot publicitário a uma marca de gasolina, surge a imagem de Simão Sabrosa, outro jogador já fora do futebol nacional e que nem sequer se tem revelado primeira figura no futebol espanhol onde agora joga. Nuno Gomes, outro que já anda há mêses a arrastar-se pelo campo é outro. O Petit vai pelo mesmo caminho, etc.
Resumindo e concluindo: o centralismo é também isto, isto é, uma máquina poderososa de gerar falsos valores, de reabilitar antigos e de evaporar os modernos que não pertençam à clã centralista.
Mais um facto a comprovar a profunda falta de seriedade do regime centralista.
Em países respeitáveis, as cadeias são para as pessoas desonestas, em Portugal é o Governo quem promove a desonestidade e lá devia estar.
E assim vai o mundo...

1 comentário:

  1. Caro Rui Valente, 100% de acordo com seus comentários a propósito dos spots televisivos. Casos destes só vêm confirmar a minha convicção de que somos vítimas de evidente e continuada colonização. A esta, chama-se colonização cultural que sempre inclui uma forte dose de desprezo do colonizador em relação ao colonizado. Mas isto é assim porque nós deixamos. Se fossemos fortes, convictos e unidos, tínhamos uma arma para brandir: simplesmente recusar-nos a comprar os produtos propagandeados por esses sulistas e benfiquistas. Garanto-lhe que quando começassem a sentir uma diminuição das receitas, outro galo cantaria.

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